segunda-feira, 30 de junho de 2014

Transcendence - A Revolução

 Esta nova ficção científica chegou nos cinemas agora nesse período de férias, e chama a atenção pelo trailer e por ter um elenco atraente. Por esse motivo, fui conferir essa longa que marca a estreia na direção do fotógrafo Wally Pfister. Falando em férias, abro um parêntese para demonstrar minha irritação com o excesso de filmes dublados que dominaram o Brasil. E pelo andar da carruagem, em breve as produções com o áudio original serão uma extinção. Triste que isso aconteça num país em que a leitura é algo pouco investido... Uma pena!

 Quanto ao filme, Will (Johnny Depp) é um cientista que cria um computador consciente. Isso é visto com maus olhos por um grupo de radicais anti-tecnologia, e acaba sendo assassinado. Porém, a esposa (Rebecca Hall) consegue transferir o cérebro de Will para um computador, e ele permanece na máquina. Mas sua personalidade não é a mesma.

 Seria uma aventura eletrizante, se não fosse muito confusa. O roteiro de Jack Paglen se perde na prolixidade da linguagem científica, e arrasta o filme. As cenas de ação demoram para surgir, e o espectador não consegue conter a impaciência de presenciar situações mal explicadas e confusas demais. Nos 40 minutos finais, a história consegue ter um ritmo mais ágil, mas custa chegar até lá. E não deixa de ser estranho ver Johnny Depp (dessa vez contido) ressurgir na máquina como se fosse a noiva do frankenstein. A partir desse momento, a impressão que fica é a de que os herói tornou-se vilão, e os vilões, mocinhos.

 No elenco, além de Depp e Rebecca, o veterano Morgan Freeman em mais um papel de coadjuvante-auxiliar do herói (a impressão que fica é a de que o veterano ator está aceitando qualquer coisa agora). E há também Paul Bettany e Cillian Murphy como agentes aliados a Depp, e ainda Kate Mara (de "Homem de Ferro 2"), como uma revolucionária anti-tecnologia.

 Enfim, o filme garante o seu público que curte ficção científica. Mas se fosse menos confuso e mais movimentado, teria resultado satisfatoriamente, o que não acontece. Enfim, quem quiser se arriscar... Abraços!

 TRAILER:



domingo, 8 de junho de 2014

Malévola

 A estrela Angelina Jolie está de volta nas telas, após uma certa ausência para resolver problemas de saúde. E volta com estilo na pele de uma das grandes vilãs da Disney, que agora ganha um filme exclusivo para ela. Quem não se recorda da perversa e cruel Malévola do longa "A Bela Adormecida" (1959)? Pois é, e nessa fita dirigida pelo estreante Robert Stromberg (que na verdade é diretor de efeitos visuais), o público passa a saber detalhes sobre essa popular vilã.

 No entanto, não esperem uma figura diabólica, tal como a clássica animação. Afinal, o roteiro (de Linda Woolverton), mostra um lado mais positivo e até mesmo humano de Malévola. Bom, ela era uma pequena fada órfã, que vivia na natureza, como se fosse uma espécie de guardiã, e com o objetivo de estabelecer a paz entre as espécies. Ela conhece o garoto humano Stefan, por quem se apaixona, e ambos passam a se encontrar com frequência. Porém, o que Malévola não conseguia enxergar, é que seu amado esconde uma grande ambição, e almeja viver no castelo. O tempo passa, e o rei promete dar a mão de sua filha em casamento para o herói que conseguir deter Malévola, que funcionava como obstáculo para os planos do rei de explorar a floresta em que ela vive. Stefan, agindo de forma covarde, corta as assas dela enquanto a moça dormia, e afirma ao rei que a fada está morta. A partir de então, um desejo de vingança toma conta da heroína. Enquanto isso, Stefan se casa com a filha do rei, e ambos têm uma filha: Aurora. E a pobre garota está nos planos de vingança de Malévola. A partir de então, o público conhece a história. Exceto pelo fato de que, a fada "das trevas", se afeiçoa pela garota.

 Acho bastante pertinente a ideia de se dedicar um filme para uma vilã famosa, e que mostre o outro lado da moeda. A partir daqui, o público descobre que aquela história de que Malévola não foi convidada para o batizado de Aurora, porque não haviam porcelanas suficiente para todos, é uma grande lorota. Não é necessário falar que os efeitos especiais e a qualidade técnica do filme são de primeira (evidentemente, estão disponíveis versões em 3D). Mas, alguns personagens estão fora de foco. A própria rainha, mãe da bela adormecida, por exemplo, aparece muito pouco, interpretada por uma quase figurante. E as três fadas do bem quase não têm cenas com Aurora. Fora isso, o elenco é irregular. O sul africano Sharlto Copley, após "Distrito 9" e "Elysium" está sendo superestimado em excesso em Hollywood, e aqui interpreta o grande vilão da história, Stefan. Mas é um tipo muito feio, com nariz enorme; difícil acreditar que Angelina Jolie tenha algum interesse nele. O galãzinho Sam Riley (de "Na Estrada") interpreta o corvo de Malévola, mas embora tenha boa aparência, é muito fraquinho. Há também um certo Brenton Thwaites, um novo rosto em Hollywood, que não tem nada para fazer como o príncipe Felipe; aliás, outro personagem fora de foco, com poucas cenas, e piorado pela inexpressividade do ator. A veterana inglesa Imelda Staunton lidera as fadas do bem, mas todas elas (as outras são feitas por Juno Temple e Lesley Manville), que deveriam funcionar como alívio cômico, também se perdem na história. Por fim, a nova estrelinha Elle Fanning (irmã mais nova de Dakota) faz a bela adormecida Aurora. A atriz até transmite certa graciosidade, mas não tem o perfil para se fazer uma princesa. Sua Aurora, aliás, soa bastante caricata.

 Com tanta irregularidade no elenco, destaca- se a estrela Angelina Jolie, num filme feito exclusivamente para ela brilhar. De fato, ela é o centro das atenções de toda a projeção, e a razão única de se embarcar nessa produção. O tão esperado desfecho, ou seja, o beijo que que despertará a princesa, torna-se óbvio e previsível, principalmente depois de se assistir a animação "Frozen". Certamente por isso, a película não termina aí, e o diretor reserva algumas cenas de ação no fim. No final das contas, Malévola não é um filme ruim. O espectador, sobretudo o público feminino, apreciará o enredo com facilidade. Contudo, não fosse a forte presença de Jolie, o fracasso seria inevitável. Mas vale conhecer! Com certeza, a temível vilã Malévola nunca mais será a mesma, após assistir a esse belo espetáculo visual. Abraços!

TRAILER: