sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pânico 4

Eu imaginava que a série se encerraria como uma trilogia, e me surpreendeu esse quarto episódio; afinal, o último é de nove anos atrás... Enfim, prefiro uma sequência, ainda que tardia, do que mais uma refilmagem, como dita a nova moda agora... Bom, não é segredo para o leitor desse blog o quanto eu gosto de filmes de terror, pois me tornei cinéfilo através desse gênero. E os três filmes anteriores da série, eu conferi no cinema. E é lógico que procedi da mesma forma com esse quarto episódio.

Se os filmes de terror fizeram enorme sucesso nos anos 90, os méritos são do primeiro Pânico (de 96), e de seu fiel diretor, Wes Craven, responsável por todos os filmes da série. Afinal, Pânico fez enorme sucesso de público e crítica na ocasião, e elevou as alturas o gênero terror. E o mais bacana, é que ele é autocrítico. A principal intenção é banalizar o esteriótipo do adolescente americano, o comportamento duvidoso que ele assume ao ser influenciado por filmes de terror (isso também é frequente aqui!). E, curiosamente, as sequências também fizeram sucesso, ou seja, a série caiu no gosto do público.

Bom, é óbvio que não temos aqui um roteiro espetacular e brilhante. Mas, o roteirista do primeiro episódio, Kevin Williamson, retorna aqui, e brinda o espectador com diálogos inusitados e referências a outros filmes, desde "Duro de Matar" até o clássico "A Malvada". Enfim, a sobrevivente dos filme anteriores, Sidney Prescott (Neve Campbell) retorna a cidadezinha, que serviu de palco para os crimes em que sobreviveu. Agora, ela é uma escritora, e veio divulgar o livro que escreveu, contando sobre os obstáculos que enfrentou para escapar da morte. Nesse cenário, reencontra o policial Dewey Riley (David Arquette) e a ex-repórter Gale Weathers (Courteney Cox), também sobreviventes das chacinas anteriores. Mas, junto com Sidney, também retornam os assassinatos, que pode estar sendo promovido por qualquer um. Todos são suspeitos...

Os elementos do original permanecem aqui: O assassino possui o mesmo traje, continua ligando para as vítimas antes de matá-las, os policiais são tratados como imbecis, e as mortes são mais esplícitas. Aliás, há um excesso de personagens no filme, que nos são apresentados logo de cara. A partir de então, é fácil prever que o sangue vai rolar. Além disso, Craven usa e abusa desse excesso de gente para construir pistas falsas na identidade do assassino. Aliás, quando ela é revelada, admito que fiquei bastante surpreendido. E, sem dúvida, a grande cena do filme, é a dramatização do assassino, que não mede esforços em se ferir de todas as formas possíveis, para se passar por vítima, por herói. Espero não estar revelando muita coisa. Em todo caso, é bastante oportuna essa crítica ao poder da fama.

Quanto ao elenco, Neve Campbell retorna madura e talentosa no papel da heroína. E o ex-casal na vida real David Arquette-Courteney Cox atuam a vontade e com bom humor nos seus personagens que, diferente do que aconteceu na realidade, permanecem casados na ficção. Fora eles, Emma Roberts, sobrinha de Julia Roberts, interpreta a mocinha da vez. Ela herdou a voz da tia, mas não o talento. Apática e sem-sal, tende a cair no anonimato. Atuam também Marley Shelton (de Sin City - A Cidade do Pecado) como policial durona; a veterna Mary MacDonnell, já indicada ao Oscar por Dança com Lobos, e Tudo Pela Vida, como a tia de Sidney; um certo Rory Culkin, irmão de Macaulay e Kieran, como um adolescente nerd e viciado em filmes de terror; Heather Graham (Boogie Nights - Prazer sem Limites) numa participação; e Kristen Bell (Quando em Roma, Burlesque) e a oscarizada Anna Paquin (por O Piano) em um dos três prólogos do filme (sim, dessa vez são três, o que eu achei bem legal!).

Enfim, logicamente não é um grande filme, mas eu me diverti e indico para todos que são fãs da série, e também para quem ainda precisa descobri-la. Abraços!

TRAILER:

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