quarta-feira, 30 de setembro de 2009

1 Ano de Arquivo Cinéfilo

Nem parece verdade, mas hoje completa exatamente 1 ano de existência, desse singelo e modesto blog sobre o meu hobbie predileto, os filmes. Apesar de ser bastante simplório, já publiquei 77 postagens nesse meu espaço. Ainda pretendo encrementá-lo e torná-lo visualmente melhor. Vamos aguardar... Até o instante, foram mais de 4.500 acessos. Pra mim, tá bom; afinal, não o divulguei muito...

Enfim, quero agradecer a todos que visitaram meu blog, principalmente os comentaristas, que enumero aqui por ordem de comentários publicados:

Rafel Saitar (29 comentários): Foi quem me aconselhou a abertura desse blog, meu grande amigo e irmão (criador do blog "The House of the Finarfin").

Leandro Souza (26 comentários): Outro amigão do peito (se não são os amigos pra comentar, rssssss). Ele também tem um blog interessante, "Divagações nos fragmentos das horas" , mas o blogueiro está virtualmete sumido.

Gisele (9 comentários): esposa também vale? É claro! te amo, meu amor!!!!!! Eternamente!!!

Déia (4 comentários): minha prima Andréia, e grande amigona também. Valeu!

Gladys POIE (2 comentários): a diretora da escola em que trabalho, o Alvino Bittencourt. Seu blog é "Gladys and scrapbooking".

Fernanda (2 comentários): minha ex-aluna do Loureiro Junior. Valeu, garota!

Rob Seixas (2 comentários): eu também posso comentar minhas postagens, né?

Aline Mubarack (1 comentário): a esposa do elfo, e minha amiga também (do blog "Tsubasa"). Brigaduuuuuuu!

Inkling (1 comentário): acho que é amiga do elfo, obrigado também!

Mariana Barioni (1 comentário): não sei quem é, mas me pediu emprestado o Short Cuts.
Desculpe eu não ter emprestado, tentarei ser mais atencioso na próxima vez!!!
Por fim, além do Rafel e da Gladys, o Rubão Almeida (do blog, "Da Boca Sai") e a professora Ana Paula (que trabalha comigo no Alvino) também acompanham meu blog. Agradecido!

É isso aí! O Arquivo Cinéfilo permanece. Continuem acessando, e comentem sempre! Obrigadão!!!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pequeno Dicionário Amoroso

( Brasil 1996 ). Direção: Sandra Werneck. Com Andréa Beltrão, Daniel Dantas, Mônica Torres, Tony Ramos, Glória Pires, José Wilker, Denise Fraga, Marcos Winter, Cristina Amadeo. 91 min.


Sinopse: Arquiteta e biólogo se conhecem por acaso em um cemitério, e começam a se relacionar. Com o passar do tempo, se casam e com essa nova rotina, surge a crise conjugal e a monotonia do casamento.

Comentários: São raras as comédias românticas brasileiras, e Pequeno Dicionário Amoroso demonstra que o nosso país também tem potencial e boas idéias para fazer fitas do gênero. O filme da promissora Sandra Werneck (que depois fez mais filmes) é leve, engraçado, despretensioso e bem humorado. Foge dos clichês habituais, típicos do cinema americano, e tem roteiro (de Paulo Helm e José Roberto Torero) original e feito para o público adulto. O ponto de partida é inovador: o relacionamento amoroso entre duas pessoas é narrado através de palavras ordenadas em ordem alfabética, e que são extraídas de um dicionário. Cada palavra apresenta semelhança com o cotidiano do casal. O roteiro pode até ser pessimista do ponto de vista matrimonial. Afinal, o casamento é visto como uma instituição falida, e o tédio e a rotina são os vilões que destroem a vida conjugal. Por outro lado, a fita traz uma mensagem positiva ao valorizar a busca do amor. Ou seja, se a infelicidade reina dentro de um casamento, não significa que nunca mais existirá uma possibilidade para se recomeçar a amar. E tudo isso é apresentado de uma forma descontraída e simpática. Os atores estão em forma, e apesar de Andréa Beltrão e Daniel Dantas formarem um casal meio desengonçado em cena, eles dão força e credibilidade aos personagens que interpretam. Além deles, Mônica Torres e Tony Ramos, por ora, roubam a cena como os respectivos amigos de Andréa e Daniel. Há também uma participação conveniente e simpática de Glória Pires, como uma cartomante e ex-esposa de Daniel. Outro ponto alto do filme são os diálogos, muito bem construídos e elaborados, que são utilizados com naturalidade pelos atores em cena. A impressão que dá ao espectador, é que se está assistindo a uma bela crônica de Luiz Fernando Veríssimo, sobre as confusões que o amor causa na vida de pessoas que saem em sua busca. Enfim, sem cair no melodrama, Pequeno Dicionário Amoroso é uma curiosa opção para quem procura novidades no gênero comédia romântica, principalmente por ser um filme brasileiro.

Por que comprei o filme: Pequeno Dicionário Amoroso saiu na coleção "Isto É Novo Cinema Brasileiro", coleção que eu tentei adquirir na íntegra, mas não consegui por problemas financeiros (semanalmente eu pagaria uns R$ 10,00 mais ou menos, na compra da fita e da revista). Assim, comprei a fita por valor reduzido em um Sebo. E reafirmo tudo que já havia dito anteriormente nos comentários: é um filme delicioso de se assistir, com argumentos inteligentes no roteiro e elenco em boa forma. Não precisa mais nada.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Up - Altas Aventuras

Era para eu ter assistido a esse filme no sábado com a Gisele, e com o casal de amigos Rafel e Aline. No entanto, tivemos contratempo no sábado, e eu e minha esposa fomos ver Up ontem. O que falar sobre essa simpática produlção da Pixar/Disney? Trata-se de uma história interessante, original e divertida. Mas admito que esperava um pouco mais.

O trailer já chamava a atenção, ao mostrar uma casa voando com um velhinho e um garoto oriental dentro. A partir de então, a perspectiva de muito humor e ação, num ponto de partida um tanto exótico, tomou conta da minha mente. O velhinho Carl Fredricksen, após o falecimento de sua amada esposa, e prestes a perder a casa, resolve realizar para si o sonho da falecida, que queria conhecer uma exuberante cachoeira localizada em algum lugar da América do Sul. Dessa forma, Fredricksen amarra centenas de balões no telhado de sua casa, e sai voando com o objetivo de chegar ao destino escolhido. Para sua maior surpresa, o garoto Russell embarca clandestinamente nessa viagem, e o velhinho precisa aprender lições de convivência com alguém que é o oposto dele.

Os diretores e roteiristas Pete Docter e Bob Peterson surpreendem o público com um início bastante comovente, quando nos deparamos com a infância de Fredricksen, desde pequeno, uma pessoa de poucas palavras. Em seguida, presenciamos o excepcional relacionamento dele com sua amada Ellie, a mulher de sua vida, que ele conheceu na infância. Tudo isso é mostrado de uma forma tocante e repleta de sensibilidade. Contudo, após a viagem, o filme muda um pouco o foco, e encontramos o mal-humorado Fredricksen, acompanhado do travesso Russell, em diversas aventuras pela América do Sul, onde encontram figuras um tanto bizarras, como cães falantes e um pássaro gigante (além de um humano vilão). Ou seja, o tom de humor absurdo que o trailer reservava, e a emoção que ocorre no primeiro momento do filme, são substituídos por cenas de ação e aventura típicas do gênero "Indiana Jones", e acompanhamos a nossa simpática dupla carregando (literalmente!) a casa pelas costas.

Não era exatamente o que eu esperava, pois estava imaginando uma narrativa no estilo "História Real" de David Lynch. Entretanto, esse tipo de história não agrada ao universo infantil, que é o público específico de Up. No todo não é tão emocionante assim, é um passatempo agradável e divertido. Tenho um amigo que, embora não seja muito adepto ao sentimentalismo, se emocionou e chorou em algumas cenas. Não acho que seja caso para choro, mas indico o filme para quem quiser tirar suas próprias conclusões. Gosto particularmente da cena em que a casa vai para o céu. Nesse momento, surgem os diversos balões que sustentam a casa, e brindam o público com um esplêndido festival de cores. O velhinho, na versão nacional (a única que está pasando nos cinemas), é dublado por Chico Anysio. Enfim, assistam Up - Altas Aventuras, e se preparem para cenas agradáveis e divertidas!

TRAILER:

sábado, 5 de setembro de 2009

Dia dos Pais

Há mais ou menos um mês atrás foi o dia dos pais. Na ocasião, eu já estava com essa postagem na cabeça, mas estava sem computador também. Bom, agora, próximo ao meu aniversário, resolvi postar esse texto que fala sobre dez filmes da minha coleção, que têm nas figuras paternas, os grandes heróis da sétima arte. Claro que dedico essa postagem ao meu saudoso pai, que faz muita falta na minha vida.

1) 2 Filhos de Francisco (2005), de Breno Silveira. Esse famoso campeão de bilheteria do recente cinema nacional conta a trajetória da popular dupla sertaneja, Zezé DiCamargo & Luciano. O protagonista, entretanto, é o seu Francisco do título, o pai da dupla, que foi interpretado por Ângelo Antônio. O filme narra todos os esforços e apuros que a dupla passou, desde a infância, para tirar a família da miséria. E graças ao incentivo e ao treinamento rigoroso do pai, os meninos se tornaram os grandes cantores que todo mundo conhece. Não sou fã da dupla, mas gosto muito do filme, que centraliza a narrativa nesse grande pai-coragem.

2) Um Ato de Coragem (2002), de Nick Cassavetes. Denzel Washington passa por momentos difíceis, quando seu filho de oito anos precisa urgentemente de um transplante de coração para sobreviver. Como seu plano de saúde não cobre o transplante, e após diversas tentativas frustradas para levantar o dinheiro necessário, acaba mantendo médicos e pacientes como reféns no hospital, com o intuito de negociar com a polícia a liberdade destes pela vida de seu filho. Enfim, apesar do ato criminal, mais um grande pai-coragem para a nossa galeria.

3) A Cor da Fúria (1995), de Desmond Nakano. Filme pouco conhecido, mas muito interessante, sobre o racismo às avessas. Um trabalhador branco (John Travolta) é demitido de seu emprego pelo patrão negro (Harry Belafonte), por mero preconceito racial. Para escapar do estado de miserabilidade total, e sustentar o casal de filhos pequenos e a esposa, Travolta acaba por sequestrar o patrão, nesse polêmico filme sobre conflito etnico-social. Pode-se dizer também, que é um filme sobre o sacrifício em que um pai se vê submetido, para garantir a vida dos filhos.

4) Disposto a Tudo (1994), de James L. Brooks. Outra raridade do cinema, o filme menos famoso do cineasta Brooks. Nick Nolte interpreta um ator decadente, que descobre ser pai de uma garotinha de cinco anos. A situação se complica quando ele descobre que precisa cuidar da filha, pois a mãe passará uma temporada na cadeia. A partir de então, terá de aprender o ofício da arte de ser pai. Trata-se de uma comédia dramática cativante e divertida, sobre as dificuldades de adaptação e relacionamento entre pai e filha.

5) O Império Contra-Ataca ( 1980), de Irvin Kershner. Ok, o tema desse clássico da ficção científica não é sobre paternidade, nem coisa afim. Mas, parece óbvia a inclusão desse filme na lista. Afinal, essa sequência de Guerra nas Estrelas (que não foi dirigida por George Lucas!) surpreendeu diversas plateias com uma das maiores revelações do cinema, quando o popular e carismático vilão Darth Vader anuncia para o herói: Luke, eu sou seu pai! Esse filme não poderia ficar distante da minha lista...

6) Ladrões de Bicicleta (1948), de Vittorio de Sica. Clássico do realismo italiano, esse filme (já postado aqui) é uma obra-prima da sétima arte. Mostra a trajetória de um pai de família que passa por diversos apuros, ao tentar recuperar a bicicleta que acabara de vender, pois necessita dela para trabalhar em seu novo ofício. Uma das cenas que mais emociona, é aquela em que o pai, convincentemente interpretado por Lamberto Maggiorani, incompreendido por todos, é mal tratado pelas pessoas em praça pública, e recebe apenas o afeto do filho que corre em sua defesa. Uma grande lição de vida!

7) Mr. Holland - Adorável Professor (1995), de Stepehen Herek. Ricahrd Dreyfuss interepreta um compositor que resolve trabalhar em uma escola como professor de música, temporariamente, para sustentar a esposa e o filho deficiente (por ironia do destino, surdo-mudo) e pagar o aluguel do apartamento. O contraste que pode existir entre a música (o pai) e o silêncio (o filho) é mostrado de forma singela nesse belo filme, que deu a Dreyfuss uma indicação ao Oscar de melhor ator. A cena mais comovente, é quando o pai dedica ao filho, na linguagem de libras, a canção "Beautiful Boy", de John Lennon.

8) O Pai da Noiva (1991), de Charles Shyer. O tema também abre as portas para comédias. Steve Martin, no papel título, diverte o público com os excessos de paranóia e crise emocional, ao descobrir que a única filha está prestes a casar. Diversão garantida e um pai bem-humorado, pra ninguém botar defeito.

9) Tempo de Matar (1996), de Joel Schumacher. Na racista Mississipi dos anos 60, um homem negro (Samuel L. Jackson) resolve fazer justiça com as próprias mãos, ao matar à queima-roupa, dois homens brancos que estupraram sua filha de onze anos. Filme forte e polêmico, que leva ás últimas consequências a fúria de um pai em busca de justiça. Ótima interpretação de Jackson.

10) A Vida é Bela (1998), de Roberto Benigni. Finalizo com essa popular produção italiana, dirigida e estrelada por Benigni. Ambientado na segunda guerra mundial, o filme mostra a capacidade criativa que um homem judeu desenvolve, ao tentar convencer seu filho que não existe nenhuma guerra. Com mistura de humor e tragédia, Benigni personificou um pai exemplar que, ao esconder do filho os horrores da guerra, tenta convencê-lo de que a vida é bela. Grande filme!

Paro por aqui, uma boa noite a todos. E, apesar de atrasado, feliz dia dos pais! Pai, te amo!!!!!