domingo, 25 de junho de 2017

A Múmia

É desejo agora da Universal em refilmar todos os seus clássicos de monstros do terror, que faziam sucesso nas décadas de 30 e 40. O primeiro desse série é justamente a popular múmia, que dessa vez faz jus ao artigo feminino que lhe acompanha, pois trata-se de uma mulher.

 Quem, no entanto, agurada uma aventura cômica a la Indiana Jones, tal como aconteceu com a popular trilogia iniciada em 1999, estrelada por Brendan Fraser e Rachel Weisz, irá se decepcionar; afinal, o ritmo é mais acelerado para a ação (sem ser propriamente terror também), e o roteiro, de David Koepp, Christopher McQuarrie e Dylan Kussman, até tem cenas de alívio cômico, mas o humor está pouco presente. Outra mudança é o cenário, que deixa de ser Egito, e passa a ser o Iraque (mudança que tende a desagradar os fãs).

 Quanto a história, há muito tempo atrás, bem antes de Cristo, a egípcia Ahmanet é uma bruxa perigosa e perversa, que tem seus planos maquiavélicos de governar o mundo interrompidos, e por isso é mumificada e enterrada em uma tumba no Iraque. Atualmente, em nossa época, um grupo do exército que transita pela região, pousa no mesmo local onde Ahmanet está sepultada, e dois soldados, Nick Morton e Chris Vail, tentam localizar relíquias raras com o intuito de comercializá-las. A pesquisadora Jenny Halsey se une a eles e tenta investigar a tumba que encontram. Assim, acabam despertando Ahmanet, que pretende continuar com seus planos.

 Se por um lado a história não lembra Indiana Jones, por outro faz lembrar a popular série atual "The Walking Dead", já que as vítimas da múmia são transformadas em zumbis, e ficam a disposição dela (algo um tanto inusitado e estranho). E, nesse ponto, há os instantes de humor, quando o parceiro do protagonista, interpretado pelo pouco conhecido Jake Johnson ("Anjos da Lei", "Jurassic World"), após ser assassinado, aparece constantemente para o seu parceiro e é responsável por algumas piadas.

 Sobre o elenco, o astro Tom Cruise faz o herói, não exatamente bonzinho, mas carismático. Mesmo mostrando o peso da idade (54 anos), Cruise ainda exibe boa forma física, e coloca seu personagem em sua típica galeria de heróis de fitas de ação. O também astro Russell Crowe, que está com aparência mais envelhecida e fora de forma, interpreta o Dr. Henry Jekyll (clara referência ao clássico da literatura, "O médico e o monstro"), um exímio pesquisador sobre a vida de Ahmanet. Há também Coutney B. Vance, como o superior de Cruise, Annabelle Wallis (de "Annabelle" [!]) como a mocinha, e finalmente, a atriz que interpreta a "personagem título, a argelina Sofia Boutella, que fez um curioso papel em "Kingsman - Serviço Secreto", e que se sai bem como a temível vilã.

 Tecnicamente o filme é impecável, e a qualidade do que se vê na tela é de uma competência excepcional. O diretor Alex Kurtzman é um veterano produtor de cinema e tv, mas está apenas em seu segundo longa como cineasta, o anterior foi o dramático "Bem Vindo à Vida", realizado cinco anos antes, com Michelle Pfeiffer e Chris Pine. Enfim, o entretenimento é cativante, mas deixa a impressão de que a safra anterior com o Brendan Fraser era muito superior. Quando isso acontece, não é bom sinal... De qualquer maneira, é sempre bacana ver um ponto de vista diferente... Abraços!

Trailer:

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Mulher Maravilha

 Sempre achei estranho o fato de a heroína mais popular entre todas não ter seu filme próprio. Existia sim a clássica série de tv, estrelada por Lynda Carter, mas no cinema a mulher maravilha sempre foi desprezada. Bom, após a participação da personagem em "Batman vs. Superman", finalmente a garota tem seu filme solo.

 Fitas de ação, mesmo com protagonistas do sexo feminino, raramente são dirigidas por mulheres, e esta aqui chama a atenção, justamente porque é uma diretora quem comanda o espetáculo, Patty Jenkins, que no cinema fez apenas "Monster - Desejo Assassino", que deu o Oscar de melhor atriz para Charlize Theron. Quanto ao todo poderoso Zach Snyder, normalmente cineasta das adaptações da DC Comics, aqui é o produtor, e também roteirista (junto com Allan Heinberg e Jason Fuchs).

 A ação é contextualizada na Primeira Guerra Mundial. Um soldado (piloto) britânico vai parar acidentalmente numa ilha paradisíaca, habitada apenas por mulheres, que agem como se estivessem na era mitológica. O soldado, Steve Trevor, se encanta com a guerreira Diana, que acredita que o "deus da guerra" é o responsável pelas desgraças da humanidade. Assim, ela parte junto com Trevor para a Inglaterra, com o intuito de derrotar aquele que ela acredita estar por detrás da guerra, e se depara com um mundo bastante diferente do seu.

 Apesar da longa projeção, a diretora Jenkins acertou em cheio, e construiu um bom filme de ação, repleto de brilhantes efeitos especiais e sonoros, com uma qualidade técnica impecável. A introdução, na tal ilha paradisíaca, reserva os melhores momentos da história, misturando batalhas memoráveis e um cenário fotogênico e encantador. Outro momento de destaque é quando a personagem título usa seu famoso escudo nas batalhas que enfrenta em plena Primeira Guerra Mundial. Fora isso, há alguns instantes de aelívio cômico, quando a garota tenta encontrar um modelito mais adequado para vestir, bem distante de suas vestimentas na ilha.

 O elenco é extraordinário. Gal Gadot pode até não ser excelente atriz, mas não faz feio como Mulher Maravilha, e exibe um excelente condicionamento físico. Ao lado dela, Chris Pine é o interesse romântico, um papel até clichê, mas também com algumas tiradas cômicas. Há também as veteranas Connie Nielsen e Robin Wright, respectivamente como mãe e tia de Diana, David Thewlis, como o superior do piloto Trevor, e Danny Huston e Elena Anaya, em curiosas partiçipações como o s grandes vilões, com destaque especial para a espanhola Anaya ("A Pele Que Habito"), como a desfigurada Dra. Maru.

 Há algumas surpresas na trama, outros instantes filosóficos e reflexivos sobre a humanidade, e um "final falso", que acaba abrindo espaço para mais batalhas e aventuras. Pelo que tudo indica, uma sequência é inevitável. Enfim, um blockbuster acima da média; sem dúvida, o ingresso vale a pena para bons momentos de diversão. Abraços.

TRAILER: