sexta-feira, 22 de junho de 2012

Prometheus

 O título passou despercebido por mim, e imaginava ser um filme no estilo "Transformers", o que não é apreciado por mim. Mas, ao ler algumas "fofocas cinematográficas", descobri que Prometheus foi rotulado como um prólogo da série "Alien". Então, como sou fã da série, não pensei duas vezes, e embarquei nessa companhia. E não me arrependi.

  Ainda bem que Ridley Scott investiu na ideia, e trouxe um destino mais feliz para a série, que havia caído no extremo mal gosto com o horrendo "Alien vs. Predaor", e sua abominável sequência, que eu nem vi, e nem pretendo ver. Aqui, ele tem um excelente trabalho de produção, direção de arte, fotografia, tudo digno de um blockbuster classe A, além de um elenco comprometido.

 Não vou me ater a detalhes quanto a época em que passa o filme. O fato é que antecede os acontecimentos do Alien n°1, e se passa no futuro (algo tipo 2070, por aí...). Enfim, a sinopse que eu vos apresento é típica de clichês, que encontramos em qualquer filme similar. É a velha equipe espacial que se aventura entre as galáxias e planetas distantes, com o intuito de encontrar respostas acerca da origem da humanidade. Obviamente, encontram problemas pela frente: uma estranha raça de alienígenas que têm aquela estranha vontade de matar os seres humanos... A partir daí, salvem-se quem puder!

 Pelo tom satírico em que fiz o comentário, talvez vocês possam estar pensando que eu não gostei do filme. Muito pelo contrário! Achei um trabalho magnífico e acima da média, e que poderia correr um sério risco se parasse em outras mãos, senão nas do experiente Scott, que é especialista no gênero. Tudo bem, de fato, Prometheus (que, aliás, é o nome da nave da tripulação) tem clichê a beça: há um robô extremamente inteligente e cheio de astúcia entre eles; há momentos em que, enquanto um grupo explora o planeta desconhecido (que eu nem me recordo se o nome dele foi mencionado), outros monitoram pela nave; a figura do líder da missão é fria e gananciosa; e, como não podia deixar de ser, sai um aliem sai da barriga de um dos tripulantes, no caso, da heroína da história. Fora isso, o roteiro desenvolvido pela dupla Jon Spaihts/Damon Lindelof mistura ação com filosofia. Afinal, a discussão sobre a origem da humanidade aparece frequentemente em cena. No início da projeção, inclusive, há um prólogo que faz lembra o clássico kubrickiano, "2001 - Uma Odisseia no Espaço". Em todo caso, acho que o ponto fraco da película consta justamente nessa tentativa de misturar terror e filosofia. Afinal, não são satisfatoriamente esclarecidos os motivos pelos quais as respostas sobre a origem da vida estariam no planeta em questão. E para não deixar o filme muito "prolixo", os aliens estão lá para arrebentar e destruir, eliminando um a um toda a tripulação.

 No elenco, quem faz a mocinha é a sueca Noomi Rapace, estrangeira candidata à estrela em Hollywood, e que esteve na sequência de Sherlock Holmes. Ela não é nenhuma Sigourney Weaver (a saudosa tenente Ripley, de toda a série), mas não deixa a peteca cair. Inclusive, tem os trejeitos mais femininos que a Ripley, e cai na simpatia do público feminino. Quem se destaca, no entanto, é Michael Fassbender ( de "X-Men - Primeira Classe" e "Shame" ), um dos novos astros de Hollywood, e que faz o robô David. Seu personagem é o foco da trama, e a interpretação do ator é sublime. Creio até em alguma possibilidade de premiação (tudo bem, é filme de ação! Mas, não se esqueçam que Johnny Depp já foi indicado ao Oscar por Piratas do Caribe!; aliás, a própria Sigourney Weaver foi indicada por Aliens - O Resgate!). Ainda no elenco, Guy Pearce (numa esplêndida maquiagem, ele aparece bem envelhecido), Idris Elba ( de "Thor") e Patrick Wilson, numa participação pequena como o pai da heroína. Ah, sim! Não posso me esquecer da grande estrela do ano, Charlize Theron, que interpreta a líder do grupo. Eu mencionei anteriormente essa personagem, só não disse que a figura era feminina. Mesmo não sendo a protagonista, Charlize marca bem sua presença em cena.

 Enfim, gostei do filme. Ele trás uma atmosfera angustiante, e até mesmo pessimista, que me contagiou. Desenvolvi um estranho sentimento por esse filme. E é isso que o torna diferente, em um gênero muito explorado ultimamente. Falei do pessimismo, mas repleto de esperança também. O final deixa uma janela aberta para uma provável sequência (não creio que seja revelador o que eu direi, mas as respostas não foram encontradas pela personagem). Quero assistir mais uma vez ao filme para ter um posicionamento melhor sobre ele. E, lógico, certamente indico essa aventura que eu assisti em 3D (vale a pena ver nesse formato!) Uma boa tarde pra todos!!!

TRAILER:

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