sábado, 19 de outubro de 2013

5 Anos de Arquivo Cinéfilo

Nossa, passou batido! Dia 30/09, meu blog fez 5 anos! O tempo passa depressa demais... Vou, em breve, publicar filmes da minha coleção também, como eu já fazia nos primórdios, e não só os que estão em cartaz no cinema, como tenho feito ultimamente... Vou tentar disponibilizar também o download dos filmes (alguns já estão disponíveis aqui)... Aguardem!

Tá Chovendo Hambúrguer 2

 Estava demorando, mas a sequência do grande sucesso de público de 2009 finalmente estreou. Logicamente, em épocas de feriado de 12 de outubro, que cai justamente no dia das crianças, as filas tornam-se quilométricas, o que dificulta a compra do ingresso. Para piorar, o maior número de salas fornece a versão do filme em 3D, o que eu digo mais uma vez: uma grande bobagem com intuito lucrativo. Sorte minha, que assisti numa segunda-feira, dia que o valor do ingresso é bem barato.

 Quanto a esta sequência, que ganha nova dupla de diretores, Cody Cameron e Kris Pearn e equipe de roteiristas (liderada por John Francis Daley), pode-se dizer que é simpática e agradável, mas está aquém do original. O nosso herói Flint Lockwood volta para a  ilha  do episódio anterior, sua terra natal, e descobre que ela é habitada por diversos alimentos "mutantes". Junto com ele, estão os companheiros do "Tá Chovendo Hambúrguer 1", como seu pai Tim e a namorada Sam Sparks, além dos demais. Bom, Lockwood, sem perceber, está sendo manipulado por um inescrupuloso cientista, Chester V, que almeja obter a famosa máquina de comidas com o intuito de ficar milionário. Mas a esperta Sam e o restante da turma estão juntos para ajudar o inocente e atrapalhado inventor.

 Dessa vez, diferente do original, os alimentos não caem do céu, o que pode não agradar os fãs do primeiro filme. Por outro lado, o espectador se envolve facilmente com o grupo de alimentos que habitam a ilha e que tem vida própria. Aparentemente parecem ser vilões; contudo, o lado "humano" deles (se é que se pode dizer isso) será evidenciado aos poucos. O maior destaque vai para o morango, com certeza o personagem "mais gracinha" do filme, e que agradará em cheio, sobretudo, o público feminino. Há também um grupo picles ingênuos que pretendem aprender a pescar. E, por fim, há também a primata (que detesta ser chamada de macaca), que é assistente do vilão, mas que não é exatamente má.

 Os maiores instantes de humor são evidenciados por conta dos personagens coadjuvantes, como é hábito típico em produções do gênero. Porém, demora um pouco para a aventura engrenar, e o começo, com apresentações de congresso do cientista, pode parecer um tanto prolixo para o público infantil. E, torno a dizer, o filme não tem a mesma originalidade do anterior. Apesar disso, a diversão é garantida e o entretenimento não aborrece. Claro, não sei se a série sustentaria uma outra sequência. Mas vale o ingresso sim! Boa tarde!

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domingo, 13 de outubro de 2013

Gravidade

 A temporada está aberta para ficções científicas! Contudo, esqueça meus comentários sobre Elysium, que era agitado e até divertido. Dessa vez, temos um suspense dramático e assustador, com apenas alguns instantes descontraídos. E fala-se muito nas boas possibilidades de indicações que Gravidade pode ter em 2014. E eu acredito que muita coisa boa vai mesmo acontecer, de fato.

 O diretor Alfonso Cuáron, que contou com a colaboração de seu filho Jonas Cuáron no roteiro, se destaca por dirigir filmes com temáticas diferentes entre si. Enveredou pelo mundo infantil com "A Princesinha", drama romântico com "Grandes Esperanças", comédia erótica com "E Sua Mãe Também" e o melhor filme da série "Harry Potter", com "O Prisioneiro de Azkaban". Aqui, ele eleva sua originalidade fazendo uma ficção científica diferente de tudo que já se viu no gênero (aliás, abro um parênteses; ele também já investiu no gênero com "Filhos da Esperança", mas com história bem distinta).

 No elenco há apenas dois atores em cena, Sandra Bullock e George Clooney. Eles interpretam dois astronautas que estão em missão no espaço (pouco importa qual é a missão, que se torna coadjuvante perto do que se sucede). Enquanto eles, e mais um, estão do lado de fora da nave, tentando solucionar algum problema externo de satélite, uma chuva de meteoros mata o companheiro deles,e a situação se complica quando descobrem que os demais tripulantes também estão mortos. Precisam flutuar em direção à nave, e os problemas persistem quando perdem contato com a central de Houston, e começam a perder o pouco oxigênio que insiste em diminuir em seus trajes.

 O que torna Gravidade uma produção bastante diferenciada em relação a outras do gênero, é o fato de que a maior parte da ação acontece na parte de fora da nave, no espaço mesmo, nu e cru! Ou seja, ambos exploram o espaço constantemente enquanto lutam contra o tempo. Nesses instantes, o espectador se depara com cenas belíssimas e com a "aparente" tranquilidade que o cenário demonstra. Toda essa beleza é mérito da competente direção de arte, e também de uma eficiente fotografia. O espaço nunca pareceu, como aqui, um lugar infinito, misterioso e repleto de curiosidades para exploração. A angústia toma conta quando a personagem de Bullock permanece sozinha na aventura, após perder o contato com o astronauta de Clooney.

 A atriz, aliás, está em excepcional atuação, como a novata que está em sua primeira missão no espaço, após uma tragédia pessoal (perdeu a filha num acidente de carro). Fala-se muito numa provável indicação ao OSCAR do próximo ano, o que eu não descarto. Aqui, ela segura uma personagem ao mesmo tempo sensível e determinada, superando o papel que lhe rendeu a estatueta de ouro em 2009 ("Um Sonho Possível"). Clooney, por sua vez, é responsável pelos momentos de alívio cômico. Por ser um veterano de viagem espacial, ele procura sempre manter a tranquilidade e faz piadinhas o tempo todo. No fim, seu personagem (com destino infelizmente previsível) é um alter ego de si próprio, o cara boa praça, simpático e descontraído, o típico papel que ele costuma fazer em comédias românticas (ainda, que aqui seja outro terreno). Por isso, a indicação dele é menos provável...

 O final não deixa a peteca cair, é eletrizante também, e termina de forma satisfatória. O filme, porém, pode desagradar a alguns por falta de mais personagens e tramas paralelas. Além disso, o clima angustiante e sufocante pode causar um certo mal estar (principalmente se o ar condicionado da sala estiver desligado). Em todo caso, dessa vez eu gostei do 3D do filme, bastante oportuno e responsável por bons momentos de tensão. Até as lágrimas de Bullock parecem como partículas sólidas. Creio que Gravidade será uma grata surpresa nos festivais do próximo ano, não só na parte técnica, como nas categorias principais. O diretor Cuáron e a estrela Sandra Bullock devem figurar entre os indicados. Vamos aguardar... Abraços!

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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Elysium

 Uma ficção científica interessante, reflexiva, agitada e divertida! Em poucas palavras, assim se resume as qualidades de Elysium, filme que assisti no cinema recentemente. Só lastimo o fato de que ultimamente temos um excesso de filmes dublados por todas as salas de projeção da cidade. Toda a veracidade se perde quando ouvimos vozes que não são as verdadeiras. Isso acontece porque vivemos num país em que pouco se lê, e a demanda solicita cópias dubladas. Uma pena! Enfim, pelo menos as vozes dos astros brazucas do filme são dubladas por eles mesmos. Ainda bem!

 Bom, broncas a parte, Elysium é a nova produção do cineasta sul africano Neill Blomkamp, que teve popularidade merecida com o ótimo "Distrito 9". Aqui em sua nova pelicula ele continua focando a crítica social, que também esteve presente no filme anterior. No ano de 2154, o planeta Terra está um verdadeiro caos, e é apenas habitado por pessoas pobres. A minoria privilegiada , os ricos, refugiaram para Elysium, uma espécie de "supernave", ou "miniplaneta" projetada com todo luxo e conforto para atender as acomodações de seus habitantes. Nas mansões do lugar, existem mesas que têm o poder de curar àqueles que tem algum tipo de doença. Por isso, o operário Max precisa desesperadamente desse recurso medicinal, pois, após sofrer um acidente de trabalho, ele tem poucos dias de vida. Com o intuito de chegar até Elysium, ele necessita da ajuda de Spider, que financia viagens "clandestinas" para lá. No entanto, Max terá que tomar o máximo de cuidado com Delacourt, uma das "poderosas" do lugar, e do temível vilão Kruger.

 Blomkamp, também roteirista, brinda os fãs do gênero com as mais interessantes cenas de ação que poderia colocar, apesar dos habituais clichês que não estragam a diversão. Curioso é visualizar a Terra de 2154 bastante parecida com bairros do subúrbio de São Paulo e morros com diversas favelas que lembram muito bem a periferia do Rio de Janeiro. Paralelo a isso, a famosa Elysium tem todo conforto sofisticado e moderno típico de qualquer país de "primeiro mundo". Com esse contraste, Blomkamp acentua muito bem a divisão de classes, objeto de sua crítica.

 No elenco, os "brazucas" mencionados no começo do texto são a já estrela por lá nos States, Alice Braga, no papel da mocinha, e Wagner Moura, tentando a sorte no cinemão americano, após o êxito obtido com o Capitão Nascimento de "Tropa de Elite". Moura interpreta Spider, que ajuda o mocinho feito pelo galã Matt Damon (curiosamente, ele parece ser o único loiro de olho azul que habita a Terra, bastante povoada por negros e latinos). Jodie Foster interpreta a inescrupulosa Delacourt. A estrela, aliás, aparece bastante envelhecida e sem maquiagem, aos 50 anos. O grande vilão, contudo, é o ator sul africano que foi o herói de "Distrito 9", um certo Sharlto Copley, que rouba a cena em alguns instantes. Por fim, há também no elenco, presença do mexicano Diego Luna, como o amigo de Damon. 

 Elysium certamente não é melhor que Distrito 9, mas apresenta uma boa reflexão e um alerta para se pensar em como preservar o futuro. Com tanto pessimismo em cena, é bastante natural ficarmos chocados e inconformados com a possibilidade de vivermos num lugar que vai piorando com o passar do tempo. E, reafirmo, há os habituais clichês, e a gente sabe como tudo vai acabar (apesar de alguma surpresa ou outra inesperadas). Porém, o filme atinge as expectativas, e Elysium se conclui como uma boa alternativa do cinema-pipoca. Mas, se conseguir, tente evitar a versão dublada! Abraços!

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