segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Up - Altas Aventuras

Era para eu ter assistido a esse filme no sábado com a Gisele, e com o casal de amigos Rafel e Aline. No entanto, tivemos contratempo no sábado, e eu e minha esposa fomos ver Up ontem. O que falar sobre essa simpática produlção da Pixar/Disney? Trata-se de uma história interessante, original e divertida. Mas admito que esperava um pouco mais.

O trailer já chamava a atenção, ao mostrar uma casa voando com um velhinho e um garoto oriental dentro. A partir de então, a perspectiva de muito humor e ação, num ponto de partida um tanto exótico, tomou conta da minha mente. O velhinho Carl Fredricksen, após o falecimento de sua amada esposa, e prestes a perder a casa, resolve realizar para si o sonho da falecida, que queria conhecer uma exuberante cachoeira localizada em algum lugar da América do Sul. Dessa forma, Fredricksen amarra centenas de balões no telhado de sua casa, e sai voando com o objetivo de chegar ao destino escolhido. Para sua maior surpresa, o garoto Russell embarca clandestinamente nessa viagem, e o velhinho precisa aprender lições de convivência com alguém que é o oposto dele.

Os diretores e roteiristas Pete Docter e Bob Peterson surpreendem o público com um início bastante comovente, quando nos deparamos com a infância de Fredricksen, desde pequeno, uma pessoa de poucas palavras. Em seguida, presenciamos o excepcional relacionamento dele com sua amada Ellie, a mulher de sua vida, que ele conheceu na infância. Tudo isso é mostrado de uma forma tocante e repleta de sensibilidade. Contudo, após a viagem, o filme muda um pouco o foco, e encontramos o mal-humorado Fredricksen, acompanhado do travesso Russell, em diversas aventuras pela América do Sul, onde encontram figuras um tanto bizarras, como cães falantes e um pássaro gigante (além de um humano vilão). Ou seja, o tom de humor absurdo que o trailer reservava, e a emoção que ocorre no primeiro momento do filme, são substituídos por cenas de ação e aventura típicas do gênero "Indiana Jones", e acompanhamos a nossa simpática dupla carregando (literalmente!) a casa pelas costas.

Não era exatamente o que eu esperava, pois estava imaginando uma narrativa no estilo "História Real" de David Lynch. Entretanto, esse tipo de história não agrada ao universo infantil, que é o público específico de Up. No todo não é tão emocionante assim, é um passatempo agradável e divertido. Tenho um amigo que, embora não seja muito adepto ao sentimentalismo, se emocionou e chorou em algumas cenas. Não acho que seja caso para choro, mas indico o filme para quem quiser tirar suas próprias conclusões. Gosto particularmente da cena em que a casa vai para o céu. Nesse momento, surgem os diversos balões que sustentam a casa, e brindam o público com um esplêndido festival de cores. O velhinho, na versão nacional (a única que está pasando nos cinemas), é dublado por Chico Anysio. Enfim, assistam Up - Altas Aventuras, e se preparem para cenas agradáveis e divertidas!

TRAILER:

Um comentário:

Rafel Saitar disse...

Pombas. Faz tempo que animações dirigidas ao público infantil são melhor entendidas e admiradas por adultos. Gags e referências ocultas ou descaradas, temáticas menos infantilizadas, enfim, nada infantil. Lógico que não é um negócio que atrai intelectualmente amantes de Bergman e Kubric, mas eu gostei pra chuchu, e achei o troço todo bastante emocionante. E engraçado - poderia ser mais, verdade, mas oras, "é um cachorro! que fala!!!"