sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Halloween

 Os produtores de Hollywood não se cansam em refilmar, fazer sequências ou começar uma nova frnquia através de clássicos do cinema. Seria isso ausência de criatividade coletiva por parte dos roteiristas? Enfim, o fato é que, pela segunda vez, resolvem refazer Halloween, o clássico do terror de John Carpenter.

 Na verdade, o que ocorre aqui não é uma nova franquia; isso ocorreu sim em 2007, com uma continuação em 2009. Dessa vez, contudo, a ideia foi outra: fazer uma sequência direta do clássico de 1978, e ignorar todas as diversas sequências que a fita originou. Isso explica a presença da heroína Laurie Strode, morta em "Halloween: A Ressurreição" (simplesmente a coisa mais desastrosa já feita na vida, um "big brother" de terror!), mais uma vez vivida pela excelente Jamie Lee Curtis.

 Laurie é uma idosa que vive sozinha, e totalmente neurótica, perturbada com os acontecimentos de exatos quarenta anos atrás, em que o assassino psicopata Michael Myers a aterrorizou e matou seus amigos. Quando ela descobre que ele fugiu do hospital psiquiátrico em que se encontrava, parte para a defesa, e tenta proteger sua família: a filha com quem mal se relaciona, e a neta, uma adolescente rebelde. Essas três mulheres mostrarão a força através da união.

 A excepcional trilha sonora angustiante e amedrontadora , presença fixa em todos os filmes "Halloween" permanece aqui. A introdução, como Michael Myers sendo visitado por uma dupla de médicos, é arrepiante e deixa uma boa sensação de expectativas. Entretanto, o roteiro, do próprio diretor David Gordon Green, ao lado de Danny McBride e Jeff Fradley, é muito ruim. Tudo o que sucede em cena é previsível, e as cenas de mortes são fracas. Para piorar, alguns personagens são esquecidos no meio da trama, e outros assumem condições de idiotas (como o pai da mocinha). Além disso, um conflito dramático que sugere um ajuste de contas entre mãe, filha e neta, fica a desejar, e nunca chega a acontecer.

 No elenco, além de Jamie Lee Curtis, envelhecida, mas em forma aos 59 anos, a boa atriz Judy Greer está desperdiçada como a filha de Jamie, deixando uma personagem que deveria ser importante, relegada a coadjuvante sem força. A verdaeira heroína da vez é uma novata chamada Andi Matichak, que não deixa impressões. Aliás, quem foi responsável pelo elenco não soube escolher bem, pois os rapazes, além de péssimos atores, são feios demais, nenhum convencem como galãs. Por fim, há também a presença do veterano Will Patton, como um policial.

 Por que resolveram fazer essa sequência? Em 1998, o diretor Steve Miner já havia realizado uma boa continuação, intitulada "H20: Vinte Anos Depois", em que Jamie já ressurgia poderosa. E mesmo tendo sido realizado depois o desastre "Ressurreição", não deveriam ter constrangido Jamie mais uma vez. Como terror resulta numa produção fraca, cansativa, previsível e com uma falsa propaganda de expectativa no início. Não vale a pena. Abraços!

TRAILER: