quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pequeno Dicionário Amoroso

( Brasil 1996 ). Direção: Sandra Werneck. Com Andréa Beltrão, Daniel Dantas, Mônica Torres, Tony Ramos, Glória Pires, José Wilker, Denise Fraga, Marcos Winter, Cristina Amadeo. 91 min.


Sinopse: Arquiteta e biólogo se conhecem por acaso em um cemitério, e começam a se relacionar. Com o passar do tempo, se casam e com essa nova rotina, surge a crise conjugal e a monotonia do casamento.

Comentários: São raras as comédias românticas brasileiras, e Pequeno Dicionário Amoroso demonstra que o nosso país também tem potencial e boas idéias para fazer fitas do gênero. O filme da promissora Sandra Werneck (que depois fez mais filmes) é leve, engraçado, despretensioso e bem humorado. Foge dos clichês habituais, típicos do cinema americano, e tem roteiro (de Paulo Helm e José Roberto Torero) original e feito para o público adulto. O ponto de partida é inovador: o relacionamento amoroso entre duas pessoas é narrado através de palavras ordenadas em ordem alfabética, e que são extraídas de um dicionário. Cada palavra apresenta semelhança com o cotidiano do casal. O roteiro pode até ser pessimista do ponto de vista matrimonial. Afinal, o casamento é visto como uma instituição falida, e o tédio e a rotina são os vilões que destroem a vida conjugal. Por outro lado, a fita traz uma mensagem positiva ao valorizar a busca do amor. Ou seja, se a infelicidade reina dentro de um casamento, não significa que nunca mais existirá uma possibilidade para se recomeçar a amar. E tudo isso é apresentado de uma forma descontraída e simpática. Os atores estão em forma, e apesar de Andréa Beltrão e Daniel Dantas formarem um casal meio desengonçado em cena, eles dão força e credibilidade aos personagens que interpretam. Além deles, Mônica Torres e Tony Ramos, por ora, roubam a cena como os respectivos amigos de Andréa e Daniel. Há também uma participação conveniente e simpática de Glória Pires, como uma cartomante e ex-esposa de Daniel. Outro ponto alto do filme são os diálogos, muito bem construídos e elaborados, que são utilizados com naturalidade pelos atores em cena. A impressão que dá ao espectador, é que se está assistindo a uma bela crônica de Luiz Fernando Veríssimo, sobre as confusões que o amor causa na vida de pessoas que saem em sua busca. Enfim, sem cair no melodrama, Pequeno Dicionário Amoroso é uma curiosa opção para quem procura novidades no gênero comédia romântica, principalmente por ser um filme brasileiro.

Por que comprei o filme: Pequeno Dicionário Amoroso saiu na coleção "Isto É Novo Cinema Brasileiro", coleção que eu tentei adquirir na íntegra, mas não consegui por problemas financeiros (semanalmente eu pagaria uns R$ 10,00 mais ou menos, na compra da fita e da revista). Assim, comprei a fita por valor reduzido em um Sebo. E reafirmo tudo que já havia dito anteriormente nos comentários: é um filme delicioso de se assistir, com argumentos inteligentes no roteiro e elenco em boa forma. Não precisa mais nada.

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