sexta-feira, 19 de maio de 2017

Alien: Covenant

 Cinco anos após "Prometheus", o filme que funcionou como prólogo da série "Alien", surge essa sequência, realizada justamente pelo mentor da série, Sir. Ridley Scott.

 A história não apresenta muitas novidades: tripulação em exploração pelo sistema solar, capta sinais de vida, vindo de uma outra nave que se encontra num planeta isolado. Essa nave é justamente a "Prometheus" do episódio anterior, e os tripulantes encontram o andróide David, que explica para todos o que aconteceu com os demais membros. Mas o local está repleto de colônias de aliens, que os ataca, invadem a nave e epalham o terror.

 Apesar de parecer o "mais do mesmo", a típica rotina de terror e ficção científica, em fitas de alienígenas, essa aqui tem um prólogo interessante, ao mostrar um diálogo entre criador (ser humano) e criatura (máquina), o que já denota os perigos da inteligência artificial, quando tenta assumir o controle da situação.

 Além disso, o desenvolvimento do roteiro, de John Logan e Dante Harper, é eficiente e cria uma atmosfera de expectativa de tensão e angústia, principalmente quando os tripulantes da tal "Covenant" começam a explorar o planeta. Os efeitos visuais e sonoros, a direção de arte e a fotografia também são de um primor técnico admirável e excepcional.

 No elenco, apenas Michael Fassbender retorna no papel do andróide David, e também de um outro, Walter. A partir de seu personagem David, são esclarecidas as resoluções do episódio anterior, e o que sucedeu com a protagonista, Dra. Elizabeth, que foi vivida por Noomi Rapace, e que infelizmente não está presente.

 A mocinha da vez é a britãnica de Katherine Waterston (de "Steve Jobs" e "Animais Fantásticos e Onde Habitam") numa performance digna de Sigourney Weaver no auge da juventude. Há também Billy Crudup como o comandante, e vários outros atores conhecidos entre a trpulação: Danny McBride, Demián Bichir, Carmen Ejogo, Callie Hernandez... Ainda, duas participações não creditadas, de Guy Pearce, o "criador" no prólogo, e James Franco, que é rapidamente exterminado, bem antes da aparição dos aliens.

 Enfim, há excesso de persoangens, e o destino da maioria deles é previsível. De qualquer jeito, há um fascínio que envolve em torno da ideia de se pesquisar sobre vidas em outros planetas, que resulta em momentos filosóficos e arrepiantes, principalmente no diálogo entre as faces de Michael Fassbender representando um andróide do bem e outro do mal. O desfecho, muito eletrizante, deixa a plateia na empolgação de conferir logo a próxima sequência. Os fãs não irão se decepcionar nessa aterrorizante viagem espacial. Abraços!

 TRAILER:

terça-feira, 2 de maio de 2017

A Cabana

 Há alguns anos um livro com o título desse filme fez muito sucesso, inclusive no Brasil. A possibilidade dele ser transformado em película era bem alta, e isso acabou acontecendo. O autor do livro, um certo William P. Young, é uma espécie de Nicholas Sparks mais voltado ao tema do cristianismo.

 Mack Phillips é um homem que vive triste e amargurado com o desaparecimento de sua filha caçula em um acampamento. Mesmo sendo cristão, assim como sua família, parece não ter mais fé em Deus, e nem deseja continuar vivendo. No entanto, as coisas mudam quando ele recebe uma carta de alguém que diz aguardá-lo na cabana velha em que os pertences de sua filha foram encontrados. Pensando que possa ser o sequestrador, Mack vai até lá, e acaba se surpreendendo com o que encontra: duas mulheres e um homem que afirmam ser Deus em suas três formas: Pai, Filho e Espírito Santo. A experiência que Mack viverá nesse local será inesquecível.

 Preparem os lenços! Essa é uma história daquelas de fazer o espectador ficar em prantos. Mas não esperem sentimentalismo barato, o foco está nas emoções vivenciadas pelo protagonista através de todo seu aprendizado. Méritos dos roteiristas John Fusco, Andrew Lanham e Destin Daniel Cretton que fizeram um competene trabalho de adaptação, e também do diretor inglês pouco conhecido, Stuart Hazeldine (que fez apenas uma fita de terror que ninguém conhece, "Exame", de 2009), que demonstra bastante habilidade atrás das câmeras. A direção de arte e a belíssima fotografia, repleta de diversas cores, e o cenário bucólico são outros grandes atrativos.

 Além disso, um elenco bem entrosado ajuda a dar suporte para a história. O galã Sam Worthington (de "Avatar") tem sensível interpretação, e acerta na dose dramática. Fora ele, há a sempre excelente Octavia Spencer, no papel de ninguém mais, ninguém menos que Deus (responsável também por alguns momentos de humor, demonstrando que o "Papai", como ela é chamada, não é um velhinho ranzinza de barba branca), Radha Mitchell como a esposa, o veterano Graham Greene em outra face de Deus, Tim McGraw como o melhor amigo (que na verdade é o narrador da história) e uma participação importante da nossa brasileira Alice Braga, numa cena interessante como a Sabedoria. Merecem destaques também dois nomes pouco conhecidos: a japonesa Sumire Matsubara, como Espírito Santo, e o israelense Avraham Aviv Alush, como o Filho. Aliás, o fato de se ter uma negra, uma japonesa, um israelense e um americano de origem indígena interpretando Deus apenas posiciona o filme favoravelmente a  um mundo mais tolerante e respeitoso à diversidade de etnias, algo bastante oportuno, e que certamente não deve ter agradado ao presidente americano do momento; além disso, diga-se de passagem, já existem muitos Cristos brancos e de olhos azuis em diversas produções por aí...

 Enfim, há uma polêmica existente entre a comunidade evangélica, que dividiu opiniões, já que alguns consideram a temática mais voltada ao espiritismo e não ao cristianismo. Eu, honestamente, não consegui enxergar isso. Em todo caso, é uma história muito bem contada, que fala sobre amor, perdão, superação de obstáculos, esperança, paz... Ou seja, não há como ficar indiferente quando a mensagem é totalmente positiva. E, afinal, não é disso que o mundo precisa? Vale a pena desfrutar de momentos que emocionam e fazem refletir; Abraços!

TRAILER: