sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O Mundo Encantado de Gigi

Sem ter um leque de opções, resolvi assisti a esse longa animado. Desde quando vi o cartaz pela primeira vez, eu tive curiosidade. Contudo, quando descobri ser um desenho japonês (gênero que não aprecio), o preconceito falou mais alto e resolvi não assistí-lo. Entretanto, venci o preconceito e encarei essa razoavelmente interessante animação, dirigida por Rintaro e roteirizada por Tomoko Konparu.

Os desenhos japoneses são, normalmente, muito violentos. Mas, tive a impressão de que Gigi seria um filme mais leve e mais infantil, quando me deparei com os primeiros minutos da projeção. E, de fato, não se trata de uma fita violenta; mas, um principal elemento de animes japoneses consta aqui: a eterna luta entre o bem e o mal.

Gigi é uma garotinha fanática por pinguins. Ela, inclusive, está sempre fantasiada dessa forma, e acredita que pode voar. Certa vez, ela acaba indo parar numa civilização povoada por duendes. Estes, acreditam que ela é o grande pássaro sem asas, e que está ali para salvá-los de um grande vilão, Boukkha Boo, que domina o local. Assim, ela se aventura nessa terra estranha, aprende muito sobre si própria, combate o inimigo e tenta resgatar a bondade num anjo caído.

Bom, já admiti diversas vezes o quanto adoro longas de animação. Esse, se não me surpreendeu muito, também não me irritou; até que manteve o interesse, mesmo estando longe de ser um dos meus favoritos. Creio que será um tanto irritante para os adultos, e também, um pouco cansativo para as crianças. Em todo caso, com poucas animações em cartaz (ainda mais nessas épocas de fim de ano, o que é bem estranho), Gigi acaba sendo uma opção não descartável. Quem quiser conferir, o filme ainda está em cartaz em algumas salas. Enfim, agora só escrevo em 2011. Feliz Ano Novo para todos!!!

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Enterrado Vivo

Eu sei que por ser véspera de Natal, hoje não seria o dia ideal para postar esse filme. Mas, paciência, foi, até então, o mais recente que vi no cinema. Além do mais, li críticas satisfatórias sobre o filme, e por isso resolvi conferir.

Bom, o grande mérito do cineasta espanhol Rodrigo Cortés (na verdade, um roteirista que aqui estreia na direção) é conseguir prender, literalmente, a respiração do espectador, com essa trama sufocante.

Como o próprio título informa, alguém está enterrado vivo. Trata-se de Ryan Reynolds, que interpreta um caminhoneiro à serviço no Iraque. O que se sabe é que seu grupo foi exterminado, e ele foi enterrado em algum lugar no país. Em sua cova, há apenas um isqueiro, uma caneta e um celular. Com esse aparelho, ele tenta se comunicar com o mundo, em luta pela própria sobrevivência. A situação se complica, quando ele recebe uma ligação de um iraquiano, que exige uma quantia alta em dinheiro, em troca de seu resgate. Assim, o desespero aumenta e ele fará de tudo para escapar da cova. Há sim, mais tarde ele também recebe a visita de uma cobra.

Quem sofre de ansiedade, não vai suportar o filme (inclusive, na sala em que eu assisti, muitas pessoas abandonaram a sessão). Fora a cobra, Reynolds é o único ator em cena, do começo ao fim. E fora ele, diversas vozes atuam, quando o personagem tenta estabelecer contato com as pessoas através do celular ( esposa, sogra, mãe, sequestrador, embaixada, FBI... etc ).

O roteiro de Chris Sparling apresenta algumas pistas falsas, e aumenta a tensão. Enterrado Vivo, de fato, é um ótimo exercício para testar os nervos do espectador. Mas essa atmosfera angustiante acaba ocasionando um mal estar; afinal, definitivamente, trata-se de um filme de tortura, tanto física quanto psicológica. E o espectador que consegue acompanhar a projeção até o fim, espera aguardar um final feliz para o protagonista. Mas isso não acontece. Eu posso até estar informando demais, contudo prefiro agir dessa forma e prevenir as pessoas de ver aquilo que elas não querem ver. Admito, inclusive, que também fiquei decepcionado com o desfecho.

Minha esposa e minha sobrinha Luana quase me lincharam, na saída do Cinemark do Shopping D. Por isso também, recordo mais uma vez que não existirá aqui um "happy end". Se serve como dica também, não aceitem convite de ir ao Iraque, nem a trabalho, rsssss. Agora é com vocês, forte abraço e Feliz Natal!

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

Meio a contra-gosto, acompanhei minha esposa Gisele ao cinema para assistir ao terceiro filme da série Nárnia. Não estava muito a fim porque o primeiro não me surpreendeu muito, e o segundo passou despercebido por mim, tanto que eu nem assisti. Mas, admito que não me arrependi e apreciei bastante esse terceiro episódio. Nem me irritei com o fato de ter assistido à cópia dublada.

Após "Toy Story 3" e "Tropa de Elite 2" percebo um fato inusitado: as sequências estão superando os filmes originais. E o mesmo acontece aqui, em que somos surpreendidos por uma história repleta de aventuras, ao estilo Piratas do Caribe.

A obra de C.S. Lewis (roteirizada por Chirstopher Markus, Stephen McFeely e Michael Petroni) elimina os irmão mais velhos, Susan e Peter, porque cresceram. Portanto, os irmão mais novos, Lucy e Edmund, passam a ser os protagonistas, ao lado do irritante primo Eustace. Todos eles entram em um quadro, em que está pintado um navio em alto mar, e partem para a terra de Nárnia, onde reencontram Caspian. Nessa aventura, enfrentam perigosos bandidos, enquanto procuram as espadas encantadas dos sete Lordes de Telmar.

Os ensinamentos cristãos e as lições morais permanecem nesse episódio (ainda que o Leão apareça pouco, mas numa cena importante e que chega a emocionar), mas o que se destaca em A Viagem do Peregrino da Alvorada, são as movimentadas batalhas no navio e os momento de humor (na maior parte, responsáveis pelo rato falante).

No elenco de poucos famosos, a agora oscarizada Tilda Swinton repete o papel da feiticeira (dessa vez, apenas em participação especial) e Liam Neeson, empresta mais uma vez sua voz ao Leão. Normalmente, eu não gosto de ver no cinema filmes infanto-juvenis (exceto desenhos animados, claro) porque sempre acabam sendo cansativos. Mas isso não ocorre aqui, e os méritos são do diretor Michael Apted ("Medidas Extremas", "007- O Mundo não é o Bastante"), que é experiente em fitas de aventura. Então, recomendo a toda família esse delicioso passatempo. Só espero que as próximas continuações também sejam eficientes. Até mais!

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Rede Social

Este, até o momento, está sendo considerado como o melhor filme para o OSCAR 2011, o que simplesmente comprova que 2010 foi um ano fraco para filmes. Claro que não é uma péssima produção, mas apenas um filme com um tema bastante atual, e que será facilmente rejeitado e esquecido pelo público daqui a alguns anos.

A expectativa toma conta do espectador, quando se depara com o nome de David Fincher como o diretor do filme. Seus filmes são impactantes, prendem atenção e até viram sinônimos de adoração para muitos fãs. Dessa vez, temos a impressão de que A Rede Social foi dirigida por outro cineasta, talvez algum pupilo de Oliver Stone ou Jonathan Demme. Resumindo, trata-se de um filme exaustivamente chato!

Admito que a ideia de se fazer um roteiro (aqui, feito por Aaron Sorkin, adaptado do livro de Ben Mezrich) sobre um dos maiores fenômenos da internet, o facebook (que aqui no Brasil, por enquanto, perde para o Orkut) é ousada e interessante. Afinal, trata-se de um aplicativo de consumo utilizado por "zilhões" de pessoas em todo o continente. Mas tudo é feito através de diálogos excessivamente longos e batalhas judiciais intermináveis (afinal, tudo que gera lucro é presa fácil da corrupção).

Bom, o nerd de Harvard Mark Zuckerberg (Jesse Eisemberg), após levar um fora da namorada Erica Albright ( Rooney Mara) resolve se vingar dela, criando o Facemash, um site em que os estudantes da universidade possam votar na estudante mais gostosa. Com a ajuda do melhor amigo (e talvez, único) Eduardo Saverin (Andrew Garfield), e através de parcerias com os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss (ambos feitos por Armie Hammer), Zuckerberg, aos poucos, cria o enorme êxito chamado facebook. A partir daí, uma vida relegada a dinheiro, sexo, mentiras e traições reinam em sua vida.

O pior problema do filme é que, em determinados instantes, temos a sensação de que não se trata de um filme sobre os bastidores do facebook, mas sim a biografia de Mark Zuckerberg. E, honestamente, Zuckerberg não é o tipo de pessoa que valha algum ingresso. Afinal, apesar de ser um gênio da informática de Harvard, trata-se de um nerd frustrado, feioso e idiota, e que faz fortuna após uma grande desilusão amorosa. Ou seja, um tipo de pessoa facilmente detestável. Quem o interpreta é o novato Jesse Eisemberg (que fez A Vila e Zumbilândia). Há fortes rumores de uma indicação ao Oscar por esse papel, mas a atuação dele não é nenhum sinônimo de brilhantismo. O mesmo eu digo do ator que faz o melhor amigo, Andrew Garfield (Leões e Cordeiros), que é possível candidato como coadjuvante. Quem se supera é o cantor Justin Timberlake, no papel de Sean Parker, outro associado do facebook.

Qual o interesse do filme então? Bom, o paradoxo. Afinal, o facebook foi criado por um desajustado anti-social e sem amigos. Ou seja, se por um lado, todos a sua volta nem reparam na existência de Zuckerberg, por outro lado, estas mesmas pesoas (e milhares de outras) acessam a rede de amigos criada por ele. Enfim, o site acabou sendo uma forma fantástica de se vingar do mundo que o rejeita e o esnoba, bem melhor que o banho de sangue promovido por Sissy Spacek, em Carrie - A Estranha; e diga-se de passagem, uma vingança bastante lucrativa.

Fora isso, o filme foca também o excesso de consumo vicioso que a era da informática traz na nossa sociedade. Todos estão plugados diariamente em sites de relacionamentos, fazendo tudo aquilo que se poderia fazer pessoalmente. Essa crítica é interessante, e se fosse melhor desenvolvida, aumentaria o interesse do filme. Mas, o tom biográfico sobre a vida de alguém que nós mesmos ajudamos a se tornar milionário, é muito irritante. E, como eu disse, não é alguém que merece atenção especial (se o biografado, de fato, tem esse perfil na vida real, não sei; critico apenas o que eu vi na tela). Em todo caso, A Rede Social merece ser discutido por alguns méritos que eu mencionei, por isso eu indico. Mas, se puderem, levem um travesseiro também. Abraços!

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