sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Doutor Estranho

 Este é o novo filme do popular estúdio da Marvel, que agora ganha espaço bastante badalado no cinema também. O diretor da vez, quem diria, trata-se de um cineasta um tanto esquecido ultimamente, Scott Derrickson, também autor do roteiro adaptado dos quadrinhos de Steve Ditko, ao lado de Jon Spaihts e C. Robert Cargill, e que dirigiu filmes como "O Exorcismo de Emily Rose" e "O Dia Depois de Amanhã". 

 A maior preocupação sobre o sucesso desse blockbuster é que esse personagem não é bastante popular, e isso poderia não atrair a tenção das plateias, mas o sucesso está acontecendo e as bilheterias arrecadando muito. Enfim, no papel título, temos o ator Benedict Cumberbatch, recentemente indicado ao Oscar por "O Jogo da Imitação", um cirurgião arrogante e narcisista. Após dirigir em alta velocidade, de forma irresponsável, sofre um terrível acidente e tem seu corpo praticamente desfigurado. Felizmente, ele consegue êxitos na cirurgia, mas não consegue movimentar 100% o maior instrumento de sua profissão: suas mãos. Assim, ao descobrir que existe um lugar em que conseguirá a cura para suas mãos, Kamar-Taj, localizado em Katmandu, parte para lá, e se depara com um mundo repleto de misticismo e magia.

 Outra preocupação é que, ao se ler a sinopse e assistir a primeira parte da projeção, dá a impressão de que não se trata de um filme típico Marvel, com herói carismático e muita cena de luta. Ao contrário, parece uma mistura de "Matrix" com "O Nome da Rosa", com muita filosofaiada acerca do mundo e dos seres. Apenas na segunda parte, começa a ação e o público vai se familiarizando aos poucos com tudo aquilo que queria ver de início, mas que só acontece mais tarde. E, logicamente, toda a grana gasta na produção, se vê na tela com todo direito que um blockbuster classe A como esse merece. Mas, honestamente, estou me cansando do gênero, pois mesmo as cenas sendo espetaculares, é tudo previsível e facilmente esquecível; falta aquele entusiasmo e empolgação que tinham no mais recente filme do "Capitão América", pois aqui eu achei tudo muito cansativo.

 No elenco, o dinamarquês Mads Mikkelsen (da série "Hannibal") interpreta o vilão, Chewetel Ejiofor (de "12 Anos de Escravidão") faz o parceiro, Tilda Swinton, em mais uma composição irreverente, como a mística Anciã, e uma mal aproveitada Rachel McAdams como uma mocinha fraca e que não deixa sua marca. O melhor fica após os créditos finais, afinal trata-se de produção Marvel, em que há um diálogo muito bacana entre o Dr. Stranger e um herói muito popular e querido. Nunca pensei em dizer isso, mas é preciso passar parte dos letreiros finais para o filme ficar melhor (e olha que o longa nem chega a ter duas horas!).

 Enfim, é "assistível". Não me recordo de muita cena, o que simplesmente significa que o filme não me empolgou tanto. O fato é que a mencionada cena final já deixa bem claro que teremos sequência. Bom, a também já citada terceira parte do Capitão América foi melhor que o original. Portanto, quem sabe? Mas não boto muita fé, hehehehe... Abraços!

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sábado, 5 de novembro de 2016

A Garota no Trem

 Nos cinemas, este suspense considerado pela crítica e público como o "Garota Exemplar" do ano. Ainda que dessa vez seja sem a talentosa mão de David Fincher, diretor do filme mencionado acima, tem a experiente direção de Tate Taylor, que dirigiu "Histórias Cruzadas".

 Trata-se de uma adaptação de livro de Paula Hawkins (feita por Erin Cressida Bennett), e começa muito bem com uma mulher problemática e depressiva viajando constantemente de trem, e observando de forma fixa a casa onde seu ex-marido mora com a nova esposa (o casal tem um bebezinho). O fato é que essa mulher angustiada, de nome Rachel, acaba observando uma possível traição da nova esposa do marido e fica intrigada com essa situação. Para complicar um pouco mais, a babá do casal desaparece misteriosamente, e Rachel resolve ajudar nas investigações, para tentar encontrar um sentido para sua vida. Mas há muita coisa errada nessa estranha trama.

 O diretor Taylor apresenta um painel misterioso e inquietante a partir do início, em que divide a história em três pontos de vista, com a apresentação de suas três protagonistas; Rachel, Anna (a esposa) e Megan (a babá). Assim, o público pode esperar muitas reviravoltas e cenas em flashback que tentam esclarecer, ou embaralhar ainda mais, todos os fatos apresentados. O clima é envolvente, com uma atmosfera de tensão que coloca a plateia sempre na expectativa de algo surpreendente.

 O sucesso não seria o mesmo sem a forte presença de Emily Blunt no papel-título, bastante distante de suas heroínas belíssimas e finas. Surge em cena totalmente desglamourizada como a alcoólatra Rachel, que vive com um pé na insanidade (há rumores dela finalmente conseguir sua primeira indicação ao Oscar, mas as possibilidades são mínimas). A sueca Rebecca Ferguson (revelada no último "Missão Impossível") como a nova esposa e a jovem Haley Bennett ( "O Protetor", "Sete Homens e um Destino") no papel da promíscua babá também acertam no timing e contribuem para a sensação de mistério. E para não falar em exclusividade feminina, há os atores Justin Theroux (o ex marido de Rachel), Luke Evans (o marido da babá) e o venezuelano Edgar Ramírez (o psicólogo) como os homens envolvidos no conflito. Para completar o elenco, as boas atrizes Allison Janney, como a detetive Riley, e a muito envelhecida Lisa Kudrow, num papel aparentemente pequeno, mas que ressurge para uma surpreendente revelação.

 Como nem tudo é perfeito, quando o "quebra-cabeça" é montado e a verdade sobre a suposta traição de Anna e o sumiço de Megan são revelados, após inúmeras pistas falsas, tudo se torna previsível e deixa à mostra o típico clichê de telefilmes de suspense. Porém, de qualquer maneira, não se pode dizer que este não seja um passatempo atraente e dinâmico, valorizado pela sempre carismática Emily Blunt.

 Enfim, fica a dica para um suspense para se acompanhar nessas estranhas tardes frias de primavera. Abraços.

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