sábado, 7 de dezembro de 2013

Crô - O Filme

 Ultimamente tem se tornado comum adaptar personagens que marcaram nas novelas para o cinema. É o que sucede aqui, com a comédia Crô. Quem não lembra, Crô era o mordomo afeminado da perua socialite Thereza Cristina, interpretada por Christiane Torloni, na novela "Fina Estampa", de Aguinaldo Silva, que aqui, obviamente, é o autor do roteiro.

 Bom, Crô tem berço, é de família rica, mas desde pequeno sabia que seu "dom" era o de servir a "deusas chiquérrimas e maravilhosas". Justamente por isso, ele resolve fazer uma seleção para escolher a "madame" de quem ele cuidará e obedecerá por toda sua vida. Entretanto, um inescrupuloso casal, que trafica mulheres e crianças bolivianas para trabalhar com costura, armam plano diabólico para fazer com que a escolhida seja a perigosa Vanusa.

 Dirigido pelo veterano Bruno Barreto, Crô diverte e arranca gargalhadas da plateia, por conta dos trejeitos de seu protagonista, mais uma vez interpretado pelo bom ator Marcelo Serrado. Entretanto, as piadas não seguram o filme, e o público conclui que o personagem era muito mais engraçado na tv, do que no cinema. O que acaba atrapalhando também, é a introdução de personagens vilões (feitos por Milhem Cortaz, o eterno Capitão Fábio de "Tropa de Elite" e Carolina Ferraz), e um contexto de tráfico bastante dramático para estar inserido numa comédia, que deveria ser leve e divertida. Os próprios vilões têm cenas cômicas, mas a perversidade cometida por eles com uma garotinha boliviana (a estreante Urzula Canaviri) atrapalha o tom, e gera até revolta no espectador. Por outro lado, para contribuir ainda mais com o humor, outros empregados da telenovela surgem para auxiliar Crô: a faxineira Marilda (Kátia Moraes) e o motorista Baltazar (Alexandre Nero), este roubando a cena como o serviçal homófobo.

 Ainda no elenco, participações de Ivete Sangalo (como a mãe de Crô), a veterana Karin Rodrigues, no papel de outra socialite que disputa os serviços do refinado mordomo, e Gaby Amarantos e Ana Maria Braga interpretando elas mesmas. Enfim, o filme diverte e torna-se um passatempo descontraído. Infelizmente, por conta das limitações do roteiro, é facilmente esquecível. Em tempos de "Félix", quem sabe outro personagem popular do público invada as telas de cinema. Talvez essa não seja uma boa ideia. Abraços!

TRAILER:



Nenhum comentário: