sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Premonição 5

Há um tempo atrás, eram poucos os filmes que estreavam em versão dublada na tela grande. Normalmente, isso ocorria com desenhos animados ou filmes para a família. Agora, essa onda pegou e tudo que é filme estreia em versão dublada. Pra mim, isso é ruim pois as dublagens não são boas, e o filme soa falso. A situação piora quando se trata de filme de terror. E eu não consegui assistir Premonição 5, em sua versão original com legendas! Fazer o que? O jeito foi encarar dublado mesmo...

Bom, como já havia publicado aqui, detestei o 4, já muito desgastado, cansativo e nada original (nem nas mortes). Mas me surpreendi com essa 5ª parte dirigida pelo novato Steven Quale, que apresenta bom clima de suspense, ao deixar a plateia apreensiva nas cenas de mortes (aqui, mais interessantes, e também muito violentas!).

Em todo caso, a fórmula se repete. Um jovem tem uma premonição, na qual uma ponte desaba, e ele e seus amigos, que estariam em um ônibus que os levariam para um treinamento da empresa em que trabalham, morrem em série. Após prever isso, tira os amigos do veículo e os salva. Entretanto, como todo mundo sabe, a morte não gosta de ser enganada.

Como vocês perceberam, nenhuma novidade em relação aos filmes anteriores. Mas, o que torna Premonição 5 atraente ( se é que se pode dizer assim ) é exatamente o pânico e a adrenalina que o roteiro ( de Eric Heisserer e Jeffrey Reddick, esse último também roteirista dos 4 anteriores ) oferece no instante em que a morte "trabalha". Ou seja, o suspense aqui não é saber quem vai morrer primeiro ( pois isso fica bem evidente ), mas sim, como a pessoa vai morrer. Uma outra sacada interessante, é quando o protagonista descobre algo inédito: se você matar alguém, ou seja, entregar uma outra vida para a morte, você se torna imune! Portanto, já dá pra saber o que se deve esperar...

No elenco, não há nomes famosos, e os atores jovens são bastante apáticos ( mas não estragam ). Um deles, inclusive, é a versão teen de Tom Cruise, um certo Miles Fisher, muito parecido com o astro de Missão Impossível. Apenas os atores negros e coadjuvantes são um pouco conhecidos: Courtney B. Vance ( de "Mentes Perigosas" ) como um policial, e o eterno "Candyman" Tony Todd, que retorna no papel do legista do primeiro filme da série ( alguém se lembra? ).

Enfim, em se tratando de uma sequência, o filme supera as expectativas. Os efeitos técnicos, inclusive, são convincentes e eletrizantes; a cena do desabamento da ponte é de 1ª qualidade, e só ela já faz o filme valer. E o final apresenta uma surpresa extremamente inesperada, o que torna o suspense melhor ainda. Realmente, eu fiquei admirado ( e também entendi o retorno do personagem de Todd ). Para quem é fã do gênero, não se decepcionará de "Premonição 5", para mim, a sequência de horror mais bem-sucedida do ano! Um grande abraço para todos!

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domingo, 25 de setembro de 2011

Missão Madrinha de Casamento

Uma grata surpresa foi ter visto nos cinemas Missão Madrinha de Casamento, comédia extremamente engraçada, daquelas pra você gargalhar a vontade. Certamente, se for bem divulgada, fará um enorme sucesso aqui no Brasil, e desde já recomendo para pessoas com nível de stress elevadíssimo, pois asseguro que o filme pode ser a cura ( eu sou professor da rede pública, e conheço muito bem o que é stress. Minha esposa também é, e se divertiu muito também ).

Bom, o filme já está sendo considerado como a versão feminina de "Se Beber, Não Case", o que é bom sinal, já que este fez tanto sucesso, que até teve sequência. No caso desse "Madrinha", o diretor Paul Feig não é muito conhecido, fez mais episódios de séries de tv ( ele também é ator ), mas contou com o roteiro escrito por duas atrizes do filme: Annie Mumolo, que faz ponta como passageira do avião, e Kristen Wiig, a protagonista do papel-título do filme.

Wiig interpreta Annie, uma mulher já se aproximando dos 40 anos, que trabalha numa joalheria, divide o apartamento com um casal de irmãos meio abobalhados e que tem um caso sexual de rotina. A grande novidade da vida dela é que a melhor amiga Lilian (Maya Rudolph) fica noiva e a convida para ser madrinha de casamento. Tudo seria perfeito, se não fosse pela presença da milionária Helen (Rose Byrne), também madrinha de casamento de Lilian, e muito íntima dela, situação que deixa Annie abalada. Afinal, tudo para Annie dá errado, e sente que a amizade com Lilian também está por um fio. A partir de então, protagoniza diversas situações absurdas para se manter como melhor amiga da noiva.

Não deixem se enganar pela sinopse, não existe nenhuma trama homossexual. O filme, simplesmente, aborda o tema da amizade feminina com muito humor e tom de gozação. Não gosto muito das semelhanças com o masculino "Se Beber, Não Case", pois as piadas aqui não são tão grosseiras quanto ele. É bem verdade que a cena mais famosa envolve situações grotescas entre as protagonistas, como as madrinhas vomitando uma na outra e a noiva defecando no próprio vestido no meio da rua (tudo isso após elas almoçarem numa churrascaria brasileira, uma piada de mal gosto que fere o sentimento nacional). Porém, apesar disso, o filme tem um tom sentimental e traz uma mensagem bonita sobre a amizade. Ou seja, apesar das cenas "pesadas", Missão Madrinha de Casamento acaba sendo terno, agradável e singelo. Mas, muito engraçado também ( lógico, principalmente por conta da famosa cena mencionada, fora outras cenas bem divertidas ).

Guardem o nome Kristen Wiig. Ela não é muito famosa ( fez papéis pequenos em filmes como "Ligeiramente Grávidos" e "Uma Noite Fora de Série", e muita tv), nem muito jovem (tem 38 anos). Mas, certamente, é a grande revelação do ano. Se encaixa perfeitamente no papel, demonstrando ser uma excelente comediante. Como o OSCAR normalmente menospreza interpretações cômicas, tenho 99% de certeza que ela será indicada ao Globo de Ouro como atriz de comédia ou musical (e com muitas chances de ganhar). Fora Kristen, todo o elenco feminino brilha. A mais famosa é Rose Byrne ("Star Wars 2 - O Ataque dos Clones", "Extermíno 2", "Sobrenatural") que convence como a patricinha mimada e fútil. Mas quem rouba a cena de fato é Melissa McCarthy ("Quem não Matou Mona", "As Panteras", "Plano B"), outra desconhecida, mas que está bastante hilária como a irmã do noivo. O roteiro brinca com o fato dela ser gordinha, e a responsabiliza pelas grandes cenas de gargalhadas. Ainda no elenco, a veterana Jill Clayburgh, no papel da mãe da protagonista, em seu último papel nos cinemas, pois morreu no ano passado.

Enfim, reafirmo o que foi dito no início: se você procura algo para rir e desestressar de vez, Missão Madrinha de Casamento é o melhor remédio. Talvez o melhor dia para assisti-lo seja numa segunda-feira a noite, após um dia intenso e repleto de trabalho. De fato, Kristen Wiig não deixa a peteca cair, e por ela vale a pena. Não quero exagerar, mas acredito que acabei de escrever sobre a comédia mais engraçada do ano. Duvidam? Então não percam tempo, e vão conferir! Abraços!!!

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Homem do Futuro

Não escondo de ninguém que eu estou adorando essa nova cara do cinema brasileiro. Ele está sendo bastante comercial, e isso é simplesmente ótimo!!!!!!! Afinal, as pessoas estão frequentando as salas para assistir à produções nacionais. Isso mostra, que o preconceito ficou pra trás, junto com aquela estética questionável de pornografia barata, típica dos anos 70/80. E este O Homem do Futuro tem o ritmo ideal que agrada ao público.

Tá certo, esse novo filme de Cláudio Torres ( do também sucesso "A Mulher Invisível") não é original ou diferente. Segue a linha de diversos filmes americanos como a série "De Volta Para o Futuro", a ficção científica "Efeito Borboleta", a comédia romântica "Kate & Leopold" ou o clássico "A Felicidade não se Compra". Mas, qual o problema? Acho bacana ver novas versões desses roteiros com estilo brasileiro.

Wagner Moura interpreta o cientista Zero, professos universitário, mas frustrado na vida. Ele acredita que não conseguiu exatamente tudo o que queria graças a uma decepção amorosa do passado, em que foi humilhado pela namorada Helena ( Alinne Moraes ). Então, com a famosa "máquina do tempo" criada por ele, Zero resolve voltar ao passado, na mesma noite em que foi humilhado ( o ano era 1991 ), e tentar reverter a situação para melhorar o futuro. Mas nem tudo se resolve como ele queria...

Envolvendo emoção e humor na dose certa, e mesmo apesar da obviedade da sinopse apresentada, O Homem do Futuro trás situações novas e hilariantes, disfarçando um pouco os clichês do roteiro ( escrito pelo próprio Cláudio ). Gosto particularmente dos diálogos que Zero trava com com suas duas versões(!) do passado. Outra coisa que emociona muito é a bela canção "Tempo Perdido" da Legião Urbana, que é a música tema do filme, tornando-o bem nostálgico. Aliás, nesse aspecto, Alinne Moraes se surpreende também como cantora, além de convencer como atriz.

Fora Alinne e Wagner Moura ( definitivamente, o maior astro do cinema brasileiro do momento, aliás, ele também canta ), o filme também acerta com os coadjuvantes: a esposa do diretor, e um tanto sumida das novelas, Maria Luísa Mendonça tem um papel chave na história, como Sandra, a amiga do protagonista, e que está sempre presente nos momentos de impacto. Fora ela, foi bacana colocar como antagonista um dos galãs do momento da tv, Gabriel Braga Nunes, que foi vilão na última novela das 9. E há também um ator desconhecido, mas interessante, chamado Fernando Ceylão, que interpreta o melhor amigo de Zero.

Elenco agradável, trama divertida, música contagiante, enfim, tudo isso supera qualquer clichê, e trás uma bela mensagem sobre a vida e sobre o tempo, e uma injeção de bom humor para quem pretende ir ao cinema para relaxar. Recomendo com toda certeza, vocês vão adorar!!!!! Abraços!!!

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