sábado, 5 de março de 2011

O Discurso do Rei

Antes da cerimônia do OSCAR, eu conferi esse grande vencedor da Academia. Minha esposa Gisele -e fiel acompanhante- ficou com receio de não gostar do filme. Afinal, trata-se de uma produção britânica e de época; normalmente, filmes desse gênero são longos, cansativos e insuportavelmente chatos. Entretanto, Gisele se surpreendeu, afinal, isso não ocorre aqui. O Discurso do Rei é um drama de época interessante, e até mesmo divertido.

Tenho minhas dúvidas ainda se ele deveria ter ganho as principais estatuetas do OSCAR (filme, diretor -Tom Hooper, ator -Colin Firth e roteiro original de David Seidler). Mas, só por ter derrotado o tolo A Rede Social, seu principal concorrente, eu adorei. E repito, não se trata de um longa cansativo. Além de alcançar o interesse do público com a narrativa, O Discurso do Rei também é tecnicamente perfeito; direção de arte, fotografia e figurinos são arrasadores.

George VI (Colin Firth) está prestes a se tornar rei da Inglaterra, em período que antecede a 2ª Guerra Mundial. Isso ocorre, após a abdicação de seu irmão mais velho, Lord Wigram (Guy Pearce). O trono pode ser uma ameaça para George por um simples detalhe - ele é gago! Para superar esse problema, a esposa Elizabeth (Helena Bonham-Carter) contrata os serviços do famoso Lionel Logue (Geoffrey Rush) que se faz passar por fonoaudiólogo, quando na verdade tenta ser ator shakesperiano.

Nesse filme, Helena Bonham-Carter volta as origens, em típico papel que representou bastante no início de carreira. Ela está segura e contida na personagem, mas são mesmos os dois astros centrais que roubam a cena. Colin Firth teve, finalmente, o reconhecimento pela Academia. Ele está surpreendentemente bem como o rei gago, um papel bastante difícil, e que encontrou a boa correspondência em Firth. Agora, o ator também brilha graças a magnífica interpretação de Geoffrey Rush como o "especialista em diálogos". Ele comprova, definitivamente, o quanto versátil é, ao compor um personagem diferente e muito irreverente.

Enfim, O Discurso do Rei caiu no gosto do público por se tratar de um filme agradável, positivo, de bem com a vida mesmo. Em resumo, trata-se da superação de obstáculos. Por isso, torna-se fácil o espectador contextualizar a vida do rei com seu próprio cotidiano. Afinal, todos temos dificuldades. Por isso, ao sair da plateia, o público sai com um sorriso satisfeito e otimista, recepção rara para filmes britânicos. Misturando doses certas de seriedade e humor, O Discurso do Rei se consagra como a mais bela produção do ano. Não deixem de conferir!

TRAILER