terça-feira, 4 de novembro de 2008

Boogie Nights - Prazer Sem Limites

( EUA 1997 ). Direção: Paul Thomas Anderson. Com Mark Wahlberg, Julianne Moore, Burt Reynolds, Heather Graham, William H. Macy, John C. Reilly, Don Cheadle, Philip Seymour Hoffman, Philip Baker Hall, Alfred Molina, Robert Ridgelly, Nina Hartley, Joanna Gleason. 155 min.



Sinopse: Rapaz que trabalha em boate conhece cineasta de filmes pornográficos, e é convidado para participar como ator de seus filmes. Neste novo emprego, entra de cabeça no mundo do sexo e das drogas, e se torna famoso no meio pornô.

Comentários: O filme que revelou o talento promissor do diretor Paul Thomas Anderson (tinha 27 anos). Com roteiro original desenvolvido por ele mesmo, o filme têm vários personagens e diversos conflitos. Certamente, não é um filme para qualquer público. Mas trata-se de um enredo bastante interessante e acima da média, se comparado com outras produções da época. Fala sobre um grupo de pessoas envolvidas no mundo do cinema pornográfico e as suas rotinas, que alteram momentos cômicos e trágicos. No grupo, há o ator "bem-dotado" sexualmente, a atriz madura e melancólica com a perda da guarda do filho, o fotógrafo passivo e sua infiel esposa, a garota dos patins, o serviçal gay, o ator de produções eróticas de ação, o diretor dos filmes, etc. Enfim, pessoas que geralmente são marginalizadas pela sociedade por conta de suas atividades profissionais nada convencionais. Por isso, o tom é um pouco amargo ao mostrar as conseqüências desconstrutivas que essas pessoas acabam sofrendo nessa vida (violência física, assassinato, excesso de drogas). Ou seja, é um drama forte (apesar de alguns bons momentos de acão e comédia) que pode desagradar alguns. O elenco está excepcional e convincente: Burt Reynolds está no melhor papel de sua irregular carreira no papel do diretor dos filmes pornôs, em interpretação segura e precisa; Julianne Moore brilha como a atriz pornô, que serve como a "mãe"do grupo. Ela está sensível e bastante humana, numa composição difícil; Heather Graham, como a atriz dos patins, se revelou nesse filme em papel que lhe deu grandes chances para o estrelato; Philip Seymour Hoffman no papel do empregado gay, e Alfred Molina, em pequena participação interpretando um lunático viciado, dão força ao elenco. Apenas o protagonista Mark Wahlberg (também revelado aqui) tem atuação medíocre, mas que não cheaga a comprometer o todo. Teve três indicações ao Oscar: ator coadjuvante (Burt Reynolds), atriz coadjuvante (Julianne Moore) e roteiro original, mas não ganhou nada. O final é bastante ousado e surpreendente, ainda que discutível.

Por que gravei o filme: Pelo fato de ter se destacado, ao mostrar uma história diferente, e que foge do convencional. Não é uma pérola, e nem traz um enredo que me atraia, mas devo admitir que Paul Thomas Anderson foi a grande novidade dos anos 90 (que depois realizaria o muito melhor Magnólia, também da coleção). Além disso, gosto de filmes com histórias paralelas, todas bem desenvolvidas. Por fim, Julianne Moore é uma das minhas estrelas favoritas (deveria levar o Oscar, e não Kim Basinger). Sinto falta de maiores cenas com ela, mas ainda sim ela dá um show. Quem gosta de novidades no cinema, pode experimentar. Gravado na HBO.

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