quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Invasor

( Brasil 2001). Direção: Beto Brant. Com Marco Ricca, Alexandre Borges, Paulo Miklos, Malu Mader, Mariana Ximenes, Cristhiane Couto, George Freire, Sabotage. 97 Min.


Sinopse: Dois funcionários de uma construtora contratam marginal para assassinar o chefe, com intuito de herdarem boa parte da empresa. Após o crime, o marginal se envolve com a filha do falecido, e torna-se um problema para os dois homens, pois agora pretende se associar a eles.

Comentários: Ágil e eficiente, O Invasor consolidou o talentoso Beto Brant, realizador também de "Os Matadores" e "Ação Entre Amigos". O filme mostra São Paulo de uma forma pouco apresentada antes, focalizando bem o lado suburbano da cidade e o cotidiano de seus moradores. Além disso, o roteiro, do próprio Brant, Renato Ciasca e Marçal Aquino, adaptado do livro do próprio Aquino, oferece algumas reviravoltas interessantes e um final bem inesperado. Foi um acerto chamarem o roqueiro Paulo Miklos, dos Titãs, para o personagem central, em sua estréia no cinema. Ele tem o tom certo para o personagem, um assassino de periferia que consegue dar a volta por cima, quando controla a situação e acaba por dominar os seus contratantes. Marco Ricca e Alexandre Borges interpretam os dois sócios ambiciosos, num filme em que todos os personagens, de uma certa forma, são vilões. Parece que a intenção do filme é demonstrar que na cidade grande ninguém é digno de confiança; que todos são passíveis de traição. No elenco há também Mariana Ximenes como a ninfetinha junkie milionária e Malu Mader, que tem pouco a fazer como mulher fatal. Mas a melhor interpretação é de Marco Ricca, numa composição transtornada e impulsiva, que oscila fúria e remorso. Com bons enquadramentos de câmera, ritmo acelerado e trilha sonora com músicas de rap e heavy metal nacional, O Invasor é uma novidade no cinema brasileiro atual. Não percam!

Por que gravei o filme: Assisti ao filme no cinema Belas Artes, e ele é uma pura demonstração da originalidade que o cinema brasileiro tem implantado em seus filmes. Beto Brant, além disso, é um dos cineastas atuais mais competentes do cinema nacional, e raramente deixa a peteca cair. O filme, portanto, é sempre aberto a discussões sobre vários assuntos: comportamento moral, ética, violência, drogas, enfim, sobre o condicionamento humano e suas limitações. O elenco competente é uma atração a parte. Gravado no Cinemax.

Um comentário:

Anônimo disse...

NÃO!!!
Uma obra prima do cinema nacional.
Preciso ler o livro, porque fizeram bons comentários sobre ele.
Agora, vamos ao filme. A atuação do Paulo Miklos é intensa e marginal - até parece um ator da periferia mesmo. Cena de destaque: o final do filme quando todos se juntam contra o Marco. Cara! É de arrepiar a alma.
Abraços,
Leandro