sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Somos todos solidários?

"O homem é o lobo do homem" é uma frase bastante conhecida, e foi dita pelo filósofo Thomas Hobbes. Na atualidade, percebemos o quanto esse pensamento de Hobbes se traduz com grande força e impacto.
O Brasil é conhecido por ser um país repleto de solidariedade humana. Afinal, o nosso povo é tido como "caloroso" e receptivo. Todavia, essa denominação que o país tem, faz com que eu reflita: Se os brasileiros possuem essa característica, que tipo de solidariedade encontramos no resto do mundo?
Penso que o nosso povo está perdendo o afeto, a educação, a cordialidade, a simpatia, o significado da amizade... As pessoas que nos rodeiam no nosso cotidiano (ou seja, colegas de trabalho, da faculdade, parentes, vizinhos...) deveriam nos cumprimentar, perguntar como foi nosso dia, bater um papo amigável, e assim por diante... Contudo, quando te encontram nos corredores da vida, dizem: "Ah, será que você pode me pagar aquele dinheirinho, referente a vaquinha que fizemos para fulano de tal?", ou "Você já fez a sua parte do trabalho que deve ser entregue amanhã?"
Quando me deparo com perguntas assim, eu penso: "Será que eu não tenho nenhuma responsabilidade?" Mas, eu normalmente respondo: um bom dia pra você. Como está sua família, como foi o fim de semana, conte-me as novidades... Entretanto, o resultado disso, normalmente, é desastroso: "bom dia, estão todos bem, ótimo fim-de-semana, nada de importante... Mas, e a vaquinha, quando vai pagar?" Assim, passo a concluir: "acho que eu não tenho reponsabilidade".
Ou será que eu deveria agir assim também? Cobrar R$ 0,50 da xeróx de fulano de tal; exigir que um amigo que não teve tempo de fazer um trabalho de escola, escreva 50% do trabalho para poder assinar o nome no meu projeto; chamar de sovina o colega que ainda não contribuiu com a vaquinha... Todavia, prefiro ser irresponsável (para o senso comum) do que perder a minha dignidade.
Os amigos... (ou melhor, colegas... huuuuummmm, acabo de reduzí-los [ou promovê-los] para 'conhecidos") nos decepcionam algumas vezes, mas num país em que uma característica importante é a solidariedade humana, até os não conhecidos deveriam ser mais generosos; e, lógico, isso não acontece. Se não, vejamos: Num ônibus lotado em horário de pico, quantos se oferecem para segurar sua bolsa pesada? Quantos tem bom-senso de ceder o lugar em que está sentado, para uma pessoa com mais necessidades? alguns, o que é ruim para o Brasil.
Por outro lado, não se pode perder a esperança, pois o respeito e a virtude permanecem em um grupo de pessoas que todos nós conhecemos. Eu, como qualquer um, conheço alguns seres que se destacam por essas qualidades. O que dói, é que eu (novamente, como qualquer outro) conheço muitas pessoas, as quais gosto muito; mas, apenas poucos (infelizmente) podem ser qualificados como amigos: os que tem caráter.
Essa semana talvez eu tenha me decepcionado um pouco com a humanidade e suas hipocrisias: julgamento preciptado, fofocas, mentiras, desrespeito, fingimento, falta de atenção... Porém, não posso me esquecer, que também sou um ser humano, e posso cometer essas falhas que enumerei. Espero em Deus, no entanto, que eu não tenha cometido isso, pois passaria a desconfiar até mesmo de meus próprios valores...
Mas, qual a relação dessa postagem com o contexto do blog? A relação é que isso tudo é tema de filme. Filmes que passaram, que passam, que ainda vão passar. E nossa vida é um filme, comandada e dirigida pelo Altíssimo. Infelizmente, é um filme triste, com final que tende a uma conclusão pessimista típica de Buñuel ou Bergman. Mas, como há a esperança, e como essa película é dirigida pelo maior dos cineastas- Deus- torço para um típico final hollywoodiano: que seja tolo, banal, sentimental... mas, feliz.
Dedico as minhas humildes palavras a todas as pessoas que amo, e principalmente, aos meus tantos conhecidos.
Sem mais.

3 comentários:

Rafel Saitar disse...

A humanidade fede, e fede muito. Mas quase sempre podemos selecionar nossos contatos, e quando não podemos, devemos ser capazes de ignorar solenemente alguns desses atos infames.

Siga em frente, e mande-os catar coquinhos, porque se mandá-los ao inferno, o diabo vai acabar não gostando da concorrência.

Anônimo disse...

Olá caro amigo.

Às vezes tenho pensamentos como esse texto que tu postou: será que nesse país há cordialidade, ética, moral, ou, ao menos, caráter? Fico meio triste quando noto o contrário. Porém, esperanças são importantes.
Sobre o tema de seu blog, por que não falar sobre coisas que você gosta em geral? Cinema, literatura, música(talvez), enfim, assuntos que te interessam? Talvez seria melhor, não sei.
Think about it.

Abraços :>

Rob Seixas disse...

olá. Gosto muito da amizade de vocês dois. Os comentários de vocês são sempre oportunos. E, lógico, que vocês não fazem parte da lista dos [conhecidos]. São meus grandes amigos!!! E ambos sabem disso.

Quanto ao blog, até postarei algo sobre música, literatura, reflexões ou algo que eu goste... Mas a temática, realmente, será cinema.

Abração pros dois!!!