quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Garota da Capa Vermelha

Estava pronto para detonar esse filme, já que todas as críticas que li sobre ele eram destrutivas. Entretanto, acho que eles exageraram e pegaram pesado com o filme da diretora de Crepúsculo, Cahterine Hardwicke. Afinal, o filme não é tão ruim assim. Até que é um passatempo razoável, e tem um bom clima de suspense. Ah, obviamente, minha esposa Gisele adorou!

O que desagrada nessa tentativa de ser um "Chapéuzinho Vermelho mal-assombrado", é que Hardwicke insiste sempre em referenciar Crepúsculo. Começa em colocar no papel de pai da mocinha o ator Billy Burke, que no filme mencionado foi o pai de Kristen Stewart. Aqui, a "chapéuzinho" é adolescente, se chama Valerie e é interpretada por Amanda Seyfreid, que está em tudo que é filme ultimamente, e continua apática. Bom, ela vive um triângulo amoroso com o riquinho Henry (Max Irons, de "O Retrato de Dorian Gray", e que de galã não tem nada), e com o lenhador (pasmem!), feito por um novato chamado Shiloh Fernandez, e que está propositalmente parecido com Robert Pattinson. Enquanto isso, um perigoso lobisomem ataca a aldeia em que os integrantes do triângulo moram.

Enfim, essas imitações de Crepúsculo acabam de fato irritando, o que denota as limitações da diretora e do roteirista David Johnson. Até o pôster do filme é semelhante com os episódios da saga Twilight. Além disso, as semelhanças não param por aí, principalmente no final, não só pela deixa que sugere uma continuação, mas também pelas atitudes e comportamentos dos protagonistas (inclusive, um video clip romântico em flashback, com a mocinha e um dos rapazes) . Por isso, concordo em parte com as críticas negativas. Mas, retomando o que afirmei no início, a história não é de toda ruim, há um clima interessante de suspense, muitas personagens (afinal, um deles é o lobisomem) e uma fotografia forte e atraente. Fora isso, se o trio central desagrada, eu gosto dos coadjuvantes: o sempre ótimo Gary Oldman compõe mais um personagem lunático, no caso, um padre não exatamente bom-caráter; a veterana Julie Christie interpreta uma vovó bastante bizarra; Virginia Madsen está bastante jovial aos 50 anos como a mãe; e Lukas Haas (lembram dele? aquele garotinho de A Testemunha, com Harrison Ford) interpreta o padre bonzinho.

Se me perguntarem, é lógico que eu prefiro muito mais a animação Deu a Louca na Chapéuzinho, a melhor adaptação do clássico infantil. Mas, este A Garota da Capa Vermelha não chega a ser ruim (embora eu tenha achado meio previsível a identidade do lobisomem). Sei que ele foi fracasso nos EUA, mas algo me diz que aqui ele vai encontrar seu público; ainda que seja pelas razões que eu condeno. Em todo caso, se Catherine Hardwicke não passar por um processo de reciclagem, nem as adolescentes histéricas brazucas vão suportar seus filmes. Ah, uma curiosidade: o astro Leonardo DiCaprio é um dos produtores. No todo, é um filme esquecível, mas digno de uma espiada. Abraços!

TRAILER:

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pânico 4

Eu imaginava que a série se encerraria como uma trilogia, e me surpreendeu esse quarto episódio; afinal, o último é de nove anos atrás... Enfim, prefiro uma sequência, ainda que tardia, do que mais uma refilmagem, como dita a nova moda agora... Bom, não é segredo para o leitor desse blog o quanto eu gosto de filmes de terror, pois me tornei cinéfilo através desse gênero. E os três filmes anteriores da série, eu conferi no cinema. E é lógico que procedi da mesma forma com esse quarto episódio.

Se os filmes de terror fizeram enorme sucesso nos anos 90, os méritos são do primeiro Pânico (de 96), e de seu fiel diretor, Wes Craven, responsável por todos os filmes da série. Afinal, Pânico fez enorme sucesso de público e crítica na ocasião, e elevou as alturas o gênero terror. E o mais bacana, é que ele é autocrítico. A principal intenção é banalizar o esteriótipo do adolescente americano, o comportamento duvidoso que ele assume ao ser influenciado por filmes de terror (isso também é frequente aqui!). E, curiosamente, as sequências também fizeram sucesso, ou seja, a série caiu no gosto do público.

Bom, é óbvio que não temos aqui um roteiro espetacular e brilhante. Mas, o roteirista do primeiro episódio, Kevin Williamson, retorna aqui, e brinda o espectador com diálogos inusitados e referências a outros filmes, desde "Duro de Matar" até o clássico "A Malvada". Enfim, a sobrevivente dos filme anteriores, Sidney Prescott (Neve Campbell) retorna a cidadezinha, que serviu de palco para os crimes em que sobreviveu. Agora, ela é uma escritora, e veio divulgar o livro que escreveu, contando sobre os obstáculos que enfrentou para escapar da morte. Nesse cenário, reencontra o policial Dewey Riley (David Arquette) e a ex-repórter Gale Weathers (Courteney Cox), também sobreviventes das chacinas anteriores. Mas, junto com Sidney, também retornam os assassinatos, que pode estar sendo promovido por qualquer um. Todos são suspeitos...

Os elementos do original permanecem aqui: O assassino possui o mesmo traje, continua ligando para as vítimas antes de matá-las, os policiais são tratados como imbecis, e as mortes são mais esplícitas. Aliás, há um excesso de personagens no filme, que nos são apresentados logo de cara. A partir de então, é fácil prever que o sangue vai rolar. Além disso, Craven usa e abusa desse excesso de gente para construir pistas falsas na identidade do assassino. Aliás, quando ela é revelada, admito que fiquei bastante surpreendido. E, sem dúvida, a grande cena do filme, é a dramatização do assassino, que não mede esforços em se ferir de todas as formas possíveis, para se passar por vítima, por herói. Espero não estar revelando muita coisa. Em todo caso, é bastante oportuna essa crítica ao poder da fama.

Quanto ao elenco, Neve Campbell retorna madura e talentosa no papel da heroína. E o ex-casal na vida real David Arquette-Courteney Cox atuam a vontade e com bom humor nos seus personagens que, diferente do que aconteceu na realidade, permanecem casados na ficção. Fora eles, Emma Roberts, sobrinha de Julia Roberts, interpreta a mocinha da vez. Ela herdou a voz da tia, mas não o talento. Apática e sem-sal, tende a cair no anonimato. Atuam também Marley Shelton (de Sin City - A Cidade do Pecado) como policial durona; a veterna Mary MacDonnell, já indicada ao Oscar por Dança com Lobos, e Tudo Pela Vida, como a tia de Sidney; um certo Rory Culkin, irmão de Macaulay e Kieran, como um adolescente nerd e viciado em filmes de terror; Heather Graham (Boogie Nights - Prazer sem Limites) numa participação; e Kristen Bell (Quando em Roma, Burlesque) e a oscarizada Anna Paquin (por O Piano) em um dos três prólogos do filme (sim, dessa vez são três, o que eu achei bem legal!).

Enfim, logicamente não é um grande filme, mas eu me diverti e indico para todos que são fãs da série, e também para quem ainda precisa descobri-la. Abraços!

TRAILER:

sábado, 16 de abril de 2011

Rio

Há alguns dias, eu estava com vontade de assistir a essa animação do brasileiro Carlos Saldanha, mas não havia encontrado oportunidade... O trailer já havia chamado minha atenção, e como eu aprecio muito o gênero, já sabia que iria gostar do filme, principalmente porque ele se passa em terras brasileiras, como entrega o título.

Bom, antes de me referir ao filme com mais detalhes, quero expressar o meu descontentamento com essa nova mania de Hollywood usar e abusar da tecnologia 3D. Cada vez mais, acredito que isso é apenas um pretexto para cobrar mais caro a entrada do espectador. Afinal, assim como em outros filmes recentes, não havia motivo para isso. Se essa mania se multiplicar, aí sim, ninguém frequentará mais as salas de cinema, e o mercado negro lucrará muito mais! Enfim...

Quanto ao longa de Saldanha (também roteirista, com Don Rhymer), o protagonista é uma arara-macho, Blu, que quando pequeno, foi levado do Rio de Janeiro, para o gélido estado de Minessota, nos Estados Unidos, onde foi criado pela bibliotecária Linda. A sua rotina se transforma com a chegada de Túlio, um biólogo brasileiro, que tem o intuito de levar Blu de volta ao Brasil, para acasalar com a fêmea Jewel (já que ambos pertencem a uma espécie rara). Ambos se apaixonam, e tentam se livrar de bandidos inescrupulosos que querem capturá-los, com a ajuda de um maligno pássaro. Tudo isso ocorre, em pleno desfile de Carnaval.

Apesar dos esteriótipos, Rio é bastante divertido e tão bom quanto as animações recentes da Disney/Pixar, o que demonstra a capacidade da FOX nessa rara investida no gênero. Quando falo de esteriótipos, me refiro àquilo pelo qual o Brasil, sobretudo o Rio de Janeiro, é caracterizado> samba, carnaval, bossa nova, futebol, barracos nos morros (é claro)... Mas também enaltece o turismo, ao mostrar as belas paisagens das praias cariocas, os teleféricos e o cartão postal da cidade, que é a estátua do Cristo Redentor.

Além disso, assim como ocorre na Disney, os personagens coadjuvantes dão eficiente apoio aos protagonistas e roubam a cena, como o caso dos pássaros amigos de Blu, e o cachorro Luís, que entra no clima carnavalesco. Tudo isso, com uma agradável e simpática trilha da bossa nova, realizado por quem, de fato, conhece bem o país... Sei que ainda é cedo pra dizer, mas creio que Rio já é um forte concorrente para o OSCAR de animação para o próximo ano. Enquanto isso não ocorre, sugiro que assistam a esse agradável entretenimento! Até a próxima...

TRAILER:

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Uma Noite Alucinante

( EUA 1987 ). Direção: Sam Raimi. Com Bruce Campbell, Sarah Berry, Dan Hicks, Kassie de Paiva, Ted Raimi. 82 min.


Sinopse: Casal se instala em uma casa localizada no meio da floresta, e são atacados por espíritos malignos que os aterroriza e os possui.

Comentários: Seqüência de "A Morte do Demônio", realizado dois anos depois pelo mesmo Raimi. Novamente protagonizado por Bruce Campbell, o filme obedece as regras das continuações de filmes de terror: as idéias são mais fracas, e as cenas de morte, mais originais. Na verdade, essa seqüência mais parece uma refilmagem do que continuação. Afinal, com exceção de Bruce, os personagens são outros, mas os acontecimentos são os mesmos. O que mantém o interesse aqui, é o fato dos roteiristas Raimi e Scott Spiegel terem desenvolvido melhor àquilo que trouxe os espíritos para a terra: um livro de magia negra. Além disso, os efeitos especiais são eficientes, considerando a época e o gênero. Há também mais humor que o original, sobretudo na figura apalermada de Bruce Campbell, que se torna mais idiota ainda na segunda continuação de 93. Aliás, o final já deixa uma porta aberta para o terceiro filme da série. O fato, é que a série tornou-se cult, e é bastante prestigiada por fãs do gênero, principalmente pelas esquisitices e pelo clima frenético e alucinado do filme. A maior surpresa, entretanto, é o fato de a série ter sido dirigida por um dos cineastas mais remunerados do momento em Hollywood, Sam Raimi, na época com 28 anos, e bem longe do êxito fenomenal que obteve com "Homem-Aranha". Enfim, com roteiro bobo e incoerente, Uma Noite Alucinante diverte bastante e não desagrada aos fãs de filmes sobre espíritos.

Por que comprei o filme: Estou entre aqueles que apreciam o gênero. Afinal, comecei a me aproximar do cinema justamente com as fitas de terror. Desde pequeno, já conhecia o filme nas prateleiras de vídeos-locadoras, mas não esperava que ele fosse fazer tanto sucesso de público. É claro que o elenco é desastroso e a estória sem pé nem cabeça (por que será que o herói voltou a cabana, após as atrocidades ocorridas no filme anterior?). Mas, admito que me diverti com os efeitos especiais, sobretudo com as confusões armadas pela mão decepada e a dança da mulher cadáver na floresta. É, sem dúvida, um cult trash arrepiante e engraçado.