sábado, 20 de junho de 2009

Os Imperdoáveis

( EUA 1992 ). Direção: Clint Eastwood. Com Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman, Richard Harris, Frances Fisher, Saul Rubinek, Anna Thomson, Jaimz Woolvet, Anthony James, Rob Campbell. 130 min.

Sinopse: No fim do século XIX, prostitutas oferecem alta quantia de recompensa para quem conseguir matar os dois vaqueiros que retalharam o rosto de uma delas. Um viúvo pistoleiro, hoje amargo e arrependido pelos erros do passado, se une a um pistoleiro negro e outro jovem, e juntos partem para a tarefa.
Comentários: Faroeste indicado a nove Oscar, ganhou quatro: filme, diretor, ator coadjuvante (Gene Hackman) e edição. Foi indicado ainda para ator (Clint Eastwood), roteiro original (de David Webb Peoples), fotografia, direção de arte e sonorização. Foi um inesperado e surpreendente sucesso de bilheteria que ressuscitou o gênero faroeste, com maior dramaticidade em relação a outros filmes do gênero que estrearam uns anos antes que Os Imperdoáveis (como Jovem Demais Para Morrer, por exemplo). Mérito de Eastwood, que estava meio afastado e bastante marcado pelos papéis de agentes em filmes policiais. Aqui, contudo, Eastwood compõe um tipo diferente, mais humano que os heróis que ele costuma interpretar na tela. Aqui, seu personagem já é velho e decadente, topa tentar exterminar os vaqueiros objetivando apenas a recompensa, mas sem a rebeldia e a coragem dignas de um pistoleiro que se preze. Isso demonstra a imperfeição dos heróis perante a missão. Além de Eastwood, Morgan Freeman também interpreta um pistoleiro fora de forma, e o jovem Jaimz Woolvet, o outro, que é quase cego. E a melhor atuação é a do oscarizado Gene Hackman, em mais uma composição maquiavélica e sádica, no papel do corrupto xerife. Em todo caso, apesar dos pontos positivos e de ser um faroeste original, o roteiro apresenta alguns furos inconvincentes. Por exemplo, o personagem de Hackman poderia a qualquer instante fuzilar as prostitutas (comandadas por Frances Fisher), já que sabia da recompensa que elas haviam colocado a prêmio. Mas, ao invés disso, ele prefere abrir uma brecha e permitir que os pistoleiros apareçam, sem se importar com as consequências. Além disso, como as prostituas conseguiram levantar aquela quantia alta de dinheiro, uma vez que são subordinadas a uma espécie de cafetão? Apesar dos furos, esse clássico western moderno (que é dedicado a Sérgio Leone e Don Siegel, mestres de Eastwood) surpreende e mantém o interesse. Conta também com um oportuno letreiro inicial que, a princípio, parece ser descartável, mas que é complementado pelos letreiros finais que lhe dão maior sentido. Acima da média.
Por que gravei o filme: Quando assisti ao filme, tinha certo preconceito com filmes de western, que conhecia pouco. Mas deixei-me envolver com a história e os bons momentos de ação e suspense. Sem contar, a originalidade na composição dos personagens centrais, que são bem falhos fisicamente para convencer como heróis. Os Imperdoáveis, portanto, é um Eastwood em boa forma e o cineasta demonstrou de uma vez por todas que tem fôlego para filmes mais sérios que os habituais que dirigiu anteriormente. E provou também que consegue atuar bem. Gravado na HBO.

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