quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Homem de Aço

 Mais uma superprodução em cartaz nos nossos cinemas! O que demonstra, de fato, que julho é a época dos blockbusters. E com tanto herói na moda, agora estreia aquele que talvez seja o mais famoso de todos os heróis, o superman. Com roteiro e produção do badalado Christopher Nolan, o responsável pela nova saga do Batman, o filme é dirigido por Zach Snyder, o mesmo de 300

 Se vocês estão pensando em ver o homem de aço disfarçado de repórter com aparência de nerd e meio atrapalhado, esqueçam! Isso talvez ocorra na inevitável sequência, mas aqui a ação ganha outro foco. Ou seja, não se trata de um remake do clássico de 1978, estrelado por Christopher Reeve e Marlon Brando. Nem mesmo o popular vilão Lex Luthor aparece aqui.

 Mas, assim como o clássico de Richard Donner, a ação aqui começa no fictício planeta Krypton, que está em guerra. Os pais do nosso herói, aqui chamado de Kal-El, querem mandá-lo para Terra, com a esperança de mantê-lo vivo. Enfrentam resistência, entretanto, do vilão da vez, o General Zod, que não mede esforços para lutar pelo planeta, mesmo que para isso use de artifícios inescrupulosos, e não aprova a decisão dos pais do garoto. Na Terra, Kal-El, agora Clark Kent, adotado por um simples casal de fazendeiros, tem conhecimento de sua força fora do normal, se comparado com os terráqueos, e precisa controlar os seus impulsos para não chamar a atenção (ele, inclusive, é vítima de bullying). Os problemas surgem quando o general Zod o localiza, e tenta destruir a Terra.

 Como é de se esperar, a projeção ultrapassa os 120 minutos, e se assemelha aos diversos filmes temáticos, que também têm duração elevada. Os clichês são compensados por grandes cenas de batalha, uma delas, quando o herói e o vilão se enfrentam pelos ares de Nova York, e colocam os famosos prédios em risco a cada golpe. O roteiro, que foi co-escrito por David S. Goyer, alterna momentos do presente e do passado do personagem que, enquanto tenta encontrar alguma forma de salvar o planeta, se recorda dos ensinamentos do já falecido pai adotivo e da busca de sua origem na juventude. O que se sente falta, em torno da longa projeção, são momento de humor, praticamente ausentes aqui. Talvez isso se deva ao fato de Nolan ser o roteirista. Ele acertou com o tom sombrio e pesado da nova safra "Batman", que de fato, consta com um herói que possui essas qualidades do scrypt. Aqui, contudo, deveria existir algo mais leve e dinâmico. Nem mesmo a famosa personagem Lois Lane apresenta momentos para alívio cômico.

 No elenco, quem veste a camisa da vez é o ainda pouco conhecido Henry Cavill (de "Stardust - O Mistério da Estrela" e "Imortais") que agora tem tudo pra se tornar o galã do momento em Hollywood. Ele tem até certa semelhança com Reeve, e não faz feio em cena. O vilão também é outro jovem astro, que inclusive já foi indicado ao Oscar, Michael Shannon (de "Foi Apenas Um Sonho"), que lembra bastante Joaquin Phoenix. E a bela e simpática Amy Adams, marca presença como a bisbilhoteira repórter Lois Lane. Ainda no elenco, Russell Crowe tem participação destacada como o pai do homem de aço. Ele não só aparece no início, como arranjam um jeito de colocá-lo como uma espécie de fantasma durante a projeção, em que orienta o filho. Os pais adotivos são interpretados pelos populares Kevin Costner e Diane Lane (esse talvez seja o primeiro filme em que Costner não seja o mega astro da fita, o que indica que o estrelato não é eterno). Há ainda o bom Laurence Fishburne, como o chefe de Lois, e uma personagem bastante curiosa feita por uma atriz israelense chamada Ayelet Zurer ( de "Munique" e "Anjos e Demônios"), que interpreta a vilã, braço direito do General Zod.

 Enfim, percebe-se que O Homem de Aço possui todos os elementos para se tornar o blockbuster perfeito do momento: superprodução milionária com todos os "zilhões" mostrados na tela, versão em 3D (que eu não vi), um produtor bastante referenciado como cineasta, o diretor do sucesso de bilheteria "300" no comando e um elenco estelar. Fora isso, o roteiro intenciona ser bastante fiel aos fãs dos clássicos quadrinhos. Bom, eu particularmente, me distraí e achei um passatempo até diferente daquilo que se esperava (boa parte da ação, afinal, ocorre no planeta Krypton, e não na Terra). Contudo, não foi o melhor filme de heróis dos últimos anos, está aquém do já mencionado Batman, e de produções da Marvel, como "Os Vingadores". Não aborrece, e deixa as postas abertas para a sequência, essa sim, terá que ser bem elaborada para não cair no tolo e no convencional. Mas este aqui vale o ingresso. Até!

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domingo, 7 de julho de 2013

Guerra Mundial Z

 Em épocas de "The Walking Dead", pode-se dizer que os zumbis estão na moda. E por isso, não perdi tempo e fui conferir essa superprodução nos cinemas, depois de uma longa ausência em que fiquei apenas assistindo aos filmes fazendo download aqui em casa. E eu não poderia ter tido um retorno melhor, pois trata-se de um blockbuster de primeira linha, talvez o melhor do ano. 

 Admito que eu mesmo estava aguardando o velho clichê em que um grupo de pessoas se une para lutar contra assustadores mortos-vivos! Afinal, é isso que agrada espectadores assíduos que acompanharam os clássicos de George A. Romero, e que acompanham o sucesso televisivo de The Walkind Dead. Felizmente, isso não sucede, e temos aqui, o filme mais original até o momento sobre o tema.

 O diretor Marc Forster ("Em Busca da Terra do Nunca", "O Caçador de Pipas") e o time de roteiristas (Matthew Michael Carnaham, Drew Godard, Damon Lindelof) resolveram concentrar a ação em um personagem central, ao invés de centralizar um grupo de pessoas como em vários filmes. Esse personagem é Gerry Lane, representante da ONU, que tem a missão de descobrir o que fez com que o mundo todo sofresse uma terrível pandemia, em que diversos zumbis começam a atacar os seres humanos, por toda parte do planeta.. Os sobreviventes se refugiam em um navio controlado pelo exército da marinha, incluindo a esposa e as filhas do herói. E ele tem um determinado prazo para conseguir encontrar uma solução! Caso contrário, sua família será deposta do navio, que se encontra superpopulado. Então, Gerry terá que lutar contra o tempo.

 Talvez a sinopse não demonstre o grande espetáculo que o filme é. Trata-se de uma mistura perfeita de ação e terror, que não desagrada o público de nenhum desses gêneros. Aliás, até mesmo quem não gosta de terror, terá uma tendência forte a gostar desse que é o filme mais caro sobre o tema feito em Hollywood. Os efeitos especiais, a direção de arte, a fotografia, enfim, tudo se encaixa adequadamente. Há muitas cenas de suspense, que realmente, são de tirar o fôlego, sobretudo, no instante em que o herói está em Israel, onde um muro muito alto foi construído para salvar a população, dos sanguinários zumbis. Porém, nem esse muro consegue conter a fúria dos mortos vivos. Aliás, outro ponto interessante está na caracterização dos zumbis, que são extremamente velozes, e estão bem distantes daquele tipo de zumbi mole, caindo aos pedaços, típicos dos filmes de Romero. Outra coisa interessante: eles não atacam pessoas que já estão em estado terminal, tornando-as imunes à sua fúria (talvez eu tenha revelado demais aqui, hehehe).

 Quanto ao elenco, o mega astro Brad Pitt demonstra não se envergonhar da idade que já eixa marcas na pele (já está com 50 anos), nem nas olheiras, e dá a cara a tapa, se encaixando adequadamente na pele do herói. O demais atores são menos famosos. Temos o Matthew Fox, de Lost, o veterano David Morse, num papel pequeno, mas importante, uma moça que fez muito tv, e que tá começando carreira no cinema agora chamada Mireille Enos, como a esposa de Pitt. Mas, quem acaba roubando a cena é uma atriz israelense chamada Daniella Kertesz, que aparece em cena como uma militar de Israel como se fosse figurante. Inesperadamente, torna-se a co-estrela da fita, e ajuda o personagem de Pitt em muitas cenas de batalha (outra cena arrebatadora é a do ataque no avião).

 Enfim, assim como eu já havia dito sobre o mais recente filme da série Missão Impossível em 2011, hoje  digo o mesmo sobre Guerra Mundial Z: é o blockbuster do ano! ágil, inteligente, surpreendente, divertido. Claro, não temos aqui explicação sobre a origem da pandemia de zumbis (nesse aspecto, se assemelha com outros filmes dessa temática), mas deixa uma porta aberta para uma provável sequência, o que talvez não seja uma boa ideia, apesar de quase inevitável). Mas o ingresso vale, certamente. E vai uma dica: de segunda-feia, o valor é muito barato, até mesmo o 3D! Então, confiram! Abraços!

TRAILER: