domingo, 10 de fevereiro de 2013

João e Maria: Caçadores de Bruxas

 Existe infelicidade maior do que ver um filme dublado? Sim! Assisti-lo em 3D, pois você paga muito mais caro, fica com dor de cabeça e descobre que não há nada de especial se comparado com a versão normal, em 2D. Enfim, escapei do 3D, mas assisti ao filme João e Maria - Caçadores de Bruxas na versão dublada. Só não foi tão irritante, pois o longa tem uma duração curta (não chega nem a uma hora e meia de projeção).

 O jovem diretor e roteirista Tommy Wirkola não tem grandes produções em seu currículo, e dirigiu em seu país natal um estranho "terrir" chamado Zumbis na Neve em 2009. E aqui realiza sua estreia em Hollywood. Eu depositei fé no filme, pois as recentes adaptações de contos de fadas para as telas, sobretudo às da Branca de Neve, foram bem sucedidas. No entanto, essa nova adaptação é frágil, banal, previsível e sem grandes cenas.

 Na introdução, Wirkola apresenta rapidamente a trajetória dos dois irmãos do título e faz o espectador relembrar dos acontecimentos: as crianças são abandonadas pelo pai, encontram uma casa feita de doce, são feitos reféns pela dona da casa, uma maquiavélica bruxa, libertam-se após queimar a vilã e fogem. Até aí, nenhuma novidade. Bom, anos se passam, os nossos heróis se tornam adultos, e se tornam caçadores de bruxas. Nas redondezas, existem milhares delas, e paralelo a isso, diversas crianças são raptadas. Óbvio que, mesmo sem somar 2+2, os irmãos já sabem que tem bruxaria no meio. O problema é que eles terão que lidar com a pior das piores bruxas que eles já conheceram.

 Seria interessante se o diretor tivesse mais criatividade no roteiro que ele mesmo desenvolveu. As bruxas são típicas vilãs maniqueístas, com tudo de ruim que vocês podem imaginar: horrendas, podres e assustadoras. Mas, surpreendentemente, elas são feras em artes marciais. Uma delas ali, pelo menos, daria muito trabalho para Bruce Lee. E o personagem João demonstra que viu o filme "Matrix" diversas vezes, pois conseguiu se desviar das balas direcionadas a ele com a mesma categoria do Neo de Keanu Reeves (nossa... eram balas ou flechas??? Não lembro mais...). Fora isso, achei a fotografia muito escurecida e acaba comprometendo um pouco nas cenas de ação.

 No elenco, o novo queridinho de Hollywood, duas vezes indicado ao OSCAR, Jeremy Renner (por "Guerra ao Terror" e "Atração Perigosa") e a inglesa de Gemma Aterton (de "Príncipe da Pérsia" e "Fúria de Titãs") têm pouco a fazer com seus esteriotipados personagens. Gemma, ao menos, tem talento. Mas não gosto de Jeremy, que não convence como galã, e demonstra que Hollywood passa por um processo de delírio. No elenco ainda, o veterano Peter Stomare tem o ingrato papel do xerife que vive quebrando o nariz (e não se trata de alívio cômico!), e Famke Janssen, a eterna Dra. Jean Gray da série X-Men interpreta a "bruxa mor". Achei bacana a presença dela, que já estava sumida das telas. E a pior do elenco é uma certa finlandesa chamada Phila Viitala, bastante inexpressiva como a bruxa "do bem", não sei se propositalmente por conta da personagem ou por "mérito" da própria atriz.

 Enfim, não consegui me envolver com o filme. Muito fraco como entretenimento e sem grandes ideias para segurar o público. Eu sugiro outras produções para se assistir, ainda mais em um mês de grandes estreias! Ah, sim, só para finalizar: esses tais filmes bons que eu mencionei, eu assisti em casa, e não no cinema. Daqui a alguns dias farei um especial aqui no blog com os nove filmes indicados ao OSCAR. E se der, farei o mesmo com os indicados a filme estrangeiro. Vamos ver... Abraços!

TRAILER:

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