sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

Um filme diferente, ousado, perturbador e pesado! Com certeza, Cisne Negro não é para todos os públicos, mas se trata de um exercício de pesadelo delirante e arrebatador. Um roteiro ( de Mark Heyman e Andres Heinz) que provoca e surpreende o tempo todo; uma direção segura e competente; e uma formidável atriz no papel central contribuem para o sucesso do filme. Mas, vale um repeteco no recado, não é para todos os gostos, é um filme difícil e, muitas vezes, insuportável.

Quem já assistiu Réquiem Para Um Sonho, conhece um pouco da atmosfera pesada do cineasta Darren Aronofsky, que, agora sim, está se tornando um diretor de estilo, e conseguiu cinco indicaçõs ao OSCAR para seu filme - filme, direção, atriz (Natalie Portman), montagem e fotografia. Certamente, Aronofsky não é o favorito, mas já está acumulando popularidade, pois seu próximo longa é extremamente comercial, The Wolverine.

Quanto ao filme, Natalie Portman interpreta a jovem bailarina Nina Sayers, uma moça tímida e sexualmente reprimida. Ela adora o ballet, e está prestes a protagonizar o espetáculo Lago do Cisnes, como o Cisne Branco. Entretanto, seu diretor (o francês Vincent Cassel), pretende que uma única bailarina interprete tanto o Cisne Branco, quanto o Cisne Negro, tarefa difícil para Nina, pois ela não tem o toque de malícia ideal para o papel. Assim, uma outra bailarina, Lily (Mila Kunis, de "O Livro de Eli"), torna-se um grande obstáculo, já que ela tem o perfil completamente apropriado para interpretar o Cisne Negro. Assim, cega pelo desejo em obter o duplo papel, Nina modifica sua personalidade, e não medirá esforços para conseguir o que almeja.

Alucinação, loucura, sonho e delírio integram a atmosfera do filme. Há, inclusive, um toque de terror em alguns momentos nessa produção que parece mesclar o clássico A Malvada (com Bette Davis) com o grande sucesso de DePalma, Carrie - A Estranha. É, de fato, o grande momento da jovem veterana Natalie Portman, um papel forte e difícil, que é perfeitamente encarnado pela atriz. Ou seja, é praticamente impossível Portman não levar o OSCAR. Em todo caso, ela não é a única que brilha, pois as coadjuvantes também dão um show - a veterana Barbara Hershey interpreta, brilhantemente, a mãe obcecada pelo sucesso da filha, e a novata Mila Kunis surpreende como a sedutora e maldosa Lily ( uma cena bastante corajosa é àquela de lesbianismo ao lado de Portman ), ambas injustamente ignoradas pela Academia. Até Winona Ryder está bem, num papel não-típico de sua carreira, a bailarina depressiva e decadente Beth Macintyre, que perde seu lugar ao sol para Nina.

E é exatamente sobre a luta inescrupulosa pelo poder e sucesso que trata o filme, que poderia se perder facilmente como uma história repleta de clichês, se não fosse a experiência de Aronofsky, ao introduzir esse clima de tensão e pesadelo para essa história dark e crua. Quem assistiu Réquiem Para Um Sonho sabe do que eu estou falando. Se você percebeu todas as condições adversas, e se encara numa boa o estilo de Aronofsky, não pode perder Cisne Negro, talvez a produção mais ousada do ano. E vamos guardar o nome Mila Kunis, ela promete surpreender muito ainda. Até!

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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Incontrolável

Após várias críticas positivas acerca do filme mencionado, fui vê-lo no cinema com a minha esposa Gisele. Não é muito comum um filme de ação ser aceito pela crítica como sucedeu aqui; além disso, o trailer chamou minha atenção, e o diretor Tony Scott é um grande especialista do gênero. Por isso, fui conferir. Resumindo, não foi a minha primeira decepção, e nem será a última.

Não quero dizer que seja um filme ruim. Nem reclamo dos clichês do gênero proporcionados pelo roteiro de Mark Bomback, afinal se o filme cumpre seu objetivo, os clichês são bem-vindos. Mas não é tão eletrizande e surpreendente como exagerou a crítica brasileira; em alguns momentos, é até cansativo.

Bom, o astro Denzel Washington interpreta um maquinista que precisa deter um trem, carregado de cargas explosivas, que perdeu o controle e saiu em disparada pelos trilhos, cortando várias cidades dos Estados Unidos. Denzel conta com a ajuda do maquinista inexperiente, interpretado por Chris Pine (um novo ator que Hollywood almeja transformar em astro, e que eu não conhecia. Ele fez "Diário da Princesa 2" e "Sorte no Amor", entre outros). Os obstáculos que surgem são diversos, inclusive uma locomotiva repleta de crianças em excursão escolar, que corre o risco de bater de frente com o tem incontrolável. Ainda assim, a dupla de astros tem o apoio da chefe de sistemas ferroviários (creio que esse deve ser o nome), interpretada pela mulata Rosario Dawson, "Sin City - A Cidade do Pecado" que tenta rastrear o trem pela sala de controles.

Enfim, pela sinopse, já percebemos os elementos nada originais que encontramos em qualquer produção semelhante. O que me causou grande decepção foi o fato de eu ter sido enganado pelo trailer. Eu imaginava que a ação seria concentrada no trem que transporta as crianças, era esse que eu imaginava ser o incontrolável do filme. Em outras palavras, comprei o ingresso com a falsa certeza de que eu assistiria a um "Velocidade Máxima dos trilhos". Um grande equívoco de minha parte!

Porém, o filme não é ruim. Tem muitos momentos impactantes de tirar o fôlego, mas não é a grande película de ação do ano, como sugere a crítica brasileira. Quando a câmera começa a mostrar, paralelamente, a discussão entre os responsáveis pela segurança ferroviária, o filme torna-se chato e cansativo. No entanto, também não aborrece e acaba sendo um razoável entretenimento, sobretudo pela competente edição de som que torna o espetáculo mais prazeroso, em assistir Incontrolável na tela grande. Ah, por mais inacreditável que possa parecer, o filme é baseado em fatos reais. Vale uma espiada, mas sem entusiasmos. Até!

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Deixe-me Entrar

De fato, Hollywood não perde tempo quando se trata de refilmar bons filmes de terror de outros países. Isso ocorre normalmente com filmes asiáticos; dessa vez, contudo, a bola do momento foi um famoso filme sueco, e que ficou bastante tempo em cartaz aqui no ano passado (sobretudo no Espaço Unibanco Pompeia), Deixe Ela Entrar. Gostaria de ter maior referência em relação ao original, mas, até o momento, infelizmente ainda não o assisti; por isso, não posso fazer comparações. Mas, posso dizer que a refilmagem americana é acima da média.

Se é necessário Hollywood "xerocar" produções de terror de outros países para conseguir bons resultados, então está tendo êxitos nessa empreitada. Bom, quanto a sinopse, o menino Owen ( Kodi Smit-McPhee, de "A Estrada"), mora com a mãe recém-divorciada, e é vítima de bullyng na escola. Tudo parece mudar na sua vida, entretanto, quando é agraciado pelo afeto e solidariedade da nova vizinha, Abby ( Chloe Grace Moretz, de "500 Dias Com Ela" ). O problema é que a menina é uma vampira, e se descontrola quando necessita de sangue. A partir de então, uma série de assassinatos passa a ocorrer.

Contando com as excelentes performances dos dois atores mírins, o diretor e roteirista Matt Reeves ( de "Cloverfield - Monstro" ) supera as expectativas do mais exigente fã de filmes do gênero, ao nos apresentar um clima sufocante e sombrio e bela fotografia escura, em adaptação de livro de John Ajvide Lindqvist. Aqui, não temos apenas um relacionamento afetivo de dois seres marginalizados pela sociedade; temos um filme de vampiros, de 1ª qualidade, tratado com muita seriedade e pavor (quem espera alguma coisa no estilo "Crepúsculo" estará vendo o filme errado).

Ainda no elenco, há a presença do ator canadense Elias Koteas ( de "Zodíaco" ), como o policial que investiga os assassinatos em série, e também do veterano Richard Jenkins ( de "O Visitante" ), no papel do suposto pai da vampira. Minha próxima missão é a de assistir ao original sueco que, certamente, é superior a essa versão. Ainda assim, gostei muito desse filme, e indico para àqueles que como eu, apreciam um bom filme de terror. Até mais!!!

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