domingo, 3 de maio de 2009

O Exorcista

( EUA 1973 ). Direção: William Friedkin. Com Ellen Burstyn, Max von Sydow, Linda Blair, Lee J. Cobb, Kitty Winn, Jack MacGowran, Jason Miller, Mercedes McCambridge. 122 min.



Sinopse: Garota de 12 anos começa a agir estranhamente, o que preocupa bastante sua mãe. Esta, após procurar ajuda de diversos médicos, chega a conclusão de que sua filha está possuída pelo diabo. Assim, recorre a ajuda de um jovem padre, liberal e idealista, e de um veterano exorcista, que estava em missão no Iraque, com o intuito de salvar sua filha.

Comentários: Famoso clássico do terror indicado a 10 Oscar. Ganhou dois: roteiro adaptado (de William Peter Blatty, a partir de seu próprio livro) e sonorização. Foi indicado ainda para filme, diretor, atriz (Ellen Burstyn), ator coadjuvante (Jason Miller), atriz coadjuvante (Linda Blair), edição, fotografia e direção de arte. Um dos filmes do gênero mais famosos de toda a história do cinema. Além disso, se destaca por ser uma produção classe A, algo raro no cinema de horror. O diretor Friedkin estava em forma no período, e realizou essa assustadora produção, após ganhar o Oscar de diretor por "Operação França", em 71. E ele conduz muito bem esse filme, auxiliado pelo autor do livro em que o filme é baseado, Blatty, que assina o roteiro. Sem maiores esclarecimentos acerca da origem do diabo, Friedkin e Blatty mostram que a presença do mal se faz constante e pode exercer seu poder em qualquer simples mortal. Evidentemente, não se trata de um filme com temática religiosa, pois a garota possuída não é rotulada como uma terrível pecadora; nem pertence a uma família com tal característica. Trata-se simplesmente de uma cidadã comum, como qualquer outra pessoa e que de uma hora para outra, passou a receber manifestações demoníacas em seu corpo. E esse ponto de partida, sem dúvida, foi o responsável pelo clima de medo e perturbação que o filme causou em diversas platéias do mundo todo. Apesar do visual envelhecido dos anos 70 e da produção da época (bastante desatualizada para os nossos dias), o filme de Friedkin até hoje assusta e incomoda muitas pessoas. É bem verdade, todavia, que "O Exorcista" já foi bastante parodiado e satirizado ( "A Repossuída", "Todo Mundo em Pânico" ), e que a figura da endemoniada Linda Blair vomitando sorvete de pistache nos padres, chega até a ser rizível quando o filme é revisto nos nossos tempos. Mas, ainda assim, muitos não conseguem assisti-lo sozinhos na madrugada. Quanto ao elenco, Blair tornou-se famosa unicamente por esse filme. Atuou em outras produções, evidentemente, mas nunca conseguiu êxito como aqui. Talvez sua indicação ao Oscar tenha sido um tanto exagerada, já que quem interpreta a voz do demônio é a veterana Mercedes McCambridge, enquanto os competentes efeitos especiais da época são responsáveis pelos momento de levitação e o giro da cabeça, protagonizados pelo corpo da atriz. Outro fato importante que faz com que Blair seja lembrada por esse filme, são os boatos que surgiram sobre a morte da atriz, após a finalização dessa película (fato não ocorrido). Os demais atores estão competentes: von Sydow como o exorcista, Burstyn (estrela da época) como a mâe desesperada, Miller como o jovem padre, Lee J. Cobb como o detetive (que serve como alívio cômico). Enfim, com cenas polêmicas e que até hoje causam alguma discussão (como a da masturbação com o crucifixo), O Exorcista se consagra como o melhor filme de terror americano de todos os tempos já produzidos até hoje.

Por que gravei o filme: Recordo-me que já havia assistido na minha infância "O Exorcista" no SBT, mas o achei chato e cansativo por não ser um filme de serial killer, no estilo "Halloween" e "Sexta-Feira 13". Mas, ainda assim, me impressionei e me assustei muito com as manifestações demoníacas que invadiam o corpo da personagem de Linda Blair. Na maturidade, considerando "O Exorcista" como o melhor filme de terror já feito, não perdi a oportunidade de gravá-lo no Cinemax Prime. Esta versão que possuo é aquela que re-estreou nos cinemas em 2001, com cenas inéditas. Mas não são muitas, como o cartaz sugere (a única que marca é aquela em que Blair desce a escada como se fosse uma aranha). Apesar disso, um bom clássico do horror como O Exorcista é indispensável para qualquer fã de cinema.

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