terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Caminhos da Floresta

 No finalzinho das férias escolares, surgiu um filme para a garotada, Caminhos da Floresta, uma produção que mistura na mesma trama personagens populares dos contos de fada, e que já foram animações dos estúdios Disney. A novidade, é que trata-se de um musical, dirigido pelo especialista no gênero Rob Marshall, adaptado de um espetáculo de muito sucesso, de James Lapine e Stephen Sondheim, pelo próprio Lapine.

 Pode até causar um certo distanciamento do público infantil, uma vez que uma projeção quase totalmente cantada não seja algo que as crianças queiram ver. Mas a narrativa é bem divertida e atraente, além de ser um primor em termos técnicos. Quanto à história, uma rancorosa bruxa, que sofreu uma maldição e por isso tornou-se feia, precisa de um antídoto para voltar a  ser bela. Assim, ela abusa da vontade de um simples casal, que deseja ter um filho mas não consegue, e propõe a eles que vão atrás dos ingredientes que necessita; se conseguirem isso, ela jogará um feitiço na esposa, que engravidará. No entanto, bastante trabalhoso será conseguir aquilo que a bruxa necessita: uma vaca branca, um capuz vermelho, alguns fios de cabelo louro e um sapatinho de cristal. A partir de então, a vida do casal cruza com as de João e o Pé de Feijão, Chapéuzinho Vermelho, Rapunzel e Cinderela.

 O roteiro armou bem as situações e uniu de forma convincente e divertida tais heróis dos contos de fadas. E tudo isso teve um resultado satisfatório, graças ao elenco estelar, em que se destaca Meryl Streep como a bruxa (pela primeira vez em sua longa carreira interpretando uma!), Anna Kendrick como a Cinderela, Emily Blunt e James Corden como o simplório casal (ele é sempre mencionado como "o padeiro"), Chris Pine como o Príncipe da Cinderela, e as crianças Daniel Huttlestone (João) e Lilla Crawford (Chapeuzinho). Há ainda, divertidas participações das veteranas Tracey Ullman, como a mãe de João (ou Jack, como preferem os americanos) e Christine Baranski, no papel da madrasta de Cinderela. Apenas a Rapunzel e seu príncipe encantado (os novatos Mackenzie Mauzy e Billy Magnussen) são pouco explorados. Ah, e uma pequena participação (bem pequena mesmo) do astro Johnny Depp, em mais uma composição bizarra, como o Lobo Mau.

  Como se prevê em um uma produção dirigida por Marshall, tudo é de primeira qualidade, dos cenários até a fotografia. O filme conseguiu três indicações ao OSCAR 2015: figurinos, desenho de produção e atriz coadjuvante para Meryl Streep, em sua, pasmem, 19ª indicação, um verdadeiro recorde! É óbvio que Meryl é sempre uma figura excelente e excepcional, mas a indicação foi um tanto exagerada, diga-se de passagem.

 Já que nem tudo é perfeito, apenas o final torna-se arrastado, envolvendo um grupo de personagens no desfecho, e poderia ser solucionado com mais criatividade, sem enrolação em detalhes desnecessários. A personagem "giganta" é outra carta fora do trabalho, que apenas causa certa curiosidade, mas é dispensável. Claro que isso não atrapalha o prazer de se assistir a essa bela película na tela grande. Certamente, encantará aos adultos também. O filme já abriu 2015 como o espetáculo cinematográfico do ano, ao menos, por enquanto. Abraços!

 TRAILER: