segunda-feira, 28 de março de 2016

Batman vs. Superman: A Origem da Justiça

 Realmente a campanha de marketing na indústria do entretenimento é surpreendente. Afinal, não é de agora que se fala tanto desse blockbuster, certamente o mais esperado entre todos. E, obviamente, se inicia aqui uma franquia que acredito que terá vida longa na tela grande.

 Bom, os roteiristas Chris Terrio e David S. Goyer tentaram ser fiéis ao máximo na caracterização dos populares personagens de Bob Kane e Bill Finger ("Batman") e Jerry Siegel e Joe Shuster ("Superman"). O resultado é este não exatamente grande filme, mas sim filme grande, numa luxuosa e esplêndida produção que não economizou na grana, e se vê na tela tudo o que foi gasto, é fato.

 Quanto a história, Batman tem uma crise de ciúme ao saber da existência de Superman. Para piorar, conforme informações divulgadas pela mídia local, o homem de aço ganha a fama de ser o responsável pela morte de diversas pessoas inocentes, o que choca a todos, sobretudo o homem morcego. Assim, Batman resolve tirar a história a limpo e enfrentar seu mais novo adversário. Quem se diverte com isso tudo é o maligno Lex Luthor, que como sempre, almeja ver o circo pegar fogo para se sair bem, costumeiramente. E há também a abelhuda da repórter Lois Lane que sempre atrapalha seu marido "Super Clark", que precisa interromper seu serviço para salvá-la dos apuros que ela vive se metendo. E eis que após muito lenga lenga, chega uma nova heroína na história: sim, a Mulher Maravilha, que promete ser outro obstáculo para Luthor e suas perversas criaturas.

 Evidentemente, eu simplifiquei com muito bom humor aquilo que teve a intenção de ser uma história complexa e muito detalhada. Mas, no final das contas, o que o público sempre quer ver são os espetaculares momentos de ação e luta, principalmente os iludidos que ainda compraram ingresso para o 3D (ou aqueles, que como eu, ficaram sem opção e precisaram encarar os típicos óculos escuros). Enfim, como já mencionei antes, a fita é extremamente longa, e por isso, torna-se chata, cansativa e até mesmo entediante. As cenas de ação que se tem são tão superficiais e óbvias, que não impressionam em absolutamente nada (a final, sim, é boa; mas pra chegar até lá, tem chão!). Os fãs aprovaram a fidelidade dos quadrinhos transpostos para as telas, mas eu achei o passatempo interminável. Nada contra produções com longa projeção, afinal, eu admiro muito a trilogia "Hobbitt", e também a dos anéis, que são até mais longas; e aprecio muito também "The Avengers", cuja projeção é mais ou menos do mesmo tamanho desse "Batman vs. Superman", mas tem conteúdo, cenas eletrizantes, e o melhor ainda, senso de humor (que faz muita falta aqui).

 Além disso, achei muito estranho o fato de que o diretor Zach Snyder tenha pedido à imprensa americana sigilo sobre as surpresas que o filme reserva, para não estragar a diversão. Mas, onde estão tais surpresas???? Que a Mulher Maravilha entra em cena, todos sabem... (aliás, o filme quase acaba sem ela entrar na trama). É possível que o grande segredo é aquele do fim, que é a abertura para a inevitável sequência, e que a "adolescentaiada" já está contando para todos os quatro cantos do mundo; sim, é a era do Spoiler!

 Vamos ao elenco: Ben Affleck pode ser bonitão e tudo mais, mas é horrível e canastrão em tudo quanto é filme em que atua; aqui não é diferente, e faz sentir falta de Christian Bale; Henry Cavill, como Superman, compromete menos por ter menos fama, mas também é horrível; A tal da Gal Gadot, que fez um monte de "Velozes e Furiosos" até que se encaixa bem como Mulher Maravilha, mas já vi queixas da plateia que preferia aquela lutadora de UFC no papel, a Ronda Rousey (oh, Meu Deus!). Enfim, ela terá mais ação mesmo nos próximos filmes, assim imagino. Quanto aos coadjuvantes, Amy Adams só atrapalha como a Lois Lane (embora a culpa é da personagem e não da atriz); Laurence Fishburne (chefe de Clark e Lois), Jeremy Irons (mordomo Alfred) e Diane Lane (Martha Kent) são desperdiçados em cena e fazem muito pouco (Diane Lane, ao menos, é sequestrada para ganhar algum holofote); Holly Hunter retorna em cena como uma senadora megera, e fala com uma batata na boca (isso me incomodou muito); Kevin Costner ressurge em cena de sonho como o pai de Kent, e também não acrescenta nada; e o melhor do elenco é Jesse Eisenberg como o vilão Lex Luthor, o único que compõe um personagem interessante, e que serve até mesmo como alívio cômico.

 No fim das contas, o mérito está no final, onde qualquer possibilidade de clichê é quebrada. E mesmo que cause algum desapontamento no público, digo de novo, terá sequências que irão trazer novas alternativas. Não digo que não gostei da película, mas saí da sala com uma enorme vontade de assistir ao próximo episódio de "The Avengers", essa sim, uma franquia bem-sucedida e completa em todos os sentidos. Mas, infelizmente, não posso mentir: Batman vc. Superman deixou a desejar. Mas assistam e tirem suas próprias conclusões. Abraços!

 TRAILER:





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