terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Amor Sem Escalas

É impressionante como Hollywood tem uma extrema originalidade em inventar profissões no cinema! Fora o fato de idolatrar assassinos profissionais (o que beira o absurdo), agora chegou as telas brasileiras esse filme (no original, "Up in the Air") dirigido por Jason Reitman (filho do cineasta veterano Ivan Reitman, também produtor desse filme). E foi o que eu e a Gisele assistimos ontem nesse chuvoso e cinzento mês de janeiro!

O protagonista é Ryan Bingham, feito pelo preferido das mulheres, George Clooney. É ele que tem a estranha profissão que eu mencionei no início. Clooney trabalha numa firma contratada para demitir funcionários de diversas ocupações. Ou seja, eles não têm coragem de mandar ninguém embora, e por isso, essa missão cabe a Clooney, que viaja para todas as cidades dos EUA. Em uma dessas viagens, ele conhece a executiva Alex Goran (Vera Farmiga, de Os Infiltrados), e acaba se envolvendo com ela. Com o tempo, Ryan passa a treinar a jovem Natalie Keener (Anna Kendrick, de Crepúsculo), que também se especializa nessa profissão.

Bom, e assim flui a história (roteirizada pelo próprio Jason e Sheldon Turner, adaptada do livro de Walter Kim). Clooney passa o filme todo viajando e dando palestras, um homem charmoso e solteirão, que não pensa em responsabilidades matrimoniais. O filme acaba mostrando as vantagens de ser solteiro, mas aponta também as amarguras da solidão. Num meio termo perdido entre comédia e drama, Reitman retrata muito bem o cotidiano de homens e mulheres na casa dos 30 e 40, e que tentam buscar a felicidade. Isso é percebido através das personagens de Clooney e da excelente Vera Farmiga, uma atriz talentosa, e que agora poderá ser melhor reconhecida. No entanto, quem rouba a cena é a jovem Anna Kendrick, no papel da estagiária de Ryan. Ela serve como contraste às vidas maduras de Clooney e Vera; representa a juventude idealista, cheia de planos para o futuro e repleta de receios e ansiedades. O trio central, certamente, será indicado ao Oscar, mas nenhum deles deve ganhar. O final apresenta uma surpresa interessante sobre a conduta de uma das personagens, e que pode desagradar alguns (o que ocorreu com a minha esposa).

O filme demora um pouco para engrenar, começa de uma forma muito lenta, mas depois envolve, agrada, diverte. Trata-se de uma comédia dramática realista, às vezes fria (algumas demissões acabam sensibilizando; principalmente, porque vivemos num país em que o desmprego impera!), às vezes simpática. Gostei do filme, embora admito que não é para todo o público. Quem pensa que se trata de comédia romântica, por conta de presença de Clooney, vai se decepcionar. Ainda assim, recomendo. Um forte abraço!!!

TRAILER:

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Globo de Ouro, SAG, Avatar...

Ontem assisti a cerimônia do globo de ouro na TNT. Eu acho um verdadeiro sarro essas premiações dos americanos, gosto de assistir para dar bastantes gargalhadas. Afinal, não se deve levar a sério esse evento (nem o SAG, nem o Oscar). Enfim, apesar disso, quero fazer alguns comentários sobre o que eu vi. Ah, sim! Vou me restringir apenas à categoria cinema, já que eu não estou muito por dentro dos bastidadores da TV e do mundo dos seriados. Mas gostei da premiação do Kevin Bacon, é um ator sempre esquecido por essas premiações. Achei legal...

Bom, todos dizem que o Globo de Ouro é uma prévia do Oscar. Para mim, não! Trata-se de uma prévia do SAG, que por sua vez, é uma prévia do Oscar. Mas se compararmos os indicados do globo com os do SAG, não mudou muita coisa. No Oscar, creio eu, não será diferente, mas esperemos o dia 05/02, a data em que a academia anunciará os indicados.

atriz coadjuvante: ganhou a desconhecida atriz negra Mo´Nique pelo filme Preciosa. Pareceu ser realmente uma excelente interpretaçao em um filme que me despertou a curiosidade. Gosto de filmes que tratam de questões sociais. Ainda assim, como não conhecia essa atriz, estava torcendo para Julianne Moore (A Single Man) e Vera Farmiga (Amor sem Escalas).

ator coadjuvante: o vitorioso foi outro ator não muito popular, o austríaco Christopher Waltz (apesar disso, ele já possui uma longa trajetória. No IMDB constam mais de 90 atuações!). Enfim, gostei da performance dele em Bastardos Inglórios, e achei o prêmio mais do que merecido. Certamente, ganhará o SAG e o Oscar também.

atriz (musical ou comédia): Meryl Streep, por Julie & Julia. Premiação mais do que óbvia, todos já sabiam. Essa talentosa atriz, recordista de indicações, não consegue ganhar um Oscar há tempos. E o golden globe semper surge como consolo. Quem sabe agora...

ator (musical ou comédia): A maior surpresa para mim foi Robert Downey Jr., por Sherlock Holmes, ganhar nessa categoria. O ator, que já teve dias ruins, ressurge como astro, e acabou levando a melhor. Eu estava imaginando que o prêmio iria para Matt Damon ( O Desinformante ) ou Daniel Day-Lewis ( Nine ). Mas gostei que Downey ganhou, embora dificilmente o ator receberá uma indicação ao Oscar.

atriz (drama): Nunca pensei que Sandra Bullock fosse levar um gonden globe como atriz dramática. Não assisti ainda ao filme O Lado Cego, que lhe deu o prêmio; mas ouço rumores positivos sobre sua atuação no filme. Estava imaginando que a atriz Gabourey Sibide, por Preciosa, seria a vencedora. Por outro lado, a única estrela das indicadas era Sandra. Portanto...

ator (drama): Todo mundo já esperava a vitória de Jeff Bridges, por Crazy Heart. Ainda assim, eu estava imaginando a vitoria de Morgan Freeman como Nelson Mandela, em Invictus. Mas gosto de Bridges, e o prêmio, sem dúvida, foi merecido.

diretor: Olha só, James Cameron por Avatar. Como ele é superestimado! Realmente, o trabalho dele é bom, mas não estava esperando que fosse o vencedor não... Se bem que não havia muita opção. A concorrente mais forte era sua ex-esposa, Kathryn Bigelow, por Guerra ao Terror. Aliás, um filme que já existe em DVD aqui há muito tempo. Creio que ela poderá dar trabalho a Cameron no Oscar...

filme (musical ou comédia): Quando veio para o Brasil, não dei a mínima para o vencedor dessa categoria, Se Beber, não Case. Fez bastante sucesso aqui, e muito mais nos States. Isso é percebido agora com a premiação do filme. As comédias grosseiras, definitivamente, agradam ao público. Só falta ser indicado ao Oscar...kkk...

filme (drama): Qual será??????? Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, Avatar!!!!!!!! Será que o filme merece tanto? Os meus comentaristas não me levem a mal, gostei sim de Avatar! Mas, para mim, é apenas um eplêndido e maravilhoso espetáculo visual. Conta uma história interessante, certamente, mas muito superficial; ainda prefiro Bastardos Inglórios. Por outro lado, não sei se Guerra ao Terror também mereça tanta badalação, mas poderá tirar o Oscar de Avatar. Acho que Kathryn Bigelow está sendo badalada demais também. Enfim, não vou criticar um filme que ainda não vi.

Sábado agora, 23/01, vai passar o SAG na TNT. Após a cerimônia, já vai ficar bastante evidente o que acontecerá no Oscar. Vamos ver... Abraços!!!!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A Última Ceia

( EUA 2001 ). Direção: Marc Forster. Com Billy Bob Thornton, Halle Berry, Heath Ledger, Peter Boyle, Sean Combs, Mos Def, Will Rokos, Milo Addica. 111 min.


Sinopse: Agente penitenciário e racista, após a execução de um homem negro, se envolve com a viúva do executado, também negra, que acabou de vivenciar duas tragédias. Juntos, tentam encontrar um sentido na vida.

Comentários: Filme independente e de prestigiado sucesso pela crítica americana, rendeu o Oscar de melhor atriz para Halle Berry, além de ser indicado como roteiro original (dos atores Will Rokos e Milo Addica, que também atuam). Halle realmente está convincente e humana, demonstra muita garra e coragem no papel que lhe rendeu o prêmio da Academia. Ela está muito bem acompanhada pelos demais atores do elenco, que também estão competentes no filme, com destaque para a fria interpretação de Billy Bob Thornton no papel do agente penitenciário e do veterano Peter Boyle como o pai do agente, intolerante, ignorante e racista. O ator, inclusive, até merecia uma indicação ao Oscar como coadjuvante. Heath Ledger tem participação pequena e seu personagem permanece em cena até antes do meio. Em relação ao filme, A Última Ceia é denso, frio, cru e mostra o relacionamento duro entre as personagens, enfocando a ausência do amor. O sentimento só explode, quando os personagens de Thornton e Berry passam pelo processo de duas perdas importantes em suas vidas. Hank Grotoski, personagem de Thornton, parece estar sempre ausente de emoções, com sua expressão facial sempre neutra e séria. Já a Letícia de Halle Berry, ao contrário, demonstra o seu estado de angústia, dor e sofrimento a todo instante. Quando os dois finalmente se envolvem, em uma cena de sexo extremamente forte, intensa e desesperada (às vezes, desagradável), suas personalidades se contrastam, e começam a descobrir coisas importantes para eles: ela encontra o alívio no lugar da perda, ao passo que ele enxerga que possui a capacidade de sentir algo. Além disso, com essa relação, ele passa a modificar certos conceitos, como a intolerância racial que, certamente, foi inspirada no pai. Enfim, bem escrito, dirigido (pelo alemão Marc Forster) e interpretado, A Última Ceia é um dos filmes mais humanos de 2001 e merece ter seu talento reconhecido.

Por que comprei o filme: Foi uma grata surpresa encontrar esse filme no Sebo do Messias da Praça da Sé, à preço de banana. É claro que na era do DVD, os vídeos perderam seus destaques e os preços caíram; todavia, há vídeos que ainda têm seus valores elevados, e seria o caso desse. Mas, graças ao despercebimento de muitos vendedores, comprei esse grande filme pelo valor de R$2,00. E, além do mais, Halle Berry está ótima. É uma pena que algumas atrizes, após ganhar um Oscar, fazem péssimas escolhas de atuações. E foi o que aconteceu com essa atriz, que só tem feito filmes comerciais de ação ,e parece não ter lido bons roteiros. Vamos torcer para o seu triunfal retorno!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Planeta 51

Olá, um excelente 2010 para todos! Voltei hoje da Praia Grande, e já tenho uma novidade para postar aqui. Na segunda-feira,04/01, eu e a Gisele assistimos ao filme "Planeta 51", que a muito tempo eu queria assistir. Nós assistimos no cinema do shopping do Boqueirão, um cinema até bonzinho. O fato curioso é que eu e minha querida esposa tivemos o cinema inteirinho a nossa disposição. Fomos os únicos espectadores da sala! Não poderia deixar de mencionar esse fato inédito na minha cinéfila trajetória, hehehe...

Quanto ao filme, honestamente, não achei tão bom assim. As outras produções do gênero que assisti recentemente, foram mais interessantes. Quem me conhece bem, sabe que eu gargalho durante as projeções, quando assisto aos filmes do gênero. Dessa vez, apenas sorri em algumas cenas nessa simpática animação dirigida por Jorge Blanco, e roteirizada por Joe Stillman.

O astronauta terráquio Charles "Chuck" Baker vai parar no Planeta 51 do título, e é confundido pelos seres nativos com um extra-terrestre ( ou "extra-cinquentaeumense" ??, sei lá...). A princípio, ele se assusta e foge constantemente da presença desses seres de cor verde; entretanto, acaba se afeiçoando ao adolescente Lem e ao seu grupo de amigos. Toda a turma, portanto, tenta ajudar Chuck a voltar para a Terra, mas encontram problemas com a autoridade local, que intenciona exterminar o astronauta.

Achei o roteiro interessante, ao mostrar uma situação contrária daquilo que normalmente ocorre: é o terráquio que é confundido como "et". Isso é o ponto alto do filme, que parece fazer uma sátira ao comportamento humano, que aqui é tratado como o "diferente", ao penetrar em um mundo dominado por seres verdes e com antenas (há até uma piada maliciosa, em que as antenas são comparadas ao pênis) . E, ao mesmo tempo, é politicamente correto, quando, na conclusão, tudo se acerta, e todos se respeitam (não estou revelando nada, já que isso é previsível). Além disso, é admirável o fato de que os habitantes do 51 levam uma vida bastante semelhante a dos americanos (inclusive são adeptos da mesma cultura). A caracterização de algumas personagens, aliás, trazem o perfil estereotipado do povo americano, desde o militar patriota até o adolescente nerd. Mas, o que torna a produção mais hilária, é a presença de um grupo de jovens que tem por hábito protestar contra o governo; dessa vez, eles protestam a favor do "et/humano".

Enfim, é uma animação divertida, mas esquecível (repleta de personagens coadjuvantes; como de costume, alguns roubam a cena). Admito que gostei mais do trailer. Em todo caso, quem quiser se aventurar, o filme ainda está em cartaz em algumas (poucas) salas. Quanto ao elenco, nem vou mencionar os dubladores do original, uma vez que só há disponíveis as cópias dubladas em português. Bom, assim começo 2010. Espero assistir a muitos filmes agradáveis na tela grande. Abraços, fiquem com Deus!

TRAILER: