quinta-feira, 30 de outubro de 2008

X-Men 2

( EUA 2003 ). Direção: Bryan Singer. Com Patrick Stewart, Halle Berry, Hugh Jackman, Famke Janssen, Ian Mckellen, Anna Paquim, James Marsden, Rebecca Romjin-Stamos, Alan Cumming, Brian Cox, Bruce Davison, Kelly Hu, Shawn Ashmore, Aaron Stanford. 134 min.



Sinopse: A Casa Branca é atacada por monstruosos seres, e o presidente resolve mandar exterminar todos os mutantes da cidade. Isso tudo é manipulado pelo diabólico vilão William Stryker, que intenciona dominar o mundo, e para isso, precisa se livrar dos mutantes. A equipe do professor Xavier tenta deter o maligno vilão.

Comentários: Seqüência de grande sucesso de bilheteria de 2000, X-Men 2 é tão bom e eficiente quanto o primeiro filme da série. A série (que recentemente teve uma terceira continuação) se destaca como a melhor sobre super-heróis, e agrada tanto o público quanto a crítica. O elenco do orginal permanece aqui, mas o time de roteiristas (Bryan Singer, David Hayter, Dan Harris, Michael Dougherty e Zak Penn), resolveram desenvolver melhor os personagens Wolverine e Dra. Jenn, interpretados respectivamente por Hugh Jackman e Famke Janssen. Ambos formam uma espécie de triângulo amoroso, ao lado do Cyclope de James Marsden. A trama é bastante acelerada e um pouco confusa, com os heróis correndo constantemente para deter as maldades do terrível vilão (Brian Cox). Ou seja, dessa vez o Magneto de Ian McKellen não é o inimigo central, já que sua condição de mutante não o coloca a vontade aos planos do diabólico Stryker. Por isso, ele se alia à equipe de Xavier. Enfim, em todo caso, o filme mantém o interesse e conta com as já esperadas espetaculares cenas de ação. Ainda sobre o elenco, Rebecca Romjin-Stamos se destaca na curiosa composição da personagem Mística; Jackman, Janssen e Patrick Stewart também dão forças aos seus personagens, mas Halle Berry está apática e tremendamente desperdiçada como a Tempestade. Uma pena ver um dos personagens mais importantes da série relegado a mero coadjuvante. No mais, X-Men 2 é diversão garantida e quem gostou do primeiro vai se deliciar com essa nova aventura.

Por que comprei o filme: Nunca fui fã da série, e admito que na minha pré-adolescência nunca dei muita importância para os desenhos do X-Men. E olha que a série animada era febre na época. Alguns anos depois do sucesso, como era de se esperar, Hollywood transformou X-Men em filme, e eu não me interessei pela versão cinematográfica também. Contudo, essa continuação eu assisti no cinema e achei um divertimento espetacular, ou seja, um filme de ação que não aborrece e entretém de uma forma deliciosa. Por isso, comprei a fita no Sebo da Floresta por um orçamento reduzidíssimo; e valeu a pena. Ao menos em relação a versão para o cinema, agora posso dizer que sou fã do X-Men.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

De Olhos Bem Fechados

( EUA 1999 ). Direção: Stanley Kubrick. Com Tom Cruise, Nicole Kidman, Sydney Pollack, Marie Richardson, Rade Sherbedgia, Leelee Sobiesky, Vinessa Shaw, Thomas Gibson, Julienne Davis, Todd Field, Alan Cumming, Fay Masterson. 159 min.



Sinopse: Casal formado por médico e dona-de-casa discutem a relação, após ela revelar ao marido que já sentiu vontade de se relacionar sexualmente com outro homem. Após isso, ele perambula na madrugada pelas ruas de Nova York, e enquanto reflete sobre a revelação da esposa, vivencia situações estranhas e acontecimentos inesperados.

Comentários: Último filme do genial Kubrick, realizado momentos antes de sua morte. Na verdade, o filme já estava sendo produzido há alguns anos antes, mas teve muitas alterações e por isso teve que ser adiado. Algumas dessa alterações, por exemplo, foram as demissões de Jennifer Jason-Leigh e Harvey Keitel, que tiveram suas cenas refeitas respectivamente pela sueca Marie Richardson e pelo diretor Sydney Pollack. Por conta da demora da estréia, começaram a sair boatos na internet de que o filme seria um thriller erótico, com cenas quentes protagonizadas pelo então casal Cruise-Kidman. Mas não é verdade. O casal central tem apenas uma cena "sugerida" de sexo; ou seja, além de ser uma cena curta, a câmera ainda desvia na hora da relação. Além disso, o filme acabou sendo malhado pela crítica e esquecido pelo Oscar; talvez porque houveram grandes espectativas em torno do filme, e o resultado final pode não ter sido o que a crítica esperava desse grand finale do excelente Kubrick. Mas é um grande filme sim! Com excelentes diálogos e boa performance do casal, De Olhos Bem Fechados tem como tema a sinceridade, e as conseqüências negativas que podem ocorrer quando ela é manipulada. Nesse universo, Kubrick coloca Cruise em plema madrugada nas ruas novaiorquinas e as bizarras situações que ele encontra pela frente, ao se deparar com personagens aparentemente comuns, mas que escondem algo tenebroso. O filme, portanto, reflete sobre o comportamento hipócrita de uma determinada sociedade, e o que ela, inesperadamente, acaba ensinando para um cidadão comum, e que compartilha da mesma atitude hipócrita, a reanalisar seu comportamento e sua moral. Tudo o que o personagem de Cruise vivencia, acaba se encaixando nos seus pecados interiores (com destaque para a famosa cena da missa negra). Nicole Kidman está bela como sempre, demonstra talento e convence como a boa atriz que é. Todavia, o protagonista do filme é realmente Tom Cruise; através dele, se explica o título do filme, que chega a uma conclusão arrebatadora e convincente. O roteiro é assinado pelo próprio Kubrick e por Frederick Raphael, através do romance de Arthur Schintzler, e demonstra que o grande cineasta de "2001- Uma Odisséia no Espaço" e "Laranja Mecânica" fechou a sua obra com grande estilo e boa forma, além de contar com a habitual trilha composta por músicas clássicas. Filosófico e inteligente.

Por que comprei o filme: Não concordo com a crítica americana, nem com o Ewald Filho a respeito das opiniões que eles têm a respeito do filme. É, definitivamente, o fecho com chave de ouro da carreira de Stanley Kubrick. Possui ótimo roteiro, bons diálogos, cenas interessantes, trilha sonora digna e convincentes interpretações de todo o elenco. Comprei a fita em um sebo da Penha por um valor risório, e não me arrependo. Há fundamento em tudo o que aparece na tela, e os conflitos são esclarecidos convincentemente. De Olhos Bem Fechados é, portanto, um dos melhores filmes dos anos 90. Deve ser assistido, contudo, com os olhos bem abertos.

domingo, 26 de outubro de 2008

O Filho da Noiva

( Argentina 2001 ). Direção: Juan José Campanella. Com Ricardo Darín, Hector Alterio, Norma Aleandro, Eduardo Blanca, Natalia Verbeke, Gimena Nóbile, David Masajanik, Claudia Fontan. 124 min.



Sinopse: Dono de restaurante, cheio de dívidas, se surpreende quando o pai anuncia que quer se casar no religioso com a esposa, com quem vive há 44 anos dentro de uma união civil. O problema é que ela tem mal de Alzheimer. Com a decisão do pai, o filho começa a refletir sobre seus problemas financeiros e afetivos.

Comentários: Singelo, humano e divertido, O Filho da Noiva é um exemplo do melhor do cinema atual argentino. Boa produção, ótimo roteiro (de Campanella e Fernando Castetis) e excelentes performances de todo o elenco transformam esse filme, indicado ao Oscar de filme estrangeiro, numa bem-sucedida estória sobre as coisas simples que acontecem no cotidiano de qualquer ser, que vive em país com séria crise econômica, e seus laços de afeto com a família e casos amorosos. O ponto de partida é interessante: o idoso Hector Alterío, após 44 anos casado com a esplêndida Norma Aleandro, permanece extremamente apaixonado por ela (apesar da doença dela), e resolve realizar o sonho que a amada sempre teve - se casar na igreja. Isso abala inesperadamente a vida do filho Ricardo Darín, que começa a pensar nas coisas que já fez, e o tempo que resta para poder concretizar tudo o que deseja. Enfim, é um filme sobre a vida, mostrado de uma forma otimista, apesar dos tropeços e das dificuldades que acabam surgindo nos caminhos das pessoas. Além do trio central que está soberbo (sobretudo Norma, apesar do pouco tempo em cena), os coadjuvantes também dão conta do recado. Eduardo Blanca interpreta o amigo do protagonista, um ator engraçado e atrapalhado, e serve como alívio cômico. As atrizes Natalia Verbeke e Claudia Fontan, interpretam respectivamente, a atual namorada e a ex-mulher do herói, com diálogos interessantes e boas atuações. Agradável de assistir, O Filho da Noiva diverte e emociona na dose certa, sem escrachar ou cair no sentimentalismo barato. Uma boa demonstração da expansão do cinema argentino. Atenção para a piada final!

Por que gravei o filme: Simplesmente pelos motivos mencionados nos comentários. Além disso, tenho necessidade de incluir na minha coleção uma representação do cinema argentino (que é muito bom), e ele está bem representado por O Flho da Noiva. É difícil não se envolver com os personagens e situações. Gosto, particularmente, da cena em Darín realmente desperta para a vida, quando se emociona aor ler os poemas feitos pela filha, interpretada por Gimena Nóbile. Emfim, quando soube que iria passar no Max Prime, gravei o filme com muito prazer, pois já o havia assistido no cinema. Não canso de assistir, e está entre meus filmes prediletos.

sábado, 25 de outubro de 2008

Piratas do Caribe: A Maldição da Pérola Negra

( EUA 2003 ). Direção: Gore Verbinski. Com Johnny Depp, Geoffrey Rush, Keira Knightley, Orlando Bloom, Jack Davenport, Lee Arenberg, Mackenzie Crook, Zoe Saldana, Trevor Goddard, Jonathan Pryce. 143 min.



Sinopse: O pirata Jack Sparrow ajuda rapaz a resgatar a filha do governador que foi sequestrada por perigosos piratas, liderados pelo temível pirata Barbosa.


Comentários: Super-produção da Disney que fez tremendo sucesso nos cinemas (inclusive aqui no Brasil) e que até agora já gerou duas seqüências, também grandes sucessos. Trata-se de uma aventura de ação bastante agitada e com bons momentos de humor, comandada pelo diretor de "O Chamado", Gore Verbinski. Com boa qualidade nos efeitos sonoros e trama bem movimentada, foi interessante ver renascer nas telas o gênero "capa-espada", que teve muita popularidade nos anos 40, e que estava esquecido na atualidade. O roteiro de Ted Elliott e Terry Rossio oferece também bons instantes cômicos nos diálogos e na caracterização de alguns personagens, sobretudo o protagonista Johnny Depp que, com alguns trejeitos femininos, diverte bastante no papel do pirata Jack Sparrow. Geoffrey Rush, apesar de seus habituais excessos, também está em boa forma como o vilão e faz algumas piadas. Quem se destacam além destes, são os novatos Orlando Bloom e Keira Kneightley como o casal central que só ficam juntos , previsivelmente, no fim. É bem verdade que existem algumas situações no roteiro que não fazem sentido (por que piratas mortos-vivos querem enriquecer?). Mas não importa; não é um filme de roteiro, e as situações absurdas são compensadas pelas espetaculares cenas de lutas de espada e pelos grandes efeitos visuais e sonoros. A regra aqui, afinal de contas, é se divertir. E isso o filme consegue provocar no espectador. Teve cinco indicações ao Oscar: ator (Johnny Depp), maquiagem, efeitos visuais, edição de som e mixagem de som, mas não ganhou nada.


Por que gravei o filme: Um dos melhores filmes de aventura/ação de 2003, Piratas do Caribe foi uma boa novidade e comprova mais uma vez o eficiente trabalho técnico dos americanos. É um excelente entretenimento e conta com história engraçada e interessante. Johnny Depp comprova que nasceu para interpretar personagens esquisitos e garante bons resultados cômicos. E todos os demais atores também estão muito seguros. Portanto, por trazer momentos agradáveis de aventura e comédia, gravei Piratas do Caribe na HBO2.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Novidades no cinema? Na verdade, não muitas...

Fui hoje (já é madrugada, ontem) no Santana Parque Shopping com a minha esposa Gisele, com o intuito de conhecer esse shopping, almoçar fora e assistir a um filme. Entetanto, aproveitaríamos mais se tivessemos feito outra coisa; afinal, shopping tem cara de shopping, e no cinema.... nada interessante! Uma pena, pois (vergonhosamente) a última vez que esse cinéfilo freqüentou uma sala de cinema foi em agosto de 2007 ("Os Simpsons - O Filme"). Com os preparativos para o casamento, os gastos, as preocupações etc, etc, etc, não conseguimos ir ao cinema nos últimos meses de 2007. Esse ano tentamos ver algum filme umas cinco vezes pelo menos, mas não tivemos sorte: não encontramos nada agradável! No caso de ontem, ao menos, não nos decepcionamos com a comida, rsssssss.
Quanto aos filmes, estavam em cartaz:
1) High School Musical 3: Francamente, não tenho o menor interesse por essa bobagem prestigiada pelos alunos do Alvino e por diversas crianças do mundo inteiro. Nunca vi nem o 1, nem o 2, mas pelas imagens que eu já vi achei tudo cafona, chato, sonolento, desinteressante...
2) Os Mosconautas no Mundo da Lua: Gosto de desenhos animados, mas julguei o livro pela capa, e não me interessei por essa animação de Ben Stassen.
3)Morte Súbita: Admiro o gênero terror, pois foi através dele que me tornei cinéfilo. Contudo, francamente, eu não vou gastar meu dinheiro para ver outro jacaré gigante se alimentando de turistas imbecis. Melhor rever o Alligator, que o SBT repreisava constantemente na minha infância.
4) Espelhos do Medo: Esse filme de terror protagonizado por Kiefer Sutherland ("Linha Mortal") pareceu até bacana e um tanto sério. Mas me desinteressei pelo clichê da sinopse. Acho que é daqueles filmes que começam bem, mas que perdem o interesse do meio ao fim. Ainda assim, é daqueles que se vê em vídeo.
5) Amigos Amigos, Mulheres a Parte: Comédias românticas são legais para se assistir ao lado da esposa; e Kate Hudson, especialista no gênero, até vale o ingresso. Mas me recuso a ver filmes dublados, ainda mais com o canastrão e envelhecido Alec Baldwin querendo convencer como galã. Sai fora! Próximo...
6) Quase Irmãos: Pelo que eu li é bem idiota! Posso até mudar de idéia, mas é daqueles que eu vou ver quando estreiar na tv a cabo (se eu ainda tiver).
7) Space Chimps - Micos no Espaço: vide "Os Mosconautas".
8) Corrida Mortal: Recuso-me a ver no cinema um filme dirigido pelo cara que fez "Mortal Kombat - O Filme" e "Resident Evil - O Hóspede Maldito". É fita que se assiste em casa, quando não se tem o que fazer.
9) As Duas Faces da Lei: Esse até parece ser bacana, principalmente pela presença do diretor Jon Avnet ("Tomates Verdes Fritos"), e dos astros Al Pacino e Robert DeNiro. Entertanto, nós não estávamos a fim de aguardar até as 18h00 para ver esse filme. Além disso, trata-se de um interesse apenas razoável (e só por minha parte).
10) A Guerra dos Rocha: Ultimamente não tenho tolerado filmes dirigidos por Jorge Fernando. O Lugar dele, pra mim, é na tv, nas novelas do Sílvio de Abreu, com a Cláudia Raia.
11) Super Heróis - A Liga da Injustiça: As paródias mais recentes são grosseiras e muito sem graça. Além disso, esse filme é dublado: NEM PENSAR!
12) Caçadores de Dragão: outra animação que não despertou nenhuma vontade.
13) Última Parada 174: o único que pareceu acima da média. É brasileiro, dirigido pelo internacionalmente conhecido Bruno Barreto (marido de Amy Irving, ex de Spielberg). O enredo é interessante, mas a ausência de nomes conhecidos no elenco, e o fato de ser brazuca foram o suficiente para não cair no agrado da Gisele...
Pois é ! Tá muito difícil ir ao cinema. O aconselhável é que se faça uma pesquisa sobre os filmes em cartaz, antes de sair de casa. Além disso, é conveniente que se vá a um local onde existem diversas salas de cinema e shoppings (na região da Paulista, por exemplo). Estava mesmo com vontade de ver "Ensaio Sobre a Cegueira", mas não estava em cartaz. Como vocês podem notar, caros leitorres, não sou um crítico chato (na verdade, sou muito legal!), e não postei nenhum filme "cabeça" nesse blog (mas irei postar!). Ou seja, gosto de produções hollywoodianas também. Por que não? Mas para se ver algo na tela grande, tem que ser filme de qualidade! E não tive muitas opções... É isso aí! Espero conseguir resolver logo meu problema no computador, para transferir outros comentários da minha coleção do excell para o blog... A luta continua!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Gladiador


( EUA 2000 ). Direção: Ridley Scott. Com Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Connie Nielsen, Richard Harris, Oliver Reed, Derek Jacobi, David Hemmings, Djimon Hounsou, Spencer Treat Clark. 149 min.



Sinopse: Na Roma antiga a.C., Maximus é eleito pelo imperador como seu substituto. Entretanto, o real herdeiro do trono, por inveja, mata o próprio pai e manda matar Maximus, que consegue fugir. Acaba se tornando escravo e obrigado a lutar em arenas. Ele resolve se vingar do tirano assassino que também matou sua família.

Comentários: Super-produção indicada a 12 Oscar. Ganhou melhor filme, ator (Russell Crowe), figurinos, som e efeitos especiais. Foi indicado ainda para diretor, ator coadjuvante (Joaquin Phoenix), roteiro original (de Douglas Wick, David Franzoni e Branko Lustig), montagem, fotografia, direção de arte e trilha sonora. Trata-se de um tremendo espetáculo visual com brilhantes efeitos sonoros e especiais, além de apresentar bela fotografia e exuberantes figurinos. Ou seja, técnicamente é um filme perfeito, mas não é o melhor de Ridley Scott. Em todo caso, trata-se de um grande campeão de bilheteria que, no fim das contas, tráz um bom roteiro (ainda que não seja excelente) da trinca de autores já mencionados. Gladiador é um filme de aventura que se passa em plena Roma antiga com seqüências de acão que não decepcionam o espectador mais exigente. Além disso, retrata um período da História ao mostrar o cotidiano da época, repleta de tirania, traições, vingança, pão e circo. Hollywood se precipitou em dar o Oscar de melhor ator para Russell Crowe, que deveria ter ganho no ano posteior por Uma Mente Brilhante. Ainda assim, o ator está muito bem no papel-título, seguido por um elenco competente e em boa forma (embora a caracterização de Joaquin Phoenix como vilão seja um tanto exagerada). E num ano muito fraco, Gladiador ganhou merecidamente o Oscar de melhor produção de 2000, ainda que seja bastante violento. Apesar disso, é um filme bom que foi o responsável por salvar a carreira de Scott, após alguns fracassos de crítica e público. Mas não é um filme cerebral, é daqueles entretenimentos holywoodianos que agrada o público de massas, seu maior espectador. E faz isso muito bem, com cenas impressionantes e produção impecável.

Por que comprei o filme: É um filme ágil, bem-produzido e dirigido, com qualidade de som nota 10 e história atraente. Tudo isso, dentro de um dos filmes mais caros de Hollywood, que eu adqüiri em um sebo da cidade pelo risório valor de R$3,00. As melhores cenas, sem dúvida, são aquelas em que Russell Crowe tem que lutar nas arenas com gladiadores e tigres ferozes. São cenas impressionates e bem violentas. Só elas já são suficentes o bastante para ter esse filme em minha videoteca. Por fim, há além de Crowe, boas interpretações de Richard Harris, Connie Nielsen e Oliver Reed em seu último filme (ele morreu durante as filmagens). Espetacular.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Títulos Bizarros

Olá! Aqui estou, dessa vez não para adicionar comentários da minha coleção de filmes. Inspirado em uma postagem de meu amigo Rafel (sobre as estranhas alcunhas dos candidatos a vereadores), posto aqui os títulos de filmes brasileiros mais bizarros que eu já vi! A maioria desses filmes pertence aos anos 70/80, época em que o cinema brasileiro era conhecido por suas produções quase pornográficas. Isso acabou trazendo um aspecto negativo para o cinema brasileiro, pois foi rotulado como o "cinema do sexo e da pouca vergonha". Felizmente, hoje em dia, o Brasil produz um cinema de qualidade, e as pessoas estão compreendendo melhor a nova safra de filmes brasileiros. Todavia, esses títulos bizarros são no mínimo curiosos; muitos são tão grotescos, baixos, vulgares e horrendos, que até provocam risos. Para deixar bem claro, não assisti a nenhum dos títulos que estão listados abaixo (e, honestamente, nem tenho intenção de assisti-los!). Mas, os títulos chamam a atenção. É curioso, inclusive, a obsessão que alguns deles demonstram ter com os cavalos! Confiram:

-Um Transformista Original
-Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera
-Em Busca do Su$exo
-Os Maridos Traem... E as Mulheres Subtraem
-Piranhas do Asfalto
-Memórias de Um Estrangulador de Loiras
-Eu Transo... Ela Transa
-Introdução à Sacanagem Interna
-Um Marido Sem... É Como um Jardim sem Flores
-Nua e Atrevida
-Sinal Vermelho, as Fêmeas
-Como Era Boa a Nossa Empregada
-Os Garotos Virgens de Ipanema
-O Homem que Descobriu o Nu Invisível
-Um Macho à Prova de Bala
-Pedro Canhoto - O Vingador Erótico
-O Poderoso Garanhão
-A Superfêmea
-Ainda Agarro Esta Vizinha
-Banana Mecânica
-As Cangaceiras Eróticas
-Oh! Que Delícia de Patrão
-As Secretárias... Que Fazem de Tudo
-Ainda Agarro Esse Machão
-Efigênia Dá Tudo Que Tem
-Eu Dou o que Ela Gosta
-Fracasso de um Homem nas Duas Noites de Núpcias
-I Love Bacalhau
-Nós, os Canalhas
-Onanias - O Poderoso Machão
-Essa Mulher é Minha... E dos Amigos
-Eu Faço... Elas Sentem
-A Ilha das Cangaceiras Virgens
-As Mulheres que Dão Certo
-Nem as Enfermeiras Escapam
-A Noite das Fêmeas
-Pura Como um Anjo, Será Virgem?
-Sabendo Usar Não Vai Faltar
-Socorro! Eu não Quero Morrer Virgem!
-Zé Sexy... Louco, Muito Louco Por Mulher
-Empregada Para Todo o Serviço
-O Garanhão no Lago das Virgens
-A Mulher que Põe a Pomba no Ar
-Prá Ficar Nua, Cachê Dobrado
-Os Galhos do Casamento
-A Noite dos Duros
-Roberta - A Moderna Gueixa do Sexo
-Seu Florindo e Suas Duas Mulheres
-As Taradas Atacam
-Tem Piranha no Garimpo
-Traí... Minha Amante Descobriu
-A Banda das Velhas Virgens
-Uma Fêmea do Outro Mundo
-Paula - A História de Uma Subversiva
-Os Rapazes da Difícil Vida Fácil
-Aqui, Tarados!
-Gugu - O Bom de Cama
-Pequenas Taras
-Por Que as Mulheres Devoram os Machos?
-Sofia e Anita, Deliciosamente Impuras
-Chapéuzinho Vermelho - A Gula do Sexo
-Como Faturar a Mulher do Próximo
-A Fábrica de Camisinhas
-Um Marciano em Minha Cama
-Me Deixa de Quatro
-A Pistola Que Elas Gostam
-O Sexo Nosso de Cada Dia
-As Taras de Todos Nós
-A Virgem e o Bem-Dotado
-Piranha de Véu e Grinalda
-Tem Piranha no Aquário
-Ivone, a Rainha do Pecado
-Põe Devagar... Bem Devagarinho
-Taradas no Cio
-O Analista de Taras Deliciosas
-Como Afogar o Ganso
-A Doutora é Boa Pacas
-O Orgasmo de Miss Jones
-Ou Dá... Ou Desce
-Quando "Abunda" não Falta
-Bum Bum, a Coisa Erótica
-Experiências Sexuais de um Cavalo
-A Ilha dos Cornos
-Não Mexe Que Eu Gozo!
-Rabo I
-Sexo a Cavalo
-Aberrações Sexuais de um Cachorro
-O Beijo da Mulher Piranha
-Boca Quente - Quando a Boca Engole Tudo
-O Cavalo e a Potranca
-Emoções Sexuais de um Cavalo
-A Garota do Cavalo
-Um Jumento na Minha Cama
-Loucas Por Cavalos
-Masculino... Até Certo Ponto
-Meu Cachorro, Meu Amante
-Meu Marido, Meu Cavalo
-Minha Cabrita, Minha Tara
-A Mulher do Touro
-Mulheres e Cavalos
-Mulheres Taradas Por Animais
-Patrícia, Só Sacanagem
-Seduzida Por Um Cavalo
-Alucinações Eróticas de um Jegue
-As Amantes de um Jumento
-Comer e Gozar é Só Começar
-Emoções Sexuais de um Jegue
-A Galinha do Rabo de Ouro
-Quatro Noivas Para Sete Orgasmos
-Terezinha Topa Tudo
-Viciadas em Cavalos
-O Gozo da Pistola
-A Noiva Piranha
-A Poupança Tá Rendendo
-Soltando a Franga
-Tudo Por um Cavalo
-Coça Que Cresce
-Confissões de uma Xoxota
-Dama de Paus
-Elas Fazem de Tudo
-Meu Pipi no seu Popó
-Puxa Que Estica
-O Ônibus da Suruba
-Alucinações Sexuais de um Macaco
-Batxota, a Mulher Morcego
-E o Pau Come Solto
-Safadas e Chifrudos
-Se a Galinha é Boa, o Pinto não Falha
-Se a Mulher Solta o Rabo, o Marido Leva o Chifre

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Aviador

( EUA 2004 ). Direção: Martin Scorsese. Com Leonardo DiCaprio, Cate Blanchett, Alan Alda, Alec Baldwin, Kate Backinsale, Ian Holm, John C. Reilly, Willem Dafoe, Gwen Stefani, Edward Herrmann, Danny Huston, Kelli Garner, Brent Spiner, Jude Law. 170 min.



Sinopse
: A biografia do produtor hollywoodiano Howard Hughes, um homem cheio de manias e que não economizava um centavo em suas caríssimas produções cinematográficas. Além disso, Howard pilotava os aviões produzidos por sua firma e colecionava casos amorosos com estrelas do cinema.

Comentários: Indicado a onze Oscar, ganhou cinco: atriz coadjuvante (Cate Blanchett), edição, fotografia, direção de arte e figurino. Foi indicado ainda para filme, diretor, ator (Leonardo DiCaprio), ator coadjuvante (Alan Alda), roteiro original (de John Logan) e som. Todos esperavam que dessa vez o Oscar de direção iria para Martin Scorsese, após a falsa espectativa de Gangues de Nova York. Afinal, O Aviador é uma super-produção luxuosa e repleta de efeitos especiais. Além disso, trata-se de um gênero aclamado pela academia: o filme biográfico. Mas, ainda não tinha sido dessa vez. Na ocasião, o melhor diretor Foi Clint Eastwood por Menina de Ouro. Em todo caso, é um filme pretensioso que narra a vida de uma das figuras mais ricas e estranhas de Hollywood, mas que é pouco conhecida aqui no Brasil. Talvez seja por isso que o público daqui rejeitou o filme. Ou seja, nem a presença de Leonardo DiCaprio foi suficiente para chamar a atenção. Óbvio, já que não se trata de um novo Titanic. O Aviador é um filme para adultos, mas com enredo que agrada poucos. Leonardo DiCaprio está excepcional na composição complexa de Howard Hughes, um homem que vivia perdido em suas crises meio esquizofrênicas e excesso de higiene. Enfim, uma figura difícil que teve em Leonardo DiCaprio o intérprete ideal. Mas quem rouba a cena, é a oscarizada Cate Blanchett, que interpreta ninguém mais, ninguém menos que a estrela Katharine Hepburn, uma das amante de Howard. Cate teve um intenso trabalho de composição, e convence perfeitamente como Katharine, até mesmo os trejeitos típicos da estrela são conduzidos com naturalidade por Cate. Se por um lado o enredo possa parecer um tanto desinteressante para a platéia que geralmente freqüenta as salas de cinema, os adolescentes, por outro, O Aviador oferece cenas de grande impacto e ótima sonorização nas cenas em que Leo pilota seus aviões. A cena do acidente fatal é de extrema qualidade, e demonstra a competência técnica dos filmes hollywoodianos. A bela fotografia da cidade do pós-guerra é uma atração a parte. Ainda no elenco, a bela Kate Beckinsale se sai muito bem como Ava Gardner; Jude Law surge quase irreconhecível como Errol Flynn; Alec Baldwin interpreta o grande rival de Howard; e John C. Reilly, no papel do secretário "faz tudo" do aviador. O único exagero foi a indicação ao Oscar de coadjuvante para Alan Alda. Este veterano ator é excelente, mas o personagem, o senador Brewster, é facilmente esquecível, e não tem nenhuma grande cena. Como o ator tem uma longa carreira no cinema, e como nunca havia sido indicado pela academia, teve aqui seu prêmio de consolação. No geral, O Aviador é um grande espetáculo, muito bem dirigido e interpretado. Mas ainda não foi o grande filme de Scorsese.

Por que gravei o filme: Já havia assistido ao O Aviador no cinema, e gravei na HBO2 porque sou um grande fã de Scorsese. E admito que gostei do filme também. E, óbvio, foi surpreendente para mim, ele não ter levado os Oscars de filme e diretor, já que é uma produção bem acadêmica. O fato é que, com "O Aviador" aprendi a parar de ter preconceito com Leonardo DiCaprio. Ele realmente é um grande ator, e merece ser reconhecido pelo seu grande talento. E Cate Blanchett consegue tornar o mito Katharine Hepburn bastante alegre e mais vivo do que nunca. Assim, concluo que, mesmo se não tivesse gostado do filme, ele valeria pela presença da dupla central.

O Corpo

( Brasil 1991 ). Direção: José Antônio Garcia. Com Antônio Fagundes, Marieta Severo, Cláudia Jimenez, Carla Camuratti, Sérgio Mamberti, Maria Alice Vergueiro, Lala Deheizelen, Ricardo Pettine, Vera Zimmermann, Mara Carvalho, Christiane Tricerri, Roberto Talma, Daniel Filho, Arrigó Barnabé, Carlos Reichenbach, Guilherme de Almeida Prado. 80 min.



Sinopse: Homem mantém vida de casado com duas mulheres, e vive com ambas no mesmo lar. O que elas não sabem, contudo, é que ele tem um caso com uma prostituta. Quando descobrem, elaboram um plano de vingança.

Comentários: Comédia de humor negro inspirada em conto de Clarice Lispector (adaptado por Alfredo Oroz). O filme mostra uma cidade comum, com suas habituais hipocrisias, e que se escandaliza com o relacionamento totalmente assumido entre um dono de farmácia e duas mulheres. Com esse ponto de partida, Garcia satiriza os valores morais da sociedade ao mostrar, com muita simplicidade, uma relação matrimonial fora-do-comum (e como se isso não bastasse, o cínico protagonista ainda consegue manter uma amante às escondidas). Antônio Fagundes está divertido como o malandro "bígamo" e "adúltero", mas quem realmente rouba a cena são as atrizes centrais: Marieta Severo, como a esposa inteligente, e a gordinha Cláudia Jimenez, como a esposa cozinheira. Elas dão um espetáculo! E Carla Camuratti (que também colaborou no roteiro) tem participação especial como a amante-prostituta. Apesar de ser de 1991, o filme demorou cinco anos para estrear. Isso porque ele teve a infelicidade de ter sido produzido na era da ditadura Collor, que confiscava toda a produção cultural (e outras coisas também...). Por outro lado, o filme teve a oportunidade de ser conhecido em 1996, período em que o cinema nacional já estava em alta. Sem ser excelente (e não indicados para moralistas de primeira), O Corpo é uma produção bem simples, com boas interpretações e com uma boa idéia no roteiro (ainda que apresente um final pouco convincente, mesmo que surpreendente). Despretencioso e divertido.

Por que comprei o filme: A fita saiu na segunda coleção da revista Isto É, sobre o cinema brasileiro. Foi uma oportunidade que tive para acrescentar esse filme no meu acervo, que infelizmente possui poucos filmes brasileiros. Além disso, eu já conhecia a fita, mas ainda não havia assistido-na. Assim, tive a oportunidade de assistí-la. Claro que não é um grande filme (pode até mesmo ser esquecível), mas foi interessante ter descoberto que O Corpo é uma adaptação de um conto de uma das minhas autoras da literatura favoritas, Clarice Lispector (ainda que no filme não estão presentes seus temas mais famosos. Aliás, eu ainda preciso ler o conto, que está no livro A Via Crucis.). E além disso, a trinca de atores está perfeita e garante o divertimento.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Trocas Macabras

( EUA 1993 ). Direção: Fraser C. Heston. Com Ed Harris, Max von Sydow, Bonnie Bedelia, Amanda Plummer, J.T. Walsh, Deborah Wakeham, Ray McKinnon, W. Morgan Sheppard, Valerie Bromfield. 120 min.



Sinopse: Na pacata cidadezinha Castle Rock, um senhor misterioso abre uma loja de antigüidades. Ele oferece sua mercadoria aos habitantes do lugar em troca de pequenos favores mal intecionados, que causam o caos no lugar.

Comentários: Boa adaptação de um livro de Stephen King, adaptado por W.D. Richter, torna esse filme de terror interessante e original. Realmente, trata-se de um enredo curioso, ao colocar a figura do mal (no caso, o dono da loja) como personagem central. É bem verdade que Hollywood já produziu diversos filmes em que o próprio diabo é uma referência dominante na vida de pessoas inocentes (O Exorcista, A Profecia, além das cópias descaradas destes filmes). Mas aqui, ele aparece encarnado e se diverte com maldades que faz o homem provocar em seu próximo, por troca de bens materiais. Aliás, o livre arbítrio e o condicionamento humano, com suas fraquezas e limitações, são o que favorecem os diversos tipos de maldades que são praticadas no decorrer do filme. Essa parece ser a intenção do filme dirigido por Fraser C. Heston (filho de Charlton Heston), que parecia ter um futuro promissor, mas não fez mais nada de importante. Trocas Macabras até tem alguma semelhança com o posterior "Advogado do Diabo", só que com produção mais simples, ainda que tenha um roteiro que consegue prender mais a atenção do espectador, em relação ao outro filme. Quem interpreta o "mal" é o bergniano Max von Sydow, numa interpretação convincentemente cínica e pavorosa. Ed Harris faz o xerife que pretende botar órdem no lugar, e Bonnie Bedelia interpreta a mocinha que é seduzida pela besta. Ainda que não seja sanguinolento (mas tem sangue), uma característica do gênero, Trocas Macabras é assustador e irônico nos momentos certos, apresenta cenas de tensão surpreendentes e merece ser conhecido, já que é uma novidade num gênero decadente e repetitivo.

Por que comprei o filme: Comprei no sebo da Penha por R$2,00 ou R$3,00. Levando em consideração que os sebos valorizam muito os filmes de terror, cobrando valores mais caros, até que não foi mal o fato de "Trocas Macabras" não ser um filme famoso. Assim saí lucrando! Mas é uma das melhores adaptações de Stephen King, um autor bastante explorado no cinema, geralmente em filmes mal-sucedidos. Uma das cenas que mais gosto é àquela em que duas mulheres (Amanda Plummer e Valerie Bromfield), manipuladas pelo diabo, duelam até a morte ao som de Ave-Maria! Além desta, a cena em que mostra os desentendimentos entre um padre e um pastor batista faz uma crítica à falta de fé de alguns líderes religiosos, e como estes também podem ser fácilmente corrompidos pelo mal. Enfim, um filme acima da média.

O Professor Aloprado

( EUA 1963 ). Direção: Jerry Lewis. Com Jerry Lewis, Stella Stevens, Del Moore, Kathleen Freeman, Med Flory, Howard Morris, Henry Gibson, Norman Alden, Skip Ward, Julie Parrish, Les Bron. 107 min.



Sinopse: Professor de uma universidade, feio e atrapalhado, sofre um acidente em seu laboratório químico, e por conta disso, se transforma em um homem belo. Descobre a fórmula, e se aproveita da situação: utiliza-na várias vezes, com o intuito de ser admirado por todos e conquistar o coração de uma de suas alunas, que se encanta com ele, sem saber sua real identidade.

Comentários: Um dos mais famosos filmes do comediante Jerry Lewis, que não só atuou, como também dirigiu e roteirizou o filme (em parceria com Bill Richmond). O filme faz uma brincadeira com o grande clássico da literatura inglesa, O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson, mas em tom de sátira e humor. Apesar das brincadeiras com o clássico livro de Stevenson, o filme revela, no fim, uma bela mensagem (um tanto clichê, convenhamos), de que a beleza exterior não tem validade nenhuma, se falta no caráter humano a beleza interior. Em todo caso, o público consegue dar boas gargalhadas com o tipo de humor bem pastelão de Lewis, quase inexistente nos dias de hoje. Stella Stevens, bem jovem na época, faz o interesse romântico, enquanto Del Moore, como o diretor da universidade, interpreta a "vítima" das atrapalhadas inocentes de Lewis. Houve uma refilmagem em 1996 com Eddie Murphy no papel-título. Divertimento leve e agrdável, ainda que um tanto copiado, pode ser assistido por toda a família.

Por que gravei o filme: Gravado no Retro Channel, O Professor Aloprado é o único filme de Jerry Lewis que possuo em minha coleção de VHSs. É bem interessante, para conhecer o tipo de humor desse famoso comediante, hoje com 80 anos. Uma curiosidade: na minha infância, entre os nove e os dez anos de idade, eu era apelidado como Jerry Lewis. Na ocasião, eu nem conhecia o ator, mas acredito que esse apelido pegou pelo fato d'eu ser magrinho e usar óculos (naquela época, e hoje também).Uma boa referência do grande Jerry Lewis, O Professor Aloprado merece ser conservado e conhecido pela nova geração, que infelizmente prestigia comédias estúpidas e apelativas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O Xangô de Baker Street

( Brasil 2001 ). Direção: Miguel Faria Jr. Com Joaquim de Almeida, Maria de Medeiros, Marco Nanini, Cláudia Abreu, Anthony O`Donnell, Marcello Anthony, Letícia Sabatella, Cláudio Marzo, Thalma de Freitas, Christine Fernandes, Caco Ciocler, Emiliano Queiroz, Agildo Ribeiro, Martha Overbeck, Castrinho, Malu Valle, Marcelo Escorel, Antônio Pedro, Antônio Pômpeo, Maurício Gonçalves, Isabel Gúeron, Maria Ribeiro, Otávio Mueller, Roberto Bomfim, Camilo Bervilacqua, André Mattos, Hélio Ary, Cândido Damm, Eliana Guttman, Luciano Chirolli, João D'Avilla, júlio Levy, Vanessa Pascale, Jô Soares. 118 min.



Sinopse: No Rio de Janeiro do século XIX, Jack, o Estripador começa a assassinar várias mulheres seqüencialmente. Sherlock Holmes e seu fiel companheiro Dr. Watson desembarcam em terras brasileiras para solucionarem o caso, enquanto tentam se adaptar aos costumes brasileiros.

Comentários: O famosos romance de Jô Soares, após alguns anos no aguardo, finalmente foi adaptado para o cinema, pelo roteiro de Patrícia Melo e direção de Walter Lima Jr. A idéia de trazer figuras famosas da história, sejam elas fictícias ou reais (Jack, Holmes, Watson, Sarah Berhnard, José do Patrocínio, Chiquinha Gonzaga...) é interessante e conveniente. Contudo, o humor que a fita sugere não é tão explícito como poderia ser. A impressão que dá é que estamos assistindo a um filme policial com bons momentos cômicos, e não uma comédia escrachada e satírica, como sugere o título e o nome do autor Jô Soares (que faz participação como chefe de polícia. Em todo caso, é um bom divertimento ver os ingleses Holmes e Watson como dois "estranhos no ninho", e que precisam se adaptar ao clima e à cultura brasileira, para conseguirem êxito no trabalho que eles desenvolvem no Rio de Janeiro. Eles acabam conhecendo outro tipo de antropologia, ao entrarem em contato com o candomblé, a culinária, a sensualidade brasileira, a caipirinha... Enfim, situações divertidas e com bons diálogos irônicos. Por outro lado, a ação policial é fraca e não causa grandes impactos. A identidade do assassino não surpreende, já que se trata de um personagem fraco, com poucas falas e que passa desapercebido quase o tempo todo. Apesar disso, o final é curioso e inesperado (o único momento em que o ator que interpreta o estripador tem um certo destaque). Outro problema do filme é o excesso de personagens mal-aproveitados. Maria de Medeiros, por exemplo, como a atriz francesa Sarah Berhnard tem falas interessantes, mas o personagem que ela interpreta não tem conexão nenhuma com a trama central. A personagem poderia ser um mero figurante, sem uma grande estrela portuguesa para interpretá-la. Em contrapartida, o roteiro poderia aproveitar mais personagens como Chiquinha Gonzaga (Malu Valle) e Olavo Bilac (Marcelo Escorel), que figuram em cena quase despercebidos. Quanto aos demais atores do elenco, Marco Nanini atua com seu típico humor no papel de um policial brasileiro que ajuda Sherlock nas investigações; Cláudio Marzo tem boa participação como o imperador D. Pedro II; a gracinha Cláudia Abreu transmite simpata como a baronesa infiel; o galã Marcello Anthony também está fora de foco (e um tanto irreconhecível) em (outro) papel desperdiçado, como o homem que contrata os serviços de Sherlock; e o português Joaquim de Almeida encarna o detetive particular mais famoso da literatura inglesa, e fala portugês e inglês alternadamente. Há ainda o ator Anthony O 'Donnell, como o Dr. Watson, que tem uma cena bem cômica quando recebe o espírito da "pomba-gira". Enfim, apesar das derrapadas, O Xangô de Baker Street é um passatempo descontraído e um pouco engraçado, além de apresentar boa reconstituição de época e figurinos interessantes.

Por que gravei o filme: Gosto muito do apresentador Jô Soares, e sempre assisto ao programa do apresentador, quando tenho oportunidade. Não li o livro em que o filme se baseia, mas estava aguardando com expectativa o lançamento do filme. Lembro que em uma das entrevistas do programa, o Jô conversou com os astros portugueses da fita, Joaquim de Almeida e Maria de Medeiros, e admitiu que adorou a versão de seu livro para as telas grandes. Ou seja, algo bastante raro, já que geralmente os autores de livros não gostam do resultado final, quando suas obras são adaptadas para roteiros cinematográficos. Isso já mantém o interesse. E apesar de O Xangô de Baker Street ser um tanto decepcionante em alguns aspectos, não deixa de ser uma atração curiosa e bem-humorada. Gravado no Cinemax

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Minority Report - A Nova Lei

( EUA 2002 ). Direção: Steven Spielberg. Com Tom Cruise, Colin Farrell, Samantha Morton, Max von Sydow, Lois Smith, Tim Blake Nelson, Peter Stomare, Kathryn Morris, Arye Gross, Jessica Harper, Ana Maria Horsford, Patrick Kilpatrick, Jessica Capshaw. 148 min.



Sinopse: No futuro, a criminalidade é quase inexistente, graças a um programa altamente avançado e desenvolvido que, através de imagens produzidas pela mente de pessoas inconscientes, identifica os crimes que ainda serão praticados. Um policial passa a desconfiar desse sistema, quando é descoberto que ele mesmo cometerá um assassinato em breve.

Comentários: Como se pode esperar de qualquer produção spielbergiana, temos em Minority Report uma produção técnicamente perfeita e caríssima. Ou seja, grandes efeitos especiais e visuais, excelente edição de som (indicada ao Oscar) e bons momentos de perseguição e suspense, além da enorme duração, 148 minutos (se é filme de Spielberg, tem que ter mais de 120 minutos, no mínimo!). O roteiro de Scott Frank e Jon Cohen, adaptado do livro de Philip K. Dick (o mesmo de Blade Runner - O Caçador de Andróides) oferece bons argumentos e uma história curiosa e interessante. Entretanto, claro que as boas idéias se tornam convencionais a partir do meio do filme, e os habituais clichês surgem inevitávelmente. Tom Cruise, em sua primeira parceria com Spielberg, soa a camisa, foge daqueles que querem capturá-lo e tenta provar sua inocência. Conta com a ajuda da mocinha Samantha Morton, após a indicação ao Oscar por "Poucas e Boas", que interpreta a cobaia para o projeto anti-criminalidade. Através da mente dela, o personagem de Cruise tenta descobrir a verdade sobre o crime que ele cometerá. E os clichês não param: o veterano Max von Sydow interpreta o mentor de Cruise, fazendo o típico personagem que ainda confia no inocente acusado, enquanto todos querem prendê-lo; Colin Farrell, o novo galã de Hollywood, faz o jovem policial arrogante que se antipatiza com o herói; Lois Smith atua em personagem semelhante ao Oráculo de Matrix (ou seja, fornece pistas ao herói, mas deixa o resto por conta dele). Uma surpresa, no entanto, é a personagem de Kathryn Morris, a ex-esposa de Cruise, que tinha uma rápida cena no meio do filme, e que ressurge para contribuir na desvendação final. Mas, como muitos filmes do gênero, a identidade do grande vilão não causa muita surpresa. Em todo caso, Minority Report, mesmo sem ser um novo Blade Runner, é um filme que alerta sobre os possíveis perigos das novas descobertas científicas e os equívocos que elas podem causar. Tudo isso é mostrado com grandes seqüências de ação e cenas curiosas e espetaculares (sobretudo, a operação nos olhos de Cruise), garantindo um bom divertimento, principalmente se o filme for assistido em DVD.

Por que comprei o filme: Comprei Minority Report no famoso Sebo do Messias por um preço bem mixuruca. E eu não iria perder a oportunidade de adqüirir essa super-produção milionária de Spielberg por apenas de R$ 2,00. Além disso, gosto do filme. Tem clichês sim, mas tem um roteiro interessante e conclusão que não decepciona. E também, deve-se levar em consideração que não é fácil fazer um filme de ação e ficção científica (principalmente nos dias de hoje) sem cair no clichê. Eu apenas percebo que Tom Cruise já está ficando um tanto decadente no gênero, mas isso não compromete as boas seqüências de adrenalina que assistimos na tela.

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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Em Busca da Terra do Nunca

( EUA 2004 ). Direcão: Marc Foster. Com Johnny Depp, Kate Winslet, Dustin Hoffman, Julie Christie, Rhada Mitchell, Freddie Highmore, Joe Prospero, Nick Roud, Ian Hart, Kelly MacDonald. 101 min.


Sinopse: Em 1903, o escritor James M. Barrie se inspira em uma família formada por uma jovem mãe, seus quatro filhos e a megera avó destes, e compõe o clássico da literatura infantil: Peter Pan e os Piratas. Tudo isso ocorre num momento em que sua carreira não está bem e seu casamento, instável.

Comentários: Filme indicado a sete Oscar, ganhou trilha sonora. Foi indicado ainda para filme, ator (Johnny Depp), roteiro adaptado (de David Magee, da obra de Allan Knee), montagem, direção de arte e figurinos. Foi uma grata surpresa assistir mais uma bem-sucedida produção dirigida pelo cineasta de "A Última Ceia", Marc Foster. Seu filme é técnicamente perfeito, com excelentes fotografia e figurino, bem cuidada direção de arte e a leve trilha sonora ganhadora do Oscar. Além disso, o roteiro bem inspirado de Magee tráz uma história sensível e envolvente, com Depp em grande forma como o escritor James M. Barrie. O ator finalmente demonstra que tem competência para papéis mais sérios e tem uma interpretação bastante diferenciada dos personagens esquisitos e excêntricos que costuma fazer. Os momentos de inspiração do personagem, que através da imaginação cria histórias mirabolantes e aventurescas, são retratados com bom humor e sensibilidade. Kate Winslet comove com a mãe doente em ano que foi indicada ao Oscar, por outro filme: "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças". Realmente, é uma atriz bastante talentosa. Julie Christie retorna aos cinemas como mãe de Kate e Dustin Hoffman tem papel pequeno como produtor teatral. Não gosto muito da atriz que interpreta a esposa de Depp, Rhada Mitchell, em atuação fria e robotizada. Sempre com a mesma expressão, parece sempre estar sussurrando. E o ator mírim Freddie Highmore, como a inspiração do Peter Pan, brilha menos do que em "A Fantástica Fábrica de Chocolate", do mesmo ano e também com Depp. Mas o elenco infantil, em sua totalidade, é competente, salvando os estragos de Freddie. Bastante comovente, agrada adultos e crianças.

Por que gravei o filme: Gravei na HBO2, simplesmente porque é o filme americano mais emocionante de 2004, isso sem cair no piegas. Em Busca da Terra do Nunca é encantador e envolvente, e prende a atenção do espectador a cada cena que é mostrada. Gosto muito do trabalho do promissor Foster e aprendi a admirar a atuação de Johnny Depp e me encantei mais uma vez com a talentosa Kate Winslet. Enfim, com tantas produções repletas de clichês e descartáveis que estouram em Hollywood, o filme de Foster se destaca como uma sensível novidade. E das boas.

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sábado, 4 de outubro de 2008

Insônias de um cinéfilo angustiado

Parece até título de filme, né? Mas são apenas insônias. Não tenho como dormir, embora eu preciso muito fazer isso. Aproveito a ocasião, então, para esclarecer algumas coisas:
1) Já assisti a todos os meus (1000?) filmes. Os que aparecem registrados aqui foram sorteados. Pois é! Tenho como hobby, sortear os filmes da minha coleção. Assim, os revejo e faço comentários. É claro que não foram sorteados todos os filmes; afinal, eu não tenho tempo para me dedicar exclusivamente a eles. Todavia, quando entrar de férias, pretendo continuar com os meus sorteios e comentários.
2) Apenas para diferenciar, adiciono um curto comentário denominado "Por que gravei o filme" ou "Por que o comprei".
3) Não quero me restringir apenas à minha coleção; Intenciono também resenhar sobre filmes que estão em cartaz no cinema. Isso ocorrerá no instante em que eu comparecer em uma das salas paulistanas (esse ano, inacreditavelmente, não fui ao cinema!).
4) Quero comentar também sobre livros e músicas, mesmo que em quantidade menor. Ultimamente, tenho me aproximado bastante dessas duas manifestações (sobretudo a música brasileira, que eu estou adorando curtir).
5) Preciso dar um jeito de me livrar dessa insônia, e de tantas preocupações. Há uma cama aconchegante e uma mulher maravilhosa me aguardando no meu adorável quarto. Não
vejo a hora de ir até lá! Essa noite, por fim, está bem misteriosa, inquieta, viva, devoradora, fascinante, atraente... Ela me faz recordar que há um filme primordial que eu preciso estar sempre atento. Ele se chama: Vida Particular de Rob Seixas. Ela, a noite, me diz: "acorda, rapaz! Acorda, para dormir. Eu estou aqui para isso, para te alertar sobre isso. Agora é a sua hora. Você até pode comentar o neo-realismo do cinema itaiano com "Ladrões de Bicicleta", ou dar imensas gargalhadas inocentes com "Os Caça-Fantasmas". Mas, agora você precisa se lembrar que o seu filme é real, e a tendência para o final feliz somente depende de você". Essa é a noite.
Minha mulher acordou, e sente minha ausência... Preciso lembrá-la que a amo. Estou com medo de continuar aqui. Ok,noite! Vou para cama. Gisele, cheguei...

Crash - No Limite

( EUA 2005 ). Direção: Paul Haggis. Com Brendan Fraser, Sandra Bullock, Matt Dillon, Ryan Phillippe, Don Cheadle, Thandie Newton, Jennifer Esposito, Tony Danza, Keith David, William Fitchner, Terrence Howard, Loretta Devine, Laurenz Tate, Marina Sirtis, Daniel Dae Kim, Kathleen York. 122 min.



Sinopse: O cotidiano de vários personagens que acabam se cruzando: Um político e sua esposa, dois marginais, um casal de policiais, outra dupla de policiais, um diretor de tv e a mulher, uma família persa, um trocador de fechaduras... Todos eles, envolvidos em acidentes de automóveis, crime racial, acidente doméstico e tragédias do destino.

Comentários: Crash-No Limite surpreendeu a todos quando faturou o Oscar 2006 de melhor filme no lugar do então favorito, "O Segredo de Brockeback Mountain". Além de melhor filme, ganhou também nas categorias roteiro original (do diretor Haggis e Bobby Moresco) e edição. Foi indicado ainda para diretor, ator coadjuvante (Matt Dillon) e canção ("In the Deep"). O filme apresenta um gênero bastante apreciado por Hollywood, o de várias tramas paralelas que acabam se cruzando na conclusão (tal como algumas fitas de Robert Altman). O tema central é a intolerância racial. Haggis apresenta a cidade de Los Angeles composta por várias etnias: brancos, negros, persas, latinos, todos eles convivendo nem sempre de uma forma pacífica. Cada personagem deixa bem claro seu ponto de vista em relação ao racismo, e a partir de então, Haggis mostra ao público as trocas de valores que cada um deles acaba se submetendo, quando acontece o inesperado. Enfim, os personagens acabam aprendendo lições de vidas, o que possibilita uma reflexão sobre as atitudes e os pensamentos que tinham a cerca da intolerância. Matt Dillon, no papel do policial racista, foi indicado os Oscar como coadjuvante, merecidamente. Mas não dá para dizer quem do elenco está melhor, pois todos atuam muito bem. Além de Dillon, Don Cheadle (também um dos produtores) tem boa parceria ao lado de Jennifer Esposito, ambos como o casal de policiais amantes; Terrence Howard e Thandie Newton têm forte presença em cena, como o casal que sofre abuso racial e sexual do tira interpretado por Dillon; Ryan Phillippe está mais maduro que de costume como o policial bonzinho; E Sandra Bullock, apesar de poucas cenas, está séria e perfeita em papel que talvez seja o seu melhor, até o momento. O mérito, portanto, é do diretor Haggis, que amarra muito bem as estórias paralelas, consegue criar um clima envolvente e impactante, além de trazer surpresas irônicas e inesperadas no destino de suas personagens. Crash - No Limite merece, sem dúvida, ser melhor conhecido pelo público brasileiro, por tratar de um assunto sério e bastante atual. Merecidamente ganhador do Oscar de melhor filme (de fato, é superior a Brockeback Mountain), a fita de Haggis se consagra como uma das melhores produzidas na década.

Por que gravei o filme: Quando tive a instantânea oportunidade de possuir os cinco canais telecines abertos na minha tv por assinatura, não pensei duas vezes, e gravei Crash-No Limite no telecine premium. Eu já havia assistido ao filme no cinema, e simplesmente o achei formidável, principalmente porque sou fã de filmes com tramas paralelas e excesso de personagens. Gosto muito da mensagem anti-violência e intolerância que o filme trás, e de algumas cenas e frases de alguns personagens. Por exemplo, a última frase da personagem de Sandra Bullock para a sua empregada é magnífica e bem humana; as reviravoltas do destino que trazem conseqüências, tanto negativas como positivas, para os personagens de Ryan Phillippe e Matt Dillon são surpreendentes; e a cena em que o oriental tenta "acertar os ponteiros" com o trocador de fechaduras, mas é impedido pela filha deste, é das mais impactantes do filme. Conclusão: amo o filme e não canso de assistí-lo.

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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

( EUA 2004 ). Direção: Michel Gondry. Com Jim Carrey, Kate Winslet, Kirsten Dunst, Mark Ruffalo, Tom Wilkinson, Elijah Wood, Jane Adams, David Cross, Deidre O'Connell. 108 min.


Sinopse: Joel, ao descobrir que sua amada Clementine resolveu apagar da mente as lembranças que ela tinha dele, resolve fazer o mesmo quando procura o Dr. Howard Mierzwiak. Os problemas acontecem quando eles se encontram por acaso, se apresentam e passam a se relacionar novamente.

Comentários: Uma das produções mais originais e envolventes do ano de 2004, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças levou o Oscar de roteiro original (de Charlie Kaufman, Michel Gondry e Pierre Bismuth), além de ter recebido indicação de melhor atriz para Kate Winslet. Sem sombra de dúvida, o roteirista Charlie Kaufman é o rei do pedaço de Hollywood, em tempos dominados por idéias fracas e história repetitivas. Assim como já havia feito nos ótimos "Quero Ser John Malkovich" e "Adaptação", Kaufman volta a inovar seu talento próprio e diferente de contar histórias bizarras e interessantes, além de contar com o co-roteirista Gondry na direção. Brilho Eterno é definido por uns como drama, e por outros como comédia romântica, mas é um filme sobre o amor. A impressão que o público sente, quando se chega a conclusão do filme, é a de que os relacionamentos amorosos duradouros podem até ser desgastantes, mas sempre deixam marcas e certas saudades. Afinal, se na realidade existisse um medicamento semelhante ao usado pelos protagonistas do filme, ou seja, "um apagador de memórias", certamente poderíamos nos livrar de nossos pares amorosos, que se tornaram chatos (e até de alguns amigos inconvenientes). Mas, o que aconteceria se, por obra do acaso, fôssemos apresentados à aquelas pessoas que optamos em esquecer? De acordo com o roteiro de Kaufman, voltaríamos a sentir afeto por elas. Além de contar com um excelente roteiro, o que chama a atenção em Brilho Eterno é o seu protagonista: Jim Carrey. Se alguém ainda tinha dúvidas sobre a performance do ator em cenas dramáticas, o filme de Gondry faz questão de deixar bem claro que Carrey é um ator versátil, e se sai muito bem em papéis dramáticos. Até o momento, nunca se viu Jim Carrey em um papel discreto, tímido, comportado e deprimido (ele até chora em cena). Claro, no meio do filme ele faz algumas comédias, mas a seriedade com que ele desempenha o personagem é bastante convincente. Todavia, a Academia mais uma vez esnobou o talento de Carrey, e não o indicou ao Oscar. A estrela da fita, Kate Winslet, por sua vez, foi indicada à estatueta, num personagem que é o opsto do de Carrey: uma mulher desiquilibrada, escandalosa, esquisita e caricata. É verdade que Kate é boa atriz, e até rouba a cena de Carrey em alguns instantes, mas ele não fica muito atrás. Ainda no elenco, Elijah Wood e Mark Ruffalo interpretam os cientistas que controlam o medicamento, e Kirsten Dunst faz a recepcionista do dr. Mierzwiak (Tom Wilkinson). Enfim, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, é um filme magnífico e extraordinário, curioso e original, muito bem roteirizado, e com Jim Carrey e Kate Winslet em excelentes performances.

Por que comprei o filme: Encontrei a fita em uma locadora que já estava se desfazendo dos VHSs. E essa bem-sucedida comédia dramática me custou apenas R$1,50. Com isso, eu descobri que as fitas de vídeo em locadoram são mais barateadas que em sebos. Bom, quanto ao filme, eu o considero como um dos melhores do ano de 2004, e que reconheceu (finalmente) o talento do roteirista Charlie Kaufman, que já tinha feito o espetacular (e até melhor) Quero Ser John Malkovich. E Jim Carrey se consagra aqui em seu melhor papel no cinema. Tudo isso reunido em um filme só deveria servir de incentivo e apelo para que surjam novas boas idéias em Hollywood.

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Short Cuts - Cenas da Vida

( EUA 1993 ).Direção: Robert Altman. Com Jack Lemmon, Andie MacDowell, Tim Robbins, Madeleine Stowe, Julianne Moore, Robert Downey Jr., Jennifer Jason-Leigh, Anne Archer, Matthew Modine, Frances McDormand, Peter Gallagher, Lily Tomlin, Bruce Davison, Fred Ward, Tom Waits, Lili Taylor, Chris Penn, Lori Singer, Annie Ross, Lyle Lovett, Buck Henry, Huey Lewis. 184 min.


Sinopse: Enquanto epidemia de moscas se alastra por uma cidadezinha do sul da Califórnia, vinte e duas pessoas vivem momentos dramáticos, cômicos e agitados, e suas vidas são cruzadas em situações típicas do cotidiano.

Comentários: Sem dúvida nenhuma, Short Cuts - Cenas da Vida é o melhor filme da recente safra dirigida pelo veteraníssimo Robert Altman. Ele já havia feito no ano anterior o interessante "O Jogador", mas conseguiu maiores destaques com essa fita, em que ele conseguiu ser indicado ao Oscar como diretor. Ao lado de Frank Barhydt, Altman adaptou contos de Raymond Carver para o seu roteiro muito bem elaborado, sensível, poético e humano. A idéia dos roteiristas em colocar a invasão das moscas como prólogo no filme é bem original, e demonstra que alguma coisa tem que ser feita para deter as doenças provocadas por elas. Após isso, os diversos personagens são apresentados, e o público começa a sentir que as vidas deles enfrentam problemas tão sérios, quanto a cidade em relação às moscas. Percebe-se, a partir daí, o pessimismo de Altman em relação ao ser humano, já que ele faz uma analogia entre uma cidade ameaçada por moscas e a vida do homem. Em todo caso, Short Cuts apresenta fatos comuns e próximos da realidade. Afinal, a tragédia, o acidente, a traição matrimonial, a alegria, a melancolia, o estresse, a violência são componentes constantes no mundo dos seres. Aqui, não há heróis ou vilões, mas sim, cafajestes, mentirosos, depressivos, infiéis, sentimentais, amorosos, enfim os mais comuns comportamentos humanos. Quanto ao elenco, todos estão de parabéns e fica bem difícil saber quem leva a melhor, pois o conjunto está bem entrosado na direção firme de Altman. Mas alguns personagens curiosos merecem atenção especial: o ex-marido inconformado (Peter Gallagher) que, na ausência da ex-esposa, destrói os móveis dela com a maior calma e tranqüilidade; a mulher do tele-sexo (Jennifer Jason-Leigh), que trabalha em casa, e conversa com os clientes no mesmo instante em que está trocando as fraudas do bebê; a palhaça (Anne Archer) que atende crianças pequenas em hospitais e já sai de casa vestida a caráter. Além disso, alguns atores fornecem muita sensibilidade na composição de pessoas bem humanas, como Andir MacDowell no papel da mãe que sofre com o acidente do filho pequeno, que foi atropelado; Tim Robbins como o policial cínico e infiel; Julianne Moore, a esposa que revela ao marido que já lhe foi infiel; Jack Lemmon, que faz o avô da criança atropelada; Annie Ross e Lori Singer, como mãe e filha, além de artistas do mundo musical e que tem problemas de relacionamento. Enfim, é tarefa difícil identificar a melhor interpretação. Short Cuts surpreende o espectador constantemente nas ações das personagens (há inclusive, um assassinato no fim, bem chocante). E se consagra como um dos melhores filmes de 93, deveria ter tido mais atenção no Oscar.

Por que gravei o filme: Foi uma grande surpresa eu ter descoberto, por acaso, que esse filme passaria no telecine cult, no período em que este canal estava com sinal aberto. E não existia momento mais conveniente para o filme ser exibido, já que eu não assino os canais telecines. Além disso, eu estava, há tempos, querendo comprar essa fita, hoje difícil de achar em VHS (e nem sei se ela já foi lançada em DVD). Enfim, quanto aos fatos narrados por Altman e Barhydt, me incomodo apenas com o assassinato no fim do filme, praticado por um dos personagens centrais, e que surge de uma forma explosiva e inesperada. Mas isso não estraga o todo, e a película de Altman é envolvente e extraordinária.

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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Laranja Mecânica

( Inglaterra 1971 ). Direção: Stanley Kubrick. Com Malcolm MacDowell, Patrick Magee, Adrienne Corri, Miriam Karlin, Michael Bates, Philip Stone, Sheila Raynor, Warren Clarke, Anthony Sharp. 135 min.


Sinopse: Num futuro indeterminado, jovens violentos causam o caos em todo mundo, espancando mendigos e idosos, e estuprando garotas indefesas. Um deles, Alex, é capturado pela polícia e passa por um processo de lavagem cerebral, financiado pelo governo, com o intuito de diminuir a violência.

Comentários: Um dos filmes mais provocadores e impressionantes de todos os tempos, Laranja Mecânica recebeu quatro indicações no Oscar: filme, diretor, roteiro adaptado (do próprio Kubrick, através do romance de Anthony Burgess) e edição, mas acabou não levando nenhuma estatueta. O inovador Kubrick, assim como já havia feito com o extraordinário "2001 - Uma Odisséia no Espaço", utilizou cenários futuristas diferentes e exóticos, na construção dos cômodos e móveis das casas dos personagens, e do bar que serve como point para os protagonistas do filme. Enfim, umas arquiteturas surpreendentes, jamais vistas antes (exceto em 2001), e mereciam, ao menos, ser lembradas pelo Oscar na categoria direção de arte. Quanto ao roteiro adaptado pelo próprio genial Kubrick, é perturbador e resiste a debates e discussões nos dias de hoje. A sociedade apresentada pelo cineasta é controlada pela violência promovida por grupo de delinqüentes juvenis, que passa o tempo tomando leite nos bares (!), duelando com grupos rivais, torturando anciãos e estuprando mulheres. Tal cotidiano é mostrado de uma forma comum e natural, e estes jovens parecem ter o domínio de todos. Quando o líder deles (interpretado de uma forma caricata e amalucada, mas convincente por Malcolm McDowell) é capturado pela polícia, passa a servir como "cobaia" para testes de cientistas que têm o objetivo de reduzir a violência. Enfm, o personagem passa por um processo de lavagem cerebral, e começa a sentir náusea e aversão ao sexo e à violência. A partir de então, Kubrick faz uma crítica ao estado opressivo e ditador, que extermina a liberdade do ser humano, e o condiciona a uma laranja mecânica, ou seja, coloca o homem como alguém que não reflete, e age de acordo com a vontade de quem tem o poder (no caso, o governo). Por outro lado, tal lavagem cerebral surge para acabar com o caos e a desordem provocados pelos jovens. Afinal, aceitar a liberdade do cidadão em estuprar e espancar o outro, é o mesmo que ser conveniente com tudo aquilo que fere os direitos humanos. Em contrapartida, a livre expressão de pensamento também é um direito humano, e se violada (mesmo se por um bom motivo) contribui para a o estado de manipulação sofrido pelo homem. Enfim, Kubrick apresenta uma faca de dois gumes mostrando duas situações imorais e ausentes dos padrões éticos para a vida. E o que se deve fazer: acabar com a violência, ainda que de uma forma ilegal, ou defender a liberdade, e permitir que o caos continue existindo na sociedade? Uma questão que exige muita reflexão, mesmo porque a manipulação mental e a violência pesistem em nossos dias. O filme apresenta belas canções, desde a nona sinfonia de Beethoven (que tem grande importância na história) até o clássico cantado por Gene Kelly em "Cantando na Chuva". McDowell tem um ar de cínico e constrói um personagem irritantemente antipático ( muitas vezes, sentimos vontade de entrarmos em cena e estraçalhá-lo). O final é arrebatador e irônico, além de dúbio. Finalmente, chegamos a conclusão de que o bem venceu... e o mal também. Definitivamente, Laranja Mecânica é uma obra-prima do cinema.

Por que gravei o filme: Tudo o que foi dito acima despensa maiores comentários. Laranja Mecânica, afinal, precisa ser analisdo, discutido e debatido constantemente; é um filme obrigatório. Descobri tudo isso depois que o gravei no Cinemax, já que antes nunca o havia assistido, embora conhecesse o filme. Já o utilizei em sala de aula na minha disciplina, filosofia. Lembro que eu precisei gravar o filme em DVD, já que o vídeo da escola não funcionava. Todavia, os excessos de violência (sobretudo sexual) desagradam bastante o público que não está habituado aos filmes de Kubrick. Por isso, não tive uma boa recepção quando tentei exibi-lo em uma sala de suplência. Ainda assim, acredito ser importante a divulgação dele, e pretendo encontrar alguma estratégia para exibí-lo novamente. Sem mais.

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