quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O Xangô de Baker Street

( Brasil 2001 ). Direção: Miguel Faria Jr. Com Joaquim de Almeida, Maria de Medeiros, Marco Nanini, Cláudia Abreu, Anthony O`Donnell, Marcello Anthony, Letícia Sabatella, Cláudio Marzo, Thalma de Freitas, Christine Fernandes, Caco Ciocler, Emiliano Queiroz, Agildo Ribeiro, Martha Overbeck, Castrinho, Malu Valle, Marcelo Escorel, Antônio Pedro, Antônio Pômpeo, Maurício Gonçalves, Isabel Gúeron, Maria Ribeiro, Otávio Mueller, Roberto Bomfim, Camilo Bervilacqua, André Mattos, Hélio Ary, Cândido Damm, Eliana Guttman, Luciano Chirolli, João D'Avilla, júlio Levy, Vanessa Pascale, Jô Soares. 118 min.



Sinopse: No Rio de Janeiro do século XIX, Jack, o Estripador começa a assassinar várias mulheres seqüencialmente. Sherlock Holmes e seu fiel companheiro Dr. Watson desembarcam em terras brasileiras para solucionarem o caso, enquanto tentam se adaptar aos costumes brasileiros.

Comentários: O famosos romance de Jô Soares, após alguns anos no aguardo, finalmente foi adaptado para o cinema, pelo roteiro de Patrícia Melo e direção de Walter Lima Jr. A idéia de trazer figuras famosas da história, sejam elas fictícias ou reais (Jack, Holmes, Watson, Sarah Berhnard, José do Patrocínio, Chiquinha Gonzaga...) é interessante e conveniente. Contudo, o humor que a fita sugere não é tão explícito como poderia ser. A impressão que dá é que estamos assistindo a um filme policial com bons momentos cômicos, e não uma comédia escrachada e satírica, como sugere o título e o nome do autor Jô Soares (que faz participação como chefe de polícia. Em todo caso, é um bom divertimento ver os ingleses Holmes e Watson como dois "estranhos no ninho", e que precisam se adaptar ao clima e à cultura brasileira, para conseguirem êxito no trabalho que eles desenvolvem no Rio de Janeiro. Eles acabam conhecendo outro tipo de antropologia, ao entrarem em contato com o candomblé, a culinária, a sensualidade brasileira, a caipirinha... Enfim, situações divertidas e com bons diálogos irônicos. Por outro lado, a ação policial é fraca e não causa grandes impactos. A identidade do assassino não surpreende, já que se trata de um personagem fraco, com poucas falas e que passa desapercebido quase o tempo todo. Apesar disso, o final é curioso e inesperado (o único momento em que o ator que interpreta o estripador tem um certo destaque). Outro problema do filme é o excesso de personagens mal-aproveitados. Maria de Medeiros, por exemplo, como a atriz francesa Sarah Berhnard tem falas interessantes, mas o personagem que ela interpreta não tem conexão nenhuma com a trama central. A personagem poderia ser um mero figurante, sem uma grande estrela portuguesa para interpretá-la. Em contrapartida, o roteiro poderia aproveitar mais personagens como Chiquinha Gonzaga (Malu Valle) e Olavo Bilac (Marcelo Escorel), que figuram em cena quase despercebidos. Quanto aos demais atores do elenco, Marco Nanini atua com seu típico humor no papel de um policial brasileiro que ajuda Sherlock nas investigações; Cláudio Marzo tem boa participação como o imperador D. Pedro II; a gracinha Cláudia Abreu transmite simpata como a baronesa infiel; o galã Marcello Anthony também está fora de foco (e um tanto irreconhecível) em (outro) papel desperdiçado, como o homem que contrata os serviços de Sherlock; e o português Joaquim de Almeida encarna o detetive particular mais famoso da literatura inglesa, e fala portugês e inglês alternadamente. Há ainda o ator Anthony O 'Donnell, como o Dr. Watson, que tem uma cena bem cômica quando recebe o espírito da "pomba-gira". Enfim, apesar das derrapadas, O Xangô de Baker Street é um passatempo descontraído e um pouco engraçado, além de apresentar boa reconstituição de época e figurinos interessantes.

Por que gravei o filme: Gosto muito do apresentador Jô Soares, e sempre assisto ao programa do apresentador, quando tenho oportunidade. Não li o livro em que o filme se baseia, mas estava aguardando com expectativa o lançamento do filme. Lembro que em uma das entrevistas do programa, o Jô conversou com os astros portugueses da fita, Joaquim de Almeida e Maria de Medeiros, e admitiu que adorou a versão de seu livro para as telas grandes. Ou seja, algo bastante raro, já que geralmente os autores de livros não gostam do resultado final, quando suas obras são adaptadas para roteiros cinematográficos. Isso já mantém o interesse. E apesar de O Xangô de Baker Street ser um tanto decepcionante em alguns aspectos, não deixa de ser uma atração curiosa e bem-humorada. Gravado no Cinemax

download: http://uploaded.net/file/sllo7mrf

Um comentário:

Unknown disse...

Muito interessante! Pelo visto este filme mostra a realidade de nossa País , que a cada dia que passa, seus habitantes mixam-se por vária culturas !!! Agora posso saber o que vc quiz dizer com: !A gracinha da Cláudia Abreu ??? Bjus