quarta-feira, 19 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas

Finalmente assisti a essa super-produção , talvez a mais aguardada do ano. E tive o prazer de assisti-la na sala IMAX do Shopping Bourbon (na verdade, a expectaiva de ver o filme nesse formato era maior), no domingo passado às 22h15! O que posso dizer referente a sala, é que ela não é muito diferente das salas 3Ds, afinal, possui a mesma estrutura que elas. O diferencial, de fato, é a mega tela, que é específica para espetáculos grandiosos como Alice. Aliás, tive vontade de assistir Avatar em uma sala IMAX (talvez eu teria apreciado mais). Em todo caso, pretendo frequentar essas salas mais vezes, nem que seja para ver o documentário de animação, Um Mar de Aventuras. O trailer foi excepcional!

Quanto ao filme, admito que foi bom assistir no IMAX. Caso contrário, não teria gostado muito. Afinal, o entusiasmo para assistir ao filme era tanto, que acabei me decepcionando um pouco. O autor Lewis Carroll trabalha com o fantástico e o absurdo em sua obra literária. Portanto, não conseguia imaginar outro cineasta comandando essa produção. Tinha que ser mesmo Tim Burton, um diretor com estilo próprio e único. Porém, achei tudo tão rápido, pouco criativo, previsível. No começo, quando a jovem Alice (no livro, ela é criança) começa a dançar uma quadrilha bem bizarra, senti mais do que nunca a presença irreverente de Burton, e aguardei bastante atento outras esquisitices burtinianas. Mas não apareceram muitas. Claro que os cenários, a maquiagem e a caracterização das personagens são extraordinários (particularmente, gosto dos garotos gêmeos), e isso acaba sendo o ponto alto do filme.

Acho que Alice no País das Maravilhas dispensa qualquer comentário referente a sinopse, já que esse clássico é bastante popular, e já foi filmado outras vezes. O que muda é a idade da heroína, que aqui é uma jovem prestes a ser pedida em casamento. Quem interpreta Alice é a estreante Mia Wasikowska, que se encaixa como uma luva no papel. Contudo, quem tem mais chances no roteiro de Linda Woolverton é o Chapeleiro Maluco, que é interpretado pelo ator predileto de Burton, Johnny Depp. Seu personagem tem participação de destaque no filme, bem diferente do que acontecia no livro. E ele se encaixa bem em personagens estranhos, definitivamente é um bom ator ( e os momentos de humor são graças a ele). Ainda no elenco, a musa de Burton, Helena Bonham- Carter, no papel da Rainha Vermelha. Pelo que parece, a atriz abandonou de vez as personagens aristocratas de filmes de época, e tem uma caracterização bastante hilária como a rainha de cabeça enorme e que adora cortar cabeças! Por fim, Anne Hathaway transmite charme e encanto como a Rainha Branca. Não posso me esquecer das vozes dos britãnicos Stephen Fry, Michael Sheen e Alan Rickman, respectivamente, como o gato, o coelho e a lagarta azul, todos competentes.

Não digo que não gostei do filme; ao contrário, apreciei muito. Mas, como sou admirador da obra de Burton, esperava uma aventura mais ousada e mais bizarra. Não gostei também da luta estilo "capa-espada" entre a heroína e um monstro; definitivamente, fora de contexto. Há também uma surpresa no fim, que esclarece o espanto que as personagens tem com a presença de Alice (pra mim, dispensável). Mas, me diverti bastante com o filme (minha esposa também) e o recomendo! Preferencialmente, assistam na sala IMAX. Em todo caso, ainda aguardo uma produção burtiniana, ao estilo de "Os Fantasmas se Divertem" e "Ed Wood", na minha humilde opinião, os melhores filmes do cineasta. Abraços!

TRAILER:

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Seven - Os Sete Crimes Capitais

( EUA 1995 ). Direção: David Fincher. Com Brad Pitt, Morgan Freeman, Gwyneth Paltrow, Kevin Spacey, R. Lee Ermey, John C. McGuinley, Richard Rowndtree, Richard Partnow, Mark Boone Jr., Julie Araskog. 127 min.


Sinopse: Dois detetives, um veterano e presItálicotes a se aposentar, e outro jovem e idealista, investigam misteriosas mortes, praticadas por assassino que mata pessoas que cometeram um dos sete pecados capitais.

Comentários: Eficiente thriller de suspense, com roteiro inteligente (de Andrew Kevin Walker), e que revelou o nome do diretor David Fincher, que antes havia feito "Alien 3". Fincher, inclusive, tornou-se um cineasta de prestígio e de estilo próprio, após esse bem-sucedido trabalho. O filme pegou carona com o sucesso de "O Silêncio dos Inocentes", a quem faz uma rápida referência, mas desenvolveu-se de uma forma original e extremamente perturbadora (não há final feliz). Ponto paras os realizadores, que conseguiram construir um clima mórbido, sombrio e assustador, repleto de reviravoltas e surpresas, a ponto de fazer o espectador ficar preso na tela e alheio aos bizarros acontecimentos que aparecerão. Apesar de tudo, não é um filme violento; ao contrário, é até discreto, já que o roteiro poupa o público de presenciar as vítimas morrendo, uma vez que os corpos aparecem nos locais do crime já sem vidas. Ou seja, o mais assustador do filme é exatamente aquilo que não é mostrado, permitindo ao espectador a oportunidade de imaginar como as mortes foram executadas. Quanto ao elenco, Morgan Freeman leva a melhor como o detetive veterano. Aliás, esse é o papel que se tornou habitual na carreira desse grande ator, após Seven. Kevin Spacey, como o assassino (não se preocupem; aqui, a identidade do assassino não é nenhum segredo), demonstra que o Oscar que recebeu em 95 não foi em vão. Bem, como é sabido, Spacey não ganhou o Oscar de coadjuvante por esse filme, mas sim por "Os Suspeitos", do mesmo ano. Ou seja, foi de qualquer forma um prêmio super-merecido pelo conjunto da obra, já que ele esteve excelente em ambos os filmes (apesar de aqui não aparecer creditado). Gwyneth Paltrow, como a esposa de Pitt (na época, eram noivos na vida real), está apenas apática, mas não estraga. Portanto, o único canastrão é o galã, o próprio Brad Pitt. Atua sem emoção e com texto decorado. Quase estraga a última cena, inclusive. Em todo caso, nem ele atrapalhou a grande surpresa que Seven acabou sendo para o gênero que, apesar das várias imitações, sempre consegue manter seu status, graças ao ótimo roteiro e a competente direção de Fincher. Indicado ao Oscar de montagem.

Por que gravei o filme: Foi gravado na HBO, simplesmente pelos motivos que já foram expostos no comentário acima. Seven abriu as portas para que o público pudesse conhecer o novo cineasta que surgia na época, apesar de seus filmes posteriores terem oscilado entre bons e maus. Mas Fincher é sempre interessante, e seus filmes merecem, dignamente, mais do que uma espiada. Freeman e Spacey dão um show de interpretação, o que acaba tornando o filme mais atraente e digno de credibilidade.