sábado, 5 de novembro de 2016

A Garota no Trem

 Nos cinemas, este suspense considerado pela crítica e público como o "Garota Exemplar" do ano. Ainda que dessa vez seja sem a talentosa mão de David Fincher, diretor do filme mencionado acima, tem a experiente direção de Tate Taylor, que dirigiu "Histórias Cruzadas".

 Trata-se de uma adaptação de livro de Paula Hawkins (feita por Erin Cressida Bennett), e começa muito bem com uma mulher problemática e depressiva viajando constantemente de trem, e observando de forma fixa a casa onde seu ex-marido mora com a nova esposa (o casal tem um bebezinho). O fato é que essa mulher angustiada, de nome Rachel, acaba observando uma possível traição da nova esposa do marido e fica intrigada com essa situação. Para complicar um pouco mais, a babá do casal desaparece misteriosamente, e Rachel resolve ajudar nas investigações, para tentar encontrar um sentido para sua vida. Mas há muita coisa errada nessa estranha trama.

 O diretor Taylor apresenta um painel misterioso e inquietante a partir do início, em que divide a história em três pontos de vista, com a apresentação de suas três protagonistas; Rachel, Anna (a esposa) e Megan (a babá). Assim, o público pode esperar muitas reviravoltas e cenas em flashback que tentam esclarecer, ou embaralhar ainda mais, todos os fatos apresentados. O clima é envolvente, com uma atmosfera de tensão que coloca a plateia sempre na expectativa de algo surpreendente.

 O sucesso não seria o mesmo sem a forte presença de Emily Blunt no papel-título, bastante distante de suas heroínas belíssimas e finas. Surge em cena totalmente desglamourizada como a alcoólatra Rachel, que vive com um pé na insanidade (há rumores dela finalmente conseguir sua primeira indicação ao Oscar, mas as possibilidades são mínimas). A sueca Rebecca Ferguson (revelada no último "Missão Impossível") como a nova esposa e a jovem Haley Bennett ( "O Protetor", "Sete Homens e um Destino") no papel da promíscua babá também acertam no timing e contribuem para a sensação de mistério. E para não falar em exclusividade feminina, há os atores Justin Theroux (o ex marido de Rachel), Luke Evans (o marido da babá) e o venezuelano Edgar Ramírez (o psicólogo) como os homens envolvidos no conflito. Para completar o elenco, as boas atrizes Allison Janney, como a detetive Riley, e a muito envelhecida Lisa Kudrow, num papel aparentemente pequeno, mas que ressurge para uma surpreendente revelação.

 Como nem tudo é perfeito, quando o "quebra-cabeça" é montado e a verdade sobre a suposta traição de Anna e o sumiço de Megan são revelados, após inúmeras pistas falsas, tudo se torna previsível e deixa à mostra o típico clichê de telefilmes de suspense. Porém, de qualquer maneira, não se pode dizer que este não seja um passatempo atraente e dinâmico, valorizado pela sempre carismática Emily Blunt.

 Enfim, fica a dica para um suspense para se acompanhar nessas estranhas tardes frias de primavera. Abraços.

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