terça-feira, 12 de julho de 2016

Porta dos Fundos: Contrato Vitalício

 Uma das séries de grande sucesso de humor da internet, o Porta dos Fundos, ganhou o seu primeiro longa metragem, e trouxe para a tela grande boa parte de seu elenco original, encabeçado pelo humorista da década, Fábio Porchat, e dirigido pelo seu habitual parceiro, Ian SBF, que também era da série.

 O bacana do roteiro, feito pelos próprios Ian e Fábio, e também Gabriel Esteves, é a metalinguagem satírica da história, que tem seu início ambientado no festival de Cannes, na França. O ator Rodrigo Assis (Fábio) e o cineasta Miguel (Gregório Duvivier) estão lá na expectativa de ter seu filmes ganhando algum prêmio. Isso acaba acontecendo, e eles caem literalmente na gandaia. Na empolgação, Rodrigo assina o tal contrato vitalício do título se comprometendo em atuar em todos os filmes de Miguel. Porém, este desaparece misteriosamente, após entrar no banheiro do quarto de hotel. Dez anos depois ele volta totalmente estranho, e diz ter sido abduzido por extraterrestres. Volta a ativa, e dirige mais um filme a ser protagonizado por Rodrigo. No entanto, em consequência de seu sinistro "sequestro", comete atitudes inesperadas e completamente fora do normal.

 A partir de então, todo o clima de paranóia e sátira acontece em cena, com destaque aos bons, e desconhecidos, coadjuvantes, que roubam a cena em situações que nem Freud explica. Além de satirizar o universo do cinema, o diretor também brinca com as celebridades brasileiras da tv, e inclusive alguns deles aparecem em cena interpretando eles mesmos, como é o caso de Nélson Rubens, Xuxa Meneghel, Sérgio Mallandro, Marília Gabriela e outros. O resultado disso é uma comédia extremamente divertida, daquelas que arrancam gargalhadas da plateia que aprecia fitas americanas ao estilo "American Pie" e "Todo Mundo em Pânico", mas com características bem brasileiras.

 No talentoso elenco de comediantes, em que quase todos, com exceção de Porchat e Duvivier, tem pouca popularidade com o público, fica difícil escolher quem se destaca, já que todos são promissores. Particularmente, gosto do empresário Ulisses, feito por Luis Lobianco (responsável pelas falas mais hilárias) e do ator Paulo, vivido por Rafael Portugal, que passa por maus bocados, ao ser treinado pela insana diretora de elenco, interpretada por Júlia Rabello. Há também, a mocinha vivida por Thati Lopes, que também tem seus momentos hilários.

 Enfim, o filme é recomendado para quem gosta de humor escrachado mesmo, e nem precisa ser espectador assíduo da série para se envolver com a narrativa. Tudo indica possibilidades para sequências que, se conservarem a originalidade do humor, poderão ter uma carreira bem sucedida como esse aqui. Vá ao cinema com o intuito de se divertir e encontrará o passatempo ideal com a turma amalucada de Porta dos Fundos. Até mais!

TRAILER:

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