sábado, 6 de dezembro de 2008

Solidariedade

No dia 2 de novembro, eu havia sugerido postar alguns temas da vida, e suas correspondências com alguns filmes da minha coleção. Lembrados? Pois é! Hoje resolvi falar de solidariedade, e sobre alguns filmes que trabalharam com essa questão. Aqui nesse espaço, eu já havia refletido sobre a dificuldade de sermos solidários. Entretanto, ao menos, que exista solidariedade nas telas! Segue a lista de 10 filmes, com personagens solidários:

Começo com A Baía do Ódio (1985), de Louis Malle. Nesse filme, pouco conhecido pelo público, Amy Madigan engole preconceitos e dá provas de sua dignidade, ao oferecer trabalho para um vietnamita, que viva nos EUA, nos anos pós-guerra do Vietnã. Mesmo sendo humilhada e ofendida pela socieade, ela permanece fiel a seus princípios, mantendo-se ao lado do vietnamita.

No filme A Cor Púrpura (1985), de Steven Spielberg, Whoopi Goldberg (em sua estréia no cinema) interpreta uma mulher que é vítima de abusos sexuais, violência, humilhação, desaforos, cometidos por quase todos os personagens do filme. A solidariedade humana, contudo, finalmente surge, na figura da esposa do cruel fazendeiro, que explora Whoopi (interpretada por Margaret Avery). Essa é a única personagem capaz de dizer algo bonito e agradável para um dos seres mais humilhados da história cinematográfica. A cena do beijo na boca entre ambas não se trata de homossexualismo; mas, sim, de uma demonstração pura de afeto que vem no momento oportuno na vida de um ser que desconhece qualquer ato de carinho ou bondade humana.

Fato um pouco semelhante ocorre no filme As Horas (2002), de Stephen Daldry. As atrizes Julianne Moore e Toni Collette protagonizam um "selinho", no instante em que a personagem de Toni informa que sofre de câncer. Esse beijo surge como um alívio na vida de duas mulhers sofridas: em uma, por causa da doença; na outra, por conta de suas frustrações íntimas e misteriosas, que as torna uma mulher depressiva e melancólica. No instante do beijo, esta (feita por Julianne) pôde se colocar no lugar da outra e perceber que ela mesma não é o único ser humano com problemas. É um filme belíssimo.

Já em Assassinos Por Natureza (1994), de Oliver Stone, os temíveis assassinos do título, responsáveis por centenas de assassinatos em série, recebem a solidariedade humana através de um velho índio, que lhes oferece abrigo e comida. Todavia, ainda que acidentalmente, um dos assassinos (Woody Harrelson) acaba matando o pobre velho. Na prisão, ao menos, ele admite que de todas pessoas que ele matou, se arrepende de ter matado o único ser que lhe foi solidário.

Em A Festa de Babette (1987), de Gabriel Axel, a personagem título promove a paz e a solidariedade entre um grupo de pessoas, através da arte da culinária. Qualquer tipo de rivalidade, inveja ou ressentimento, se esvai com a entrada em cena dos delicosos quitutes preparados por Babette, numa das produções dinamarquesas mais poéticas já realizadas até agora.

Não posso deixar de falar de Atraídos Pelo Destino (1994), de Andrew Bergman. Pode até ser um filme piegas e repleto de clichcês, mas apresenta o casal mais simpático e solidário do cinema dos anos 90: o policial (Nicolas Cage) e a garçonete (Bridget Fonda), que acolhem um mendigo, que estava no relento, e lhe oferecem comida. Um ato solidário bastante raro nos dias de hoje.

No filme Hotel Ruanda (2004), de Terry George, o excelente ator negro Don Cheadle, indicado ao Oscar, interpreta o gerente do luxuoso hotel do título, que acolhe diversos civis nesse local e os protege da guerra vivenciada pelo país. Um ato extremamente heróico, já que ele desacata a ordem de não envolver o hotel nesse problema, em favor de preservar diversas vidas.

Já postei aqui o ótimo Crash - No Limite (2005), de Paul Haggis, e acho oportuno colocá-lo na lista, uma vez que a solidariedade é um tema que se destaca nas diversas tramas paralelas do filme. Cito duas: a cena em que o policial racista Matt Dillon se prontifica, a todo custo, a salvar a vida de uma negra (Thandie Newton), que acabara de sofrer um terrível acidente automobilístico; e àquela em que a socialite Sandra Bullock, após um acidente doméstico, re-analisa suas amizades, e conclui que a empregada de sua mansão foi a única que se preocupou em ajudá-la. O instante em que Sandra diz para a empregada "você é minha melhor amiga" é de extrema sinceridade e bastante emocionante.

Falando em amizade, preciso inserir na lista o pouco conhecido Pela Vida de um Amigo (1998), de Joseph Ruben. O filme conta a história de três amigos americanos em férias na Malásia. Um deles, é preso por posse de drogas, e somente não será condenado a morte, se os outros dois retornarem ao país para cumprirem a pena. Um deles (Vince Vaughn) se solidariza com o amigo, e arrisca sua pele, ao voltar para àquele país, em um dos finais mais revoltantes do cinema; contudo, com uma bela dmonstração da solidariedade humana.

Finalizo com Os Últimos Passos de um Homem (1995), de Tim Robbins, em que a ganhadora do Oscar Susan Sarandon interpreta uma freira que tem a missão de trazer a paz de espírito a um assassino e estuprador de adolescentes, feito pelo ótimo Sean Penn. Definitivamente, a maior prova de solidariedade humana, é você se preocupar com a vida de um criminoso que possui um perfil sádico como esse.

Bom, é isso aí! Continuo a insistir na preservação da solidariedade. O cinema pode servir como auxílio nessa campanha que só tende a trazer a paz e a esperança no ato de praticar o bem. Acho que a minha postagem ficaria melhor com imagens dos filmes citados. Vou ver se consigo adicionar tais incrementos , para melhorar a estética do blog. Por hora, é só. Abraços!

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