domingo, 29 de novembro de 2009

A Praia

( EUA 2000 ). Direção: Danny Boyle. Com Leonardo DiCaprio, Tilda Swinton, Virginie Ledoyen, Robert Carlyle, Guillaume Canet. 119 min.


Sinopse: Jovem americano, em viagem no sudeste asiático, tem acesso a um mapa que identifica uma das praias mais belas e exóticas do mundo, localizada na Tailândia. Junto com um casal de franceses, ele parte para a Tailândia, e se envolve em várias aventuras, até chegar à praia e se envolver com os habitantes dela.

Comentários: A Praia foi o primeiro filme comercial do diretor de "Cova Rasa" e "Trainspotting - Sem Limites". Após os prestígios alcançados com esses filmes, o inglês Boyle penetrou em Hollywood e se uniu com um dos astros mais populares do momento, Leonardo DiCaprio. O resultado se transformou num filme de aventura, bastante movimentado e com locações turísticas e fotogênicas, com belas paisagens naturais. O roteiro de John Hodge, adaptado do livro de Alex Garland, possui temática que se assemelha um pouco com o posterior "A Vila", de M. Night Schyamalan. Claro que este "A Praia" é menos sério e mais agitado. Apesar de ser um "filme pipoca", e, portanto, diferente dos anteriores do diretor, A Praia conserva alguns elementos típicos de Boyle, tais como os pesadelos alucinógenos que o personagem de DiCaprio tem com o cadáver do homem que lhe entregou o mapa no sudeste asiático (participação especial de Robert Carlyle, um dos atores prediletos de Boyle). Além disso, chama a atenção também os tipos bizarros que compõe a praia. Eles são liderados por uma mulher (Tilda Swinton, em boa atuação), que tenta estabelecer uma sociedade justa e harmônica no local (apesar de algumas regras não garantirem total segurança). Em todo caso, A Praia é menos cerebral e mais um grande entretenimento, com muita emoção e adrenalina. Di Caprio está em forma e tem boa química com a francesa Virginie Ledoyen, que faz o interesse romântico. Bom divertimento, não desagrada o público do gênero.

Por que comprei o filme :Quando comprei a fita no Sebo do Messias, eu, talvez, era um dos poucos brasileiros que ainda não havia assistido ao filme. Afinal, levando em consideração que Leonardo DiCaprio é bilheteria garantida aqui no Brasil, é óbvio que o filme fez sucesso por aqui. Por isso, embora não tenha assistido, eu já havia lido a respeito do filme, e tive a sensação de que iria gostar, principalmente porque o diretor é bom. E foi assim. A Praia não deixa a peteca cair, tem um bom enredo e fotografia convidativa. Não precisa mais nada. Bem-vindo a América, Danny Boyle!

domingo, 22 de novembro de 2009

A Saga Crepúsculo: Lua Nova

Talvez eu seja um dos únicos mortais que tenha assistido essa sequência, sem ter visto o original, Crepúsculo, o famoso best-seller de Stephenie Meyer, que, inevitavelmente, teve que se transformar em filme. Não é segredo pra ninguém que eu não aprecio filmes de adolescentes (gosto apenas das boas comédias dos anos 80, no estilo "Curtindo a Vida Adoidado"). Mas, minha amada esposa faz questão de acompanhar a saga, e eu não tive escolha, a não ser acompanhá-la nessa enrascada.

A pior coisa foi o shopping em que assistimos ao filme, um certo Plaza Sul, que eu nunca tinha ido, e que é extremamente horrendo. Para piorar ainda mais, só tinha a versão dublada no cinema; e por fim, nunca vi tanto adolescente alienado dentro de uma mesma sala de cinema. É impressionante como essa série de filmes está atraindo pré-adolescentes. Eu me senti um gaiato no navio, tive que sentar bem lá na frente (isso porque o shopping é ruim, imaginem outros!). E como é insuportável tolerar os berros das meninas quando os bonitões entram em cena. Afe...

Bom, admito que entrei na sala com o intuito de bombardear e odiar o filme (e as condições mencionadas por mim agora pouco somente favoreceram o meu intuito). Entretanto, não é um filme ruim, dá até pra se distrair e manter um pouco interesse. Por outro lado, é apenas uma produção banal, inútil, sem-graça, e que prende a atenção do seu público-alvo, apenas.

A mocinha é Kristen Stewart, que foi filha de Jodie Foster em "O Quarto do Pânicio", e que repete o papel da heroína do filme anterior. Uma atriz muito esquisita (mas não tão feia quanto dizem), e que fica de boca aberta constantemente. Aliás, isso seria aceitável se a moça fizesse o papel de uma vampira, mas não é o caso. Enfim, ela continua apaixonada pelo vampiro "emo" Robert Pattinson (um branquelo insuportável que as "ninfetas" não cansam de chamar de lindo), que dá um jeito de desaparecer do filme, por um longo tempo, quando entra numa crise existencial (pelo menos, foi o que me pareceu). A coitada, portanto, fica sozinha, começa a ter pesadelos, e cai nos braços de outro amigo, feito por Taylor Lautner, que as mesmas ninfetas berram que é gostoso, sendo que na verdade, tem cara de esquilo e tem por hobbie, se transformar em lobisomem. É óbvio que o vampiro anêmico ressurge, o triângulo amoroso fortalece, e as escandalosas da plateia entram na paranóia total. Ah, tem também uma vampirinha ruiva (uma certa Rachelle Lefevre), que não abre a boca, e tenta matar a mocinha, por conta de algo que aconteceu no primeiro episódio. Em alguns instantes, comecei a torcer por ela, mas de repente ela some...

Dessa vez quem dirigiu essa sequência, foi Chris Weitz, que fez o interessante "Um Grande Garoto", e a roteirista do anterior permaneceu, no caso, Melissa Rosemberg, de séries de tv. Ah, e a estrelinha Dakota Fanning tem participação pequena como uma vampira, que pertence a família de Pattinson. Reparem! O que me lastima é que ainda existem mais duas sequências para estreia. E eu, obviamente, terei que acompanhar a Gisele. O pior de tudo é que, mais uma vez, serei obrigado a dividir meu espaço com um excessivo número de pré-adolescentes histéricas, que anseiam o tempo todo, que os galãs (galãs????) saiam da sala e as ataquem. Bem que isso poderia acontecer! Porém, nas próximas vezes, não assistirei no Plaza Sul, um shopping detestável. Ao menos, disso, eu posso me salvar. Abraços!

TRAILER:


domingo, 8 de novembro de 2009

Dança Comigo ?

( Japão 1998 ). Direção: Masayuki Suo. Com Tamiyo Kusakari, Koji Yakusho, Naoto Takenaka, Eriko Watanabe, Yu Tokui, Hiromasa Tagushi, Reiko Kusamura, Hideko Hara, Ayano Nakamura. 118 min.


Sinopse: Homem que trabalha em escritório, cansado das rotinas matrimonial e profissional, passa a freqüentar aulas de dança, após se encantar com a jovem professora de dança do local. Aos poucos, ele começa a se apaixonar pela arte da dança e passa a freqüentar as aulas mais vezes, preocupando sua esposa que acredita que ele está tendo um caso.

Comentários: Agradável surpresa dos anos 90, Dança Comigo comprova que o Japão também consegue produzir (e muito bem) filmes comerciais, e acaba com o estereótipo falso de que o país só produz filmes de artes marciais (aliás, a nova de onda de filmes de terror já está trazendo outro estereótipo, bem diferente dos filmes de Kurosawa). O filmes é simpático, divertido e humano. Trata-se de uma deliciosa comédia em que um homem, fugindo de todos os tipos de rotinas, encara um tipo de arte que é bem repreendido pela sociedade machista do país. Ou seja, um filme anti-preconceito, bem dirigido, roteirizado (Masayuki também é autor do roteiro), interpretado e com grandes seqüências de danças. Um grande acerto. O elenco está muito bem; gosto particularmente de uma atriz chamada Eriko Watanabe, que interpreta a dançarina estressada. O filme merece ser conhecido, não só pela bonita mensagem que traz, como também porque Hollywood já o refilmou recentemente com Richard Gere, Jennifer Lopez e Susan Sarandon (parece que refilmar sucessos de terror japoneses não foi suficiente para Hollywood; Dança Comigo é a prova de que todo gênero do país pode estar sendo refilmado), e poucos conhecem o original.Mas prefiram este, bastante original, que emociona e diverte. E viva os bons momentos cinematográficos do Japão!

Por que gravei o filme: Passou na HBO, e resolvi gravá-lo após assistir a um programa do Rubens Ewald Filho, em que o crítico havia colocado o filme na lista entre os 10 melhores que estrearam nos cinemas brasileiros no ano de 1999. E não me arrependi.

domingo, 1 de novembro de 2009

Tá Chovendo Hambúrguer

Longas em animação não são o "forte" da Columbia, mas admito que me diverti bastante com esse filme, que assisti ontem com a minha esposa Gisele no Shopping D. Aliás, ela estava doida para assistir a uma produção em 3D. Essa foi a oportunidade.

O título é aparentemente falso, uma vez que na trama chovem diversos tipos de alimentos, não apenas hambúrguer (esse apenas é o primeiro a cair). Enfim, o cientista Flint Lockwood vive numa pequena cidade marítima, com o pai, onde os frutos do mar são os únicos alimentos da população local. Cansado dessa rotina, Flint (conhecido por suas invenções atrapalhadas) resolve construir uma máquina que tem a capacidade de fazer chover alimentos do céu. A partir de então, hambúrgueres, pizzas, sorvetes, carnes, gelatinas, enfim toda a diversidade de alimentos começa a cair sobre a cidade, alimentando seus habitantes e causando a alegria geral. Flint passa a ser cobiçado pelo inescrupuloso prefeito, enquanto se deixa enamorar pela garota do tempo, que surge em cena para cobrir esse estranho evento. Só que as coisas fogem do controle, quando a máquina passa a produzir alimentos em excesso, que sofrem certas mutações...

Tá Chovendo Hambúrguer é um excelente entretenimento, divertido, interessante, curioso e muito engraçado. Admito que não tinha dado muita atenção para essa animação dirigida e roteirizada pela dupla Phil Lord e Chris Miller (adaptada do livro de Judi e Ron Barrett), e demorei para assistir. Mas me surpreendi, e gostei mais do que Up, filme em que depositei maiores expectativas. Aqui, como em diversas produções do gênero, alguns personagens coadjuvantes roubam a cena, como o camera-man da Guatemala, que também é médico e sabe pilotar máquinas voadoras. Além dele, o garoto propaganda da cidade, o chefe de polícia e sua família, e o pai de Flint são responsáveis pelo alívio cômico. Gostei também da mensagem, que faz referência ao descontrole humano, ao mostrar uma sociedade disposta a satisfazer suas vontades, sem se preocupar com os excessos e as consequências desastrosas que eles podem trazer.

É verdade que Tá Chovendo Hambúrguer é repleto de clichês (mesmo porque é difícil evitá-los, principalmente nesse gênero), mas eu gargalhei constantemente (teve uma hora que a Gisele teve que chamar minha atenção). Ou seja, adoro animações em longa metragem, principalmente quando elas são mais voltadas para a comédia. Recomendo a todos! Agora, eu quero ver o "Planeta 51", e a adaptação de "Alice no País das Maravilhas", novamente com o amalucado trio Tim Burton (diretor) e os atores Johnny Depp e Helena Bonham-Carter. Bom domingo!

TRAILER: