segunda-feira, 16 de maio de 2016

Capitão América: Guerra Civil

 E eis que estreia com muita expectativa o terceiro filme da série Capitão América, intitulado por Guerra Civil. Fortíssimo candidato a blockbuster do ano, as bilheterias lotaram na primeira semana. Aproveitei a oportunidade e assisti no Cinepólis do Shopping JK Iguatemi, naquela sala especial em que as cadeiras se mexem e um ar congelado refresca a sala, dependendo da cena do momento. Essa foi uma travessura que demorarei a fazer novamente, pois o ingresso é caríssimo (mesmo meia entrada!), mas valeu a diversão.

 Essa aventura foi mais uma vez comandada pelos irmão Anthony e Joe Russo, do "Soldado Invernal". Aqui, ainda que "o" estrela seja mesmo o Capitão América, quase todos os Avengers estão no elenco, com a exceção de Thor e Hulk. O roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely, adaptado dos quadrinhos de Mark Millar, sabe aproveitar bem os demais heróis, mesmo com o excesso de personagens, e algum momento ou outro todos tem direito de dar o seu canto do cisne.

 A premissa faz lembrar outro filme recente de heróis,o da DC Comics, "Batman vs. Superman"", no sentido de que o governo americano está saturado com as irresponsabilidades dos heróis, e por isso, pretende estabelecer um painel, comandado pela ONU, em que os heróis somente entrarão em cena caso solicitados. Isso é acatado por alguns, mas nem todos concordam com essa decisão. Por isso, eles acabam duelando entre si: de um lado o Capitão América se alia com seu melhor amigo Soldado Invernal (manipulado por um temível vilão), Falcão, Aqueiro, Feiticeira Escarlate e Homem Formiga, formando o grupo que se opõe às decisões do governo; e do outro lado, o Homem de Ferro se une com a Viúva Negra, Máquina de Combate, Pantera Negra, Vision e Homem Aranha, a favor das decisões governamentais. Enquanto eles duelam, o tal vilão mencionado acima (que controla a mente do Soldado Invernal), Zemo, arquiteta seu plano de vingança, cujos motivos serão revelados no final.

 Não tem segredo para se realizar uma fita de ação interessante e bem-sucedida: basta apenas aproveitar tudo aquilo de excelente que o gênero proporciona, e caprichar! Felizmente, quase todas as produções Marvel para cinema, conseguem esse feitio; bem diferente da DC Comics, que com seu já mencionado "Batman vc. Superman" apenas entregou um blockbuster chato, cansativo e longo demais. Ok, a projeção desse 3° episódio do Capitão América (que pode ser considerado, como um "mini Avengers") também é longa; mas o interesse do espectador está sempre presente até o desfecho. Além disso, diga-se de passagem, esse foi o melhor filme da série.

 Falar do elenco é uma tarefa difícil:Chris Evans comanda o espetáculo (afinal, o filme é dele); Robert Downey Jr. persiste com o seu hilário Homem de Ferro, e conserva todo o cinismo e ironia que o personagem esbanja (alguns críticos acharam o Iron Maiden mais contido e sério; eu não!); Scarlett Johansson esbanja talento, beleza e carisma como a Viúva Negra (hoje em dia eu topo tudo que é filme, desde que tenha Scarlett no elenco!); Don Cheadle, como o Máquina de Combate, é outro excelente ator; Jeremy Renner surge de repente com seu Arqueiro, quando até tínhamos esquecido dele, e não fica atrás de seus parceiros; Elizabeth Olsen também tem grandes momentos como a Feiticeira Escarlate. E ainda: Sebastian Stan (Soldado Invernal), Anthony Mackie (Falcão), Chadwick Boseman (Pantera Negra) e Paul Bettany (Vision) são outros que se destacam (os dois últimos surgem pela primeira vez numa produção Marvel). No alívio cômico estão o Homem Formiga (Paul Rudd) e o Homem Aranha, dessa vez interpretado por um novato, Tom Holland, que encarna o personagem como de fato ele é: um adolescente nerd muito "maroto".

 E não para por aqui, pois há muitos outros famosos em papéis pequenos: a interessante canadense Emily VanCamp (que já esteve no episódio 2) mais uma vez como interesse romântico do Capitão América, e com algumas sequências de luta; William Hurt e, quem diria, o "hobbitt" Martin Freeman representando o governo americano; a excelente Alfre Woodard, no começo, quando dá um belo de um "toim" no Homem de Ferro; John Slattery e Hope Dais em cena de flashback como os pais do Homem de Ferro; e a minha favorita, Marisa Tomei, como a tia de Peter Parker, mais uma vez repetindo a cena com Robert Downey Jr. (o curioso é que todas as intérpretes de May Parker eram bem senhoras, apenas Marisa aparece bem jovem, mesmo aos 51 anos). Por fim, o grande vilão é feito pelo espanhol Daniel Brühl, que depois do sucesso de "Adeus, Lênin", tornou-se astro no States.

 Enfim, Guerra Civil nos faz recordar o quanto prazeroso é esquecer dos problemas e se entregar a um puro momento de descontração, feito com qualidade de primeira, e que te faz ter vontade de querer repetir alegrias como essa várias vezes. Vale a pena encarar, mesmo que numa sala 2D simples, essa grande aventura da indústria do entretenimento. Imperdível!

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quinta-feira, 5 de maio de 2016

O Caçador e a Rainha do Gelo

 Quatro anos após "Branca de Neve e o Caçador", surge essa espécie de sequência, mas sem a mocinha do título que acompanha a produção original de 2012. Dessa vez o diretor também é outro, o novato Cedric Nicolas-Troyan,e mudaram também os roteiristas, Evan Spiliotopoulos e Craig Mazin. Felizmente, no entanto, a atriz original que fazia a rainha permanece, Charlize Theron.

 Na verdade, Charlize torna-se o principal atrativo dessa fábula, que agora se inspira também no popular e amado por crianças de todas as idades, "Frozen - Uma Aventura Congelante". O que pode desapontar os pequenos fãs, contudo, é que a Rainha do gelo, amargurada e decepcionada com os caminhos que a vida lhe proporciona, é na verdade uma vilã.

 A Rainha Freya é irmã da Ravenna da Charlize Theron, e após uma decepção amorosa se isola em seu reino gelado e proíbe que haja amor por ali. Porém, para desespero dela, dois de seus pupilos, ao crescerem, se apaixonam perdidamente, e isso provoca sua ira. Entra em cena também Ravenna, que tem contas a acertar com Branca de Neve.

 Assim como Charlize, o bonitão do momento, Chris Hemsworth retorna como o Caçador, mas não faz nada de diferente do que já tinha feito, além de arrancar mais suspiros da plateia feminina. O maior defeito do roteiro é a ausência de Branca de Neve, que apenas aparece em uma cena de costas, feita por uma figurante qualquer. Isso soa ruim, já que trata-se de uma personagem mencionada na projeção constantemente, e que por isso, deveria ganhar a cena. Mas, como isso não sucede, dá uma sensação de falsidade essa tão planejada vingança contra a princesa; parece uma briga com o invisível.

 Quem interpreta a Rainha do Gelo é a bela e interessante Emily Blunt, que tem se especializado em fitas de contos de fada pelo jeito (ela teve papel de destaque no recente "Caminhos da Floresta"). Há também Jessica Chastain como a jovem apaixonada, e correspondida, pelo Caçador, mas ela não tem a menor química com ele em cena, com visual mais envelhecido, o que deixa evidente que essa escolha para o papel não foi perfeita.

 Fora isso, há momentos de alívio cômico com a presença de dois casais de anões atrapalhados, e que se aliam ao Caçador. Apesar da boa qualidade técnica, a previsibilidade das situações deixam a diversão monótona e cansativa. Até mesmo as piadas dos anões não são lá tão engraçadas. Enfim, realmente é mesmo Charlize Theron que faz tudo valer a pena, sobretudo o retorno dela no meio da projeção, esplêndido. Mas não sei se vale o ingresso. Abraços!

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