quinta-feira, 4 de junho de 2015

Mad Max: Estrada da Fúria

 Quando você imaginava que uma franquia clássica blockbuster entre o fim dos anos 70 e início dos 80 já tinha sido encerrada, e sonhando com a possibilidade de remake, eis que o veterano George Miller ressuscita a série, e lança o 4º episódio de Mad Max, dessa vez batizado como "Estrada da Fúria", exatamente 30 anos após o último filme. E Miller não derrapa na condução dessa sequência, além de ser responsável pelo roteiro, ao lado de Brendan McCarthy e Nick Lathouris.

 Dessa vez, sai de cena Mel Gibson, e entra o novo astro do momento, Tom Hardy, que ainda não é tão popular assim no Brasil, embora tenha tido bastantes destaques em "A Origem" e "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge". Enfim, Hardy sua a camisa e causa bastante impacto na pele de Max, que vaga pelas estradas australianas sem rumo, e já desiludido com a vida, após perder sua família, assassinada por gangues de motoqueiros, no primeiro filme da série. O fato é que  mundo pós apocalíptico desse novo episódio, é mais pessimista e assustador do que os outros três. Os vilões, inclusive, possuem caracterizações medonhas e macabras, parecendo os zumbis de "The Walking Dead", aproximando um pouco ao terror. Nesse caso, quem se destaca é o ditador interpretado pelo indiano Hugh Keays-Byrne (que também esteve no 1° Mad Max), uma figura aterrorizante.

 Mas Max recebe a ajuda do jovem Nux (o simpático protagonista de "Meu Namorado é um Zumbi", Nicholas Hoult), a princípio um "soldado" do mal, mas que acaba ajudando o herói por uma questão de consequência dos fatos. A grande figura de cena, contudo, é feminina: a excelente Charlize Theron domina todo o espetáculo na pele de Furiosa (e faz jus ao nome), uma guerreira de um braço só, que tenta escapar do domínio de Immortan Joe (o personagem mencionado de Hugh), e leva junto a ela as cinco esposas dele, uma delas grávida, inclusive.

 Enfim, tudo isso num cenário totalmente dominado pelas areias, não há mais nada na tela, não se vê casas, estradas concretas, jardins.... Nada! Segundo a visão de Miller, todo o planeta foi coberto pela terra. A partir de então, o espectador se surpreende com a excelente qualidade técnica da produção, começando pela fotografia, e se estendendo aos efeitos visuais e a sonoridade, prováveis babadas para o Oscar 2016. Quem espera momentos de alívio cômico, vai se frustrar, afinal a edição é ágil, e o que se vê constantemente é ação do início ao fim, com poucos momentos de conversa. Isso, talvez, possa incomodar um pouco uma plateia mais leiga, que necessita de maiores esclarecimentos, mas não prejudica o resultado final.

 Sem dúvida, o pessimismo amargo e cruel para um futuro sem perspectivas de sobrevivência (com a escassez de água) não deixa de impressionar. As inevitáveis sequências já estão sendo desenvolvidas, e existe uma remota possibilidade um episódio a ser estrelado pela Furiosa de Charlize Theron. Afinal, definitivamente, ela comanda o espetáculo, e rouba a cena, sem desmerecer o Max de Tom Hardy. No mais, uma boa sugestão de blockbuster para o feriado. Abraços!

TRAILER:

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