domingo, 2 de março de 2014

OSCAR 2014 - OS 9 FILMES INDICADOS

 Bom, hoje a noite teremos a cerimônia do OSCAR na TNT. Não deixa de ser uma boa opção para quem não gosta de carnaval. Aliás, falando nisso, ainda não consigo entender como deixam a Rede Globo com os direitos da transmissão do Oscar. Afinal, ela sempre desrespeitou o público dessa cerimônia, começando a festa peça metade, pois não podia antecipar o Big Brother. Agora, quando o carnaval está em jogo, ela altera a programação da grade com muita agilidade! Enfim...

 Como eu fiz ano passado, vou fazer minha lista de preferências em relação aos filmes indicados. Começarei com o último de minha lista, até chegar o primeiro. Ah, sim! Antes que eu me esqueça: Apesar de serem 9 os indicados, os favoritos são apenas 3, e eu estou ciente disso. Portanto, não elaboro uma lista referente aos que tem mais ou menos chance em ordem crescente ou decrescente. Não! Elaboro uma ordem conforme as minhas preferências! E em ordem decrescente. Vamos lá:

9° Capitão Phillips, de Paul Greengrass. A história real do capitão do título impressiona pela parte técnica e pela eficiente qualidade de som. Até a metade é bastante fácil se envolver com a história e com o clima de tensão. No entanto, depois torna-se cansativo e bastante previsível, ou seja, chega uma hora que sabe-se como a história vai acabar, e aquilo que outrora provocava tensão, começa a ficar chato, sonolento, cansativo... Para piorar ainda mais, recentemente foi divulgado na imprensa americana que o biografado não era tão heróico como o filme supõe. Falam-se muito na ausência do astro Tom Hanks entre os cinco finalistas para melhor ator. No entanto, eu não senti sua ausência. Afinal, Hanks é um grande ator como todos sabem, mas aqui atua com muita competência, e mais nada. Não apresenta aqui uma qualidade excepcional que poderia tê-lo colocado em lugar de algum dentre os reais indicados. Outra coisa: o novato Barkhad Abdi, indicado como coadjuvante, tem recebido muito prestígio e seu nome figura em tudo que é festival por aí. Um grande absurdo! Nada contra ele, mas o rapaz atua com muita determinação de forma igualitária aos demais atores do elenco, todos amadores e da Somália, como o próprio Abdi. Por que apenas ele foi lembrado? Enfim, o filme não me empolgou.


8º Philomena, de Stephen Frears. Outra história real, que causou bastante expectativas para mim, que não via a hora de assisti-lo. No fim das contas, me decepcionei um pouco. Afinal, o filme do talentoso Frears tinha tudo para ser uma história tocante, sensível e profundamente dramática. Nesse ponto, poderia cair no erro de ser muito piegas, e até mesmo abusar de clichês inevitáveis. No entanto, talvez essa opção teria sido melhor sucedida do que adicionar humor para uma trama em que a comédia não se encaixa adequadamente. Isso acaba por prejudicar o tom e o ritmo. Vale pela magnífica presença da grande Judi Dench, merecidamente lembrada pela academia, no papel título, da mãe que tenta descobrir o paradeiro do filho, depois de longos anos, já que foi obrigada a antrega-lo para adoção quando pariu na adolescência. Uma última análise e algum retoque aqui ou ai poderia melhorar o filme. De qualquer jeito, é um dos azarões.


7º Trapaça, de David O. Russell. Este está entre os três favoritos, certamente o 3º colocado. E um grande número de indicações! Sorte dos envolvidos, graças ao grande marketing e promoção que Hollywood fez desse filme. No entanto, não há nada mais chato e irritante do que uma comédia que não te faz rir. Tem um roteiro satírico, fala sobre política, a produção é esplêndida, mas a fita é interminável. Cansativa a exaustão, tem alguns poucos momentos que faz o espectador soltar alguns risos amarelos e mais nada. Contudo, o elenco -isso eu preciso admitir- está formidável! Pelos atores, vale a pena assistir. Até mesmo Jeremy Renner, o único do elenco principal não indicado, rouba a cena em alguns momentos. A melhor, sem dúvida, é a talentosa Jennifer Lawrence, que está entre as favoritas de coadjuvante. A jovem atriz atua como veterana e está impressionante como a esposa de Christian Bale (se tem algum instante para rir, é quando ela está em cena). E o próprio Bale também está excelente, assim como Bradley Cooper (que demonstra que milagres existem, tornou-se mesmo um bom ator!) e Amy Adams, atriz carismática e maravilhosa. Se não houvesse uma Cate Blanchett no caminho, a estatueta seria dela. Agora, tirando o elenco, os figurinos, a direção de arte e a fotografia, o que temos? Uma verdadeira fraude, ou como diz o título nacional, uma grande trapaça!


6°Nebraska, de Alexander Payne. A partir de agora, torna-se mais difícil ordenar os meus preferidos, pois gosto de todos eles. Este aqui, simpático e agradável, coloquei em 6° lugar por ser o menos memorável, embora seja uma fita muito talentosa (apesar da fotografia em preto e branco, o que causa muita rejeição entre as plateias). Ainda assim, é difícil não se envolver na história do simpático velhinho que acredita que ganhou um prêmio muito valioso, e precisa se deslocar até Nebraska para recebê-lo (ele está em Lincoln, do outro lado do estado!). Ao lado dele, o filho que acha melhor "não contrariar". Enfim, um road movie poético, divertido e tocante. Bruce Dern, aos 77 anos, exibe um grandioso talento e esplêndida lucidez. Melhor que ele, apenas a veterana e pouco conhecida June Squibb, no papel da esposa. Se houvesse justiça, essa simpática velhinha de 84 anos seria contemplada com o Oscar. É pra quem eu torço, embora sua vitória seja uma grande ilusão... No todo, vale a pena conhecer esse modesto e interessante filme.


5° Ela, de Spike Jonze. O cineasta sempre foi talentoso, com histórias diferentes e curiosas, desde "Quero Ser John Malkovich". E agora ele mesmo roteiriza esta surpreendente comédia romântica dramática, sobre os desajustes e a solidão num futuro próximo. Joaquin Phoenix, em atuação que merecida uma indicação também, faz o sujeito abandonado pela esposa, e que tenta encontrar a felicidade ao lado de alguém. Até que encontra a "Ela" do título, na verdade, um sistema operacional de computador, com a bela voz de Scarlett Johansson. Temos aqui, portanto, a personagem mais humana de todos os tempos, representada por um ser inanimado. De fato, é um filme muito bonit, ousado e diferente. A maior barbada está no Oscar de roteiro original. Merece ser conhecido pelo público este filme que demonstra que criatividade é algo que não falta para o diretor Jonze.


4º Clube de Compras Dallas, de Jean-Marc Vallée. Uma grata surpresa encontrar esse filme independente entre os finalistas. A maior barabada, certmente, está para os prêmios de ator (Matthew McConaughey) e ator coadjuvante (Jared Leto). Mas o filme tem poucas chances, o que é uma pena, já que é polêmico e original. Ambos os atores estão esplêndidos em seus respectivos papéis de um homem aidético, a princípio homófobo e machista, e um travesti, também portador do vírus de HIV, que traficam medicamentos para controlar o vírus, em uma época (anos 80) que o governo praticamente nada fazia em relação a isso. Daqueles filmes impactantes que a princípio você sente raiva e repulsa pelo protagonista, mas que em seguida, acaba torcendo por ele. Para fechar com chave de ouro, há também a simpática presença de Jennifer Garner, como a médica que os ajuda nessa batalha. Vale a pena conhecer!


3º O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese. Dividiu críticos de todo o mundo. Muitos amaram, outros tantos odiaram (pelo que eu percebi, a maioria odiou). Eu adorei! Simplesmente um grande Scorsese em plena forma. Um filme longo, com quase 3 horas de duração, mas que você não sente passar em hipótese alguma. É divertido, inusitado, polêmico e arrebatador. Algumas das críticas surgiram por conta da possível exautação do consumo de drogas. No entanto, isso é uma questão de ponto de vista. Afinal, as consequências são desastrosas para os personagens que levam "a vida loka", e o excessivo uso de drogas está inserido como uma crítica aos personagens. O elenco está soberbo, tanto Leonardo DiCaprio quanto Jonah Hill mereceram as indicações respectivas de ator e coadjuvante nos seus papéis, que reservam cenas que ficarão para a história, como àquela em que Hill se engasga e a turbulência no navio. Ainda, há performance extarordinária de Matthew McCoanughey, no início, e a bela novata Margot Robbie. Enfim, tudo aquilo que Trapaça tentou ser, mas não conseguiu. Imperdível!


2° 12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen. Este é o grande favorito, mas coloco em 2° lugar. De fato, dentre os indicados, esté tem a cara de filme que a academia adora prestigiar: passa das duas horas de duração, é de época, tecnicamente excepcional, emociona o público, grnades intepretações. De fato, uma história muito bem contada e dirigida. O ainda pouco conhecido, mas já veterano, Chiwetel Ejiofor dá um show na pele do homem negro livre, propositalmente confundido como escravo, e vendido tal como para diversos colonos. Os maus tratos e as injustiças sociais pelas quais passa são denunciados atráves das fortes imagens de tortura e violência. Enfim, daqueles filmes que deixa o público revoltado, e por isso, faz grande sucesso. Outro destaque é a novata Lupita Nyong´o, em grande atuação, como outra escrava humilhada constantemente. Grande filme, merecedor de todos os pr~emios que tem recebido.


1º Gravidade, de Alfonso Cuáron. O meu favorito é certamente o 2° favorito pela Academia. Este foi o único que assisti no cinema, e não queria, a princípio, colocá-lo como meu favorito, pois não acho o roteiro excepcional, por conta de alguns diálogos sem fundamento. No entanto, não se pode negar o grande valor cinematogáfico que esta obra insere ao cinema em geral, e mais particularmente, ao gênero ficção científica. Enfim, um filma tecnicamente inovador, mostrando um espaço sideral nunca visto antes. A grande maioria das cenas se passa no exterior da nave, e tudo o que se vê impressiona e convida o espectador a participar dessa incrível jornada. Definitivamente, é o filme do ano, e merece ter seu talento reconhecido. Sandra Bullock fez a melhor escolha de toda sua carreira, pois é um filme que já entrou para a história. Magnífico, estupendo, enfim, perfeito!


 Então é isso. Que vença o melhor! Até hoje a noite, creio que por volta das 22h na TNT. Abraços!

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