domingo, 14 de agosto de 2011

Assalto ao Banco Central

O Brasil, mais uma vez, apostando no cinema comercial! E pra ninguém é segredo o fato de que eu aprecio muito isso, afinal, as últimas bilheterias têm demonstrado bons resultados. A bola da vez, não se trata de uma comédia romântica, como os dois filmes da série "Se Eu Fosse Você". A investida, agora, está na ação, gênero muito aclamado pelo público brasileiro.

O veterano ator e diretor de novelas, Marcos Paulo, estreia na direção em cinema, com esse forte candidato a campeão de bilheteria do ano, que fala sobre um dos mais famosos assaltos do país, em agosto de 2005, no Ceará. A quadrilha é liderada por Barão ( Milhem Cortaz ), que conta com o apoio do amigo Mineiro ( Eriberto Leão ) e da namorada Carla (Hemíla Guedes ). Paralelo a isso, a polícia cearense, liderada por Amorin ( Lima Duarte ) e Telma ( Giulia Gam ) tentam desvendar o crime e deter os assaltantes.

Na verdade, não é um grande filme. Afinal, histórias semelhantes a essa já foram vistas diversas vezes no cinema americano. O diferencial aqui é o fato de ser inspirado num fato real. Mas, mesmo assim, o roteiro ( desenvolvido por três pessoas: Rene Belmonte, Lúcio Manfredi, e Taís Moreno ) não se preocupa em apresentar uma introdução ou conclusão com letreiros. O que se sabe é que até hoje esse crime não foi bem solucionado ( aliás, como muitos ). Ou seja, tem mesmo cara de ficção, e lembra um pouco o filme de Soderbergh, "Onze Homens e um Segredo". Em todo caso, o entretenimento é garantido.

Apenas me queixo, entretanto, com o fato de que as personagens são carismáticas e o público acaba torcendo por elas. Todos os criminosos ( talvez com a exceção do Barão, e de um policial corrupto feito por Heitor Martinez Mello ) são até divertidos e interessantes. O problema é que eles são vilões, e nós, o público, deveríamos torcer contra, não a favor.

Fora isso, gostei do elenco, muito bem escalado. Aliás, foi uma ideia oportuna em colocar como protagonista o galã do momento da novela das 9, Eriberto Leão; uma forma atrativa de conciliar o público da tv com o do cinema. Por outro lado, em relação a mocinha da história, foi a escalada a desconhecida Hemíla Guedes, que fez pouco tv, e muito cinema ( O Céu de Suely; Cinema, Urubus e Aspirinas; Baixio das Bestas... ). Além deles, os já mencionados Lima Duarte, Giulia Gam e Heitor Martinez Mello estão perfeitos em seus papeis ( sobretudo Heitor, em mais uma caracterização de vilão odioso ). Mas os destaques são muitos: Vinícius de Oliveira ( como o efeminado irmão de Hemíla ), Gero Camilo ( como Tatu, o mais atrapalhado entre os assaltantes ), Juliano Cazzaré ( outro galã da novela das 9, como o mais explosivo da gang ), Ilva Niño ( numa hilária participação especial ), Mílton Gonçalves ( como um pastor não muito bem intencionado ), e principalmente, o grande Tonico Pereira, no papel do engenheiro que faz parte da quadrilha! Apenas não gosto de Milhem Cortaz, que fala com uma batata na boca, além de ser muito inexpressivo. Pelo jeito, será sempre lembrado pelo famoso papel do capitão Fábio de Tropa de Elite. E só!

Bom, apesar das falhas, gostei do filme. O final é um pouco surpreendente, e me fez lembrar o final de "Os Suspeitos", um excelente suspense que deu o Oscar de coadjuvante para Kevin Spacey, em 1995. E é como eu disse: o cinema nacional precisa muito de películas de gênero, afinal, são produções assim que atraem o público, e eu não vejo nenhum problema nisso. Então, confiram Assalto ao Banco Central! Abraços...

TRAILER:

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