terça-feira, 22 de junho de 2010

Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo

Não me considero um comentarista extremamente chato, e nem creio que eu seja exigente demais com os filmes. Reclamo demais de clichês, é verdade, mas eu sei que eles são inevitáveis. E se o filme cumpre sua missão de entreter o público de uma forma ousada, descontraída, emocionante e divertida, então os clichês são bem-vindos! Refiro-me ao filme que consta no título da postagem, que assisti sábado passado no Bourbon, com minha esposa Gisele, e o casal de amigos, Rafel e Aline.

Ambientado no século VI, mostra a luta do príncipe Dastan (Jake Gyllenhaal), que é acusado injustamente de ter assassinado o próprio pai, em provar sua inocência. Por isso, ele foge e recebe a ajuda da princesa Tamina (Gemma Arterton), que por sua vez, tem a missão de guardar as areias do tempo, inseridas em uma adaga mágica. Tal adaga, por seu extremo valor, é cobiçada por muitos homens, e Dastan descobre que existe uma relação entre ela e o assassinato de seu pai.

Pensei que não fosse gostar do filme, pois normalmente não aprecio as adaptações de games para as telas. O início, aliás, é puro videogame. O herói luta com diversos adversários ao mesmo tempo, enquanto passa por inúmeros obstáculos. São cenas impressionantes e espetaculares, com um belo visual (aliás, a fotografia de todo o filme é esplêndida). Todavia, para os leigos em games (como é o meu caso), tais cenas soam um tanto cansativas. Mas os roteiristas Boaz Yakin e Doug Miro, felizmente, não se prendem à cenas de batalhas interminávies. Desenvolvem no roteiro humor, aventura e suspense em doses certas. Tive a impressão de estar assistindo a um novo episódio de Indiana Jones ou, como lembrou Gisele, A Múmia (também lembrei de Tudo Por Uma Esmeralda, com Michael Douglas e Kathleen Turner). É impressionante também o fato de Gyllenhaal, mais lembrado como o cowboy gay de O Segredo de Brokeback Mountain, surgir em cena em boa forma física, na pele do herói. Nunca o achei uma escolha perfeita para esse tipo de papel (mesmo porque, não tem pinta de galã), mas acaba surpreendendo. A jovem Gemma Arterton (de Fúria de Titãs) também é uma grata revelação, assim como o inglês Richard Coyle, que interpreta Tus, irmão de Dastan ( e que atuou em filmes como O Libertino e Um Bom Ano ). Mas quem rouba a cena é o sempre ótimo Alfred Molina, no papel do pequeno comerciante Sheik Amar que, para sobreviver, promove corrida de avestruz(!). Ainda no elenco, o veterano Ben Kingsley, em papel com conclusão um tanto óbvia (a sinopse do IMDB já revela algo sobre ele, que deveria ser surpresa, mesmo que nada surpreendente).

Pode-se dizer que, se comparado com os filmes mencionados, Príncipe da Pérsia não apresenta grandes novidades. Mas o cineasta inglês Mike Newell, que já dirigiu desde comédias românticas (Quatro Casamentos e um Funeral), até filmes de arte (O Amor nos Tempos do Cólera), demonstra capacidade para engrenar qualquer gênero, inclusive "aventuras-pipoca", como fez com Harry Potter e o Cálice de Fogo, e agora, Pérsia. Sabe conduzir com dignidade a ação da película, e prender a atenção do espectador satisfatoriamente. Gostei do filme, e classifico Pérsia como a melhor adaptação de game já produzida para a tela grande. Certamente, surgirão as sequências (como o Rafel, que entende mais de games do que eu [aliás, qualquer um entende mais de desse assunto do que eu, rsss...], havia mencionado), e espero que elas também sejam bem-sucedidas. Enfim, temos em Príncipe da Pérsia, uma opção classe A em diversão e entretenimento. Abraços!

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Pânico na Neve

Não conhecia o diretor Adam Green, um cineasta promissor do gênero terror/suspense, que fez bastante sucesso em premiações de filmes de terroc com Hatchet (que eu também desconheço). Por isso, assisti Pânico na Neve sem grandes expectativas. Mas é, definitivamente, acima da média.

Green, que também é o roteirista do filme, em sua metragem não muito longa, nos apresenta um filme perturbador, angustiante e assustador. Não é exatamente um filme de terror, pois os vilões não são nem fantasmas, nem qualquer outro tipo de ser sobrenatural. Mas, as situações apresentadas na tela, são capazes de amedrontar muito mais do que um assassino mascarado com uma faca na mão.

Com elenco desconhecido (praticamente três atores em cena), Pânico na Neve fala sobre três jovens (um rapaz, a namorada e o melhor amigo) que resolvem esquiar no gelo, em um típico parque de diversões. O problema se acentua quando todos eles são esquecidos em um teleférico, enquanto o parque é fechado. A partir de então o desespero toma conta da cena, já que a temperatura cai, surge uma tempestade de gelo (que queima o rosto deles) e, de quebra, lobos ferozes e famintos os vigiam lá de baixo. Enquanto tentam encontrar uma solução para sair dessa enrascada, passam por conflitos pessoais (em que as diferenças tornam-se claras) e muito desespero. Principalmente, quando suas vidas passam a estar por um fio.

Enfim, fiquei bastante entusiasmado com o filme, sobretudo por conta da originalidade do roteiro, em trabalhar com uma sinopse que apresenta uma situação não muito fora do comum, e sem superficializar as personagnes (que não são heróis, apenas pobres mortais lutando para salvar sua vidas). Como eu disse, é um tema perturbador e que chega a incomodar àqueles que não têm domínio sobre as emoções. Mas fica aqui minha dica de recomendação. E vamos guardar o nome Adam Green, que promete um futuro bem-sucedido nas telas. Fiquem com Deus!

TRAILER: