quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Corpo

( Brasil 1991 ). Direção: José Antônio Garcia. Com Antônio Fagundes, Marieta Severo, Cláudia Jimenez, Carla Camuratti, Sérgio Mamberti, Maria Alice Vergueiro, Lala Deheizelen, Ricardo Pettine, Vera Zimmermann, Mara Carvalho, Christiane Tricerri, Roberto Talma, Daniel Filho, Arrigó Barnabé, Carlos Reichenbach, Guilherme de Almeida Prado. 80 min.



Sinopse: Homem mantém vida de casado com duas mulheres, e vive com ambas no mesmo lar. O que elas não sabem, contudo, é que ele tem um caso com uma prostituta. Quando descobrem, elaboram um plano de vingança.

Comentários: Comédia de humor negro inspirada em conto de Clarice Lispector (adaptado por Alfredo Oroz). O filme mostra uma cidade comum, com suas habituais hipocrisias, e que se escandaliza com o relacionamento totalmente assumido entre um dono de farmácia e duas mulheres. Com esse ponto de partida, Garcia satiriza os valores morais da sociedade ao mostrar, com muita simplicidade, uma relação matrimonial fora-do-comum (e como se isso não bastasse, o cínico protagonista ainda consegue manter uma amante às escondidas). Antônio Fagundes está divertido como o malandro "bígamo" e "adúltero", mas quem realmente rouba a cena são as atrizes centrais: Marieta Severo, como a esposa inteligente, e a gordinha Cláudia Jimenez, como a esposa cozinheira. Elas dão um espetáculo! E Carla Camuratti (que também colaborou no roteiro) tem participação especial como a amante-prostituta. Apesar de ser de 1991, o filme demorou cinco anos para estrear. Isso porque ele teve a infelicidade de ter sido produzido na era da ditadura Collor, que confiscava toda a produção cultural (e outras coisas também...). Por outro lado, o filme teve a oportunidade de ser conhecido em 1996, período em que o cinema nacional já estava em alta. Sem ser excelente (e não indicados para moralistas de primeira), O Corpo é uma produção bem simples, com boas interpretações e com uma boa idéia no roteiro (ainda que apresente um final pouco convincente, mesmo que surpreendente). Despretencioso e divertido.

Por que comprei o filme: A fita saiu na segunda coleção da revista Isto É, sobre o cinema brasileiro. Foi uma oportunidade que tive para acrescentar esse filme no meu acervo, que infelizmente possui poucos filmes brasileiros. Além disso, eu já conhecia a fita, mas ainda não havia assistido-na. Assim, tive a oportunidade de assistí-la. Claro que não é um grande filme (pode até mesmo ser esquecível), mas foi interessante ter descoberto que O Corpo é uma adaptação de um conto de uma das minhas autoras da literatura favoritas, Clarice Lispector (ainda que no filme não estão presentes seus temas mais famosos. Aliás, eu ainda preciso ler o conto, que está no livro A Via Crucis.). E além disso, a trinca de atores está perfeita e garante o divertimento.

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